Chardonnay Zero SO2

chardonnayzero4Os vinhos do Marco Danielle são intrigantes, instrutivos e polêmicos. Onde quer que se fale deles, as opiniões são de louvor ou desaprovação. Com esse Chardonnay Zero não seria diferente. Ele fez um vinho limitado a 400 garrafas, e segundo o próprio, inspirado nos brancos naturais do Vale do Loire, sem adição alguma de So2. Um vinho sem potencial comercial, feito para o seu prazer e de seus amigos, e que ele disse: “Não se repetirá”. A polêmica toda começa quando você abre a garrafa. Um forte aroma de resina toma conta da taça, a cor amarela bem dourada, turva e com precipitações, sugere um vinho defeituoso, e o nome chardonnay escrito na garrafa, te leva confirmar esse pensamento.

Talvez o maior “defeito” desse vinho seja ser desconcertante, que deixa o degustador sem saber se está gostando ou não, se chardonnay pode ser daquele jeito, se aqueles aromas são possíveis em um vinho sem defeito. O maior problema é ser um vinho incompreensível e inconveniente à maioria das pessoas. Digo isso pois já tomei esse vinho em quatro ocasiões distintas, e com pessoas diferentes. Pude perceber a reação de cada uma, o vinho agradou 20% delas, o restante achou ruim e/ou defeituoso, e nesse restante estavam pessoas iniciadas e iniciantes. O que mais incomodava eram os aromas descritos pelos provadores: resina, acetona, cera de abelha, cola tenaz, azeitona. chardonnayzero5Na boca o vinho não era tão problemático, tinha acidez e corpo, a maior reclamação eram mesmo os aromas. O sabor, apesar de intrigante, não incomodava tanto.

Depois dessas quatro oportunidades, me incluo nos 20% que aprovaram  o vinho, com as seguintes ressalvas: acho que é uma boa companhia para uma bouillabaisse, e que são necessárias quatro pessoas para uma garrafa. Não é para ser tomado só, e entendo muito bem os que desaprovaram essa curiosidade.