Vinho em embalagem Tetra-pak: 56 vinícolas!

onorabile“As vendas de vinhos brasileiros em embalagem Bag-in-box (caixas Tetra pak) aumentaram em 1.000% em apenas dois anos, saltando de 85,2 mil litros para mais de 1 milhão (estimativas p/ 2011). Com história recente de apenas seis anos, embalagem bag-in-box já é utilizada por 56 vinícolas brasileiras”. Com esta declaração do Presidente da Ibravin, confesso que assustei ao fazer esta matéria, pois ao pesquisar vinhos para compra é difícil achar mais que meia dúzia à disposição no comércio.

Quem já ouviu falar ou viu vinho embalado nas famosas caixas Tetra pak; aquelas caixinhas de leite pasteurizado, mesmo? Algumas perguntas podem surgir aos enófilos mais puritanos, como exemplo: altera o sabor do vinho? Ou, deixa o vinho pasteurizado? Eu provei os dois elaborados pela Miolo, o Seleção e Terranova Shiraz 2009, e a impressão foi de não haver diferença substancial em relação ao produto original vendido em garrafa. Não posso garantir isto p/ vinhos de guarda ou mais refinados, etc.   😉

Antes de falarmos do comércio no Brasil, lembramos que este tipo de envasamento é bastante comum na Europa, no Chile e Argentina, Austrália, entre outros. No Chile e Argentina vinhos vendidos em Bib (bag-in-box) representam 50% do volume total. Um mercado que encontra-se em forte crescimento.
bibamadeu
As desvantagens das caixas tetra-pak, anteriormente comentado, situam-se no campo poético da cultura do vinho, pelo simples desuso da clássica garrafa de vidro com tampa de rolha. Mas as vantagens são muitas. A embalagem bag-in-box pode armazenar 1, 3 ou 5 litros, conforme a fábrica. Seu preço é muito competitivo. O tempo de validade é outra forte vantagem do envase Bib, pois pode durar quase um mês após aberto sem perda das características do vinho, sendo muito bom para quem bebe sua tacinha diariamente. Isto ocorre porque o vinho não tem contato com o ar após aberto, pela ação de sua torneira, evitando a oxidação.

As vinícolas que mais apostam hoje no vinho Bib, são: Casa Valduga (pioneira na embalagem no Brasil), Perini, Aurora, Miolo, Aliança, Don Guerino, Dal Pizzol, SulBrasil e mais recente, as Wine Park. As outras 45 não faço menor ideia quais sejam ou onde estejam [risos]. Faça uma prova dos vinhos em tetra pak e deixe suas impressões.

Novo vinho do Domaine de la Romanée-Conti!!!

corton1Perfeição. Essa é a palavra que define esse Corton do Domaine Prince Florent de Merod. Não é por acaso que o Domaine de La Romanée-Conti arrendou três parcelas desse produtor (Clos du Roi com 0,57 Ha, Bressandes 1,19 Ha e Renardes 0,58 Há) e a partir da safra 2009 os vinhos serão etiquetados como DRC.

O vinho tomado foi o Corton Clos du Roi safra 2004. Límpido, com uma cor já um pouco evoluída, mas bem brilhante. Leve aroma de couro e bastante morango amassado. Mais tarde mostrou café e floral, mas sem perder o morango. Corpo leve, corton2macio, sem tanino algum para incomodar e ótima acidez. No auge ao extremo. Uma elegância rara. Como é bom abrir um vinho nesse estágio. Os vinhos deveriam vir com um dispositivo que avisasse seu auge.

Romanée-Conti chega pela primeira vez em Côte de Beaune para produzir tintos (ali já produz o irretocável Montrachet) e não poderia fazer escolha melhor. Desde novembro de 2008 eles estão em Aloxe Corton e os vinhos com a etiqueta DRC serão comercializados a partir de 2012. Pena que não dará mais para tomar.

Arboleda Carménère 2008

arboledaEste vinho exibe uma cor intensamente violeta e profunda. Esta safra do Arboleda Carmenère revela uma penetrante mistura de aromas. O vinho se abre com notas doces de especiarias que lembram canela e baunilha, com características de pimenta negra e pimentão vermelho assado. Tudo entrelaçado com toques de cedro, moca e notas de chocolate provenientes do envelhecimento em barricas que contribuem com a complexidade do resultado final. Chile – R$ 85,00 – Expand.

Clos Rougeard Brézé, maravilha que não há no Brasil !

clos2Fantástico vinho branco do Loire, feito pelos irmãos Charly eclos1 Nady Foucault, o Clos Rougerad “Brézé” infelizmente não tem importador no Brasil. Vinho da apelação Saumur, os irmãos Foucault sempre usam madeira nova no feitio sem deixar que a mesma predomine no sabor. Esse é um vinho que todo amante de brancos deve conhecer um dia. Chenin Blanc de cor levemente dourada e aromas diversos e intrigantes como, resina, esmalte, menta, côco, lácteo. O exemplar tomado foi da safra 2006 e é bastante difícil de encontrar devido à pequena produção. Eles também fazem uns tintos em Saumur-Champigny, que não é uma  apelação com grande reputação mas, quem já provou, diz que são incríveis.

Mudanças nos nomes dos brancos de Haut-Brion

clarteAs mudanças em Haut-Brion continuam. Na safra 2007 o Bahans Haut-Brion, segundo vinho do tinto Château Haut-Brion, mudou de nome e de garrafa. Passou a se chamar Le Clarence de Haut-Brion e a ser engarrafado na mesma garrafa do primeiro vinho.

Robert de Luxemburgo, atual diretor, agora resolveu também mudar o nome do segundo vinho do Chateau Haut-Brion Blanc (clique aqui), que se chamava Les Plantiers de Haut-Brion, para La Clarté de Haut-Brion, na safra 2009. O La Clarté de Haut-Brion é o segundo vinho, tanto do Chateau Haut-Brion Blanc quanto do Laville Haut-Brion (clique aqui) que também mudou de nome para La Mission Haut-Brion Blanc. Ambos pertencem ao mesmo proprietário, Domaine Clarence Dillon. Por ser feito da mistura dos vinhos que não entraram na composição do Haut-Brion Blanc nem do La Mission Haut-Brion Blanc, o La Clarté de Haut-Brion é o segundo vinho de ambos. Não conheço outro caso em que isso ocorra.

Particularmente acho que essas mudanças vão causar certa confusão no consumidor, pois o Laville Haut-Brion e o Bahans Haut-Brion eram nomes bastante conhecidos e solidificados, mas nada que o tempo não ajuste. Na foto o Les Plantiers 08, atrás do La Clarté 09.

Espumante Rosé recheado com Ouro 24k

sp24Já havia conhecido esses espumantes da Borgonha (Crémant de Bourgogne) no início de 2010, quando estiveram no Brasil procurando importador. Houve interesse de alguns importadores pequenos e como estavam procurando um grande importador, o negócio não se concretizou. Retornaram esse ano para nova tentativa. Os vinhos (eles só produzem espumantes) são exportados para diversos países e, quem sabe, este ano chegam ao Brasil.

Os espumantes são muito bons, corretos na acidez e perlage,sp23 mas não espere a cremosidade, aromas e potência de grandes champagnes. O diferencial deles é um espumante rosé, recheado de ouro em folha, 24 kilates, comestível segundo os proprietários. O rótulo é feito à mão, em uma placa dourada de muito bom gosto, e quando as partículas de ouro ficam em suspensão, a vontade de provar é inevitável. A vinícola se chama Maison Parigot et Richard, fica em Savigny-Lés-Beaune na Borgonha, e quem apresentou os vinhos no Brasil foram Grégory Georger (quinta geração da família) e sua esposa, a brasileira Carolina Licati. Espero que encontrem representante por aqui, tenho certeza que será um sucesso.

Hawk Crest, a 2a. linha do polêmico Stag’s Leap

hawkcrestNão é todo dia que provo vinhos californianos (EUA) mas fiquei curioso em conhecer este exemplar da conceituada Stag’s Leap. Esta vinícola norte americana tornou-se célebre quando em 1976, com seu vinho Stag’s Leap Cabernet Sauvignon 1973 “superou”, numa degustação às cegas na França, cultuados vinhos de Bordeaux. Este episódio do mundo do vinho ficou conhecido como o Julgamento de Paris, que virou livro e filme.

O vinho que experimentei foi o Hawk Crest Chardonnay 2005. Agora feito pelo novo consórcio proprietário da vinícola do incrível Warren Winiarski (aposentado mas ainda assinando as garrafas produzidas), enólogo e filósofo da façanha de 1976. Sua pequena vinícola foi vendida em 2007 ao amigo Piero Antinori e o grupo francês Ste. Michelle Wine States. Este chardonnay lembra o Napa Valley, amadeirado e untuoso. Apesar disto nada era exagerado; o produtor conseguiu fazer algo muito bem elaborado. O preço é até atrativo (R$ 70,00) – diferente da maioria dos caro$ vinhos californianos; talvez um dos motivos do preconceito que eles sofrem…?! O fato é que tomei este chardonnay com um prato de bacalhau assado no forno. A combinação ficou “meia-boca” pela característica aromática de manteiga presente no Hawk Crest. O vinho, ficou claro, era dois níveis superior ao prato. Com boa acidez e muito gostoso, mostrou-se elegante e elaborado com esmero. Notas de abacaxi no aroma, além de uma linda cor amarelo-ouro reluzia na taça. A ampola passou no teste da idade, pois apesar de seus 6 anos o vinho permanecia leve e agradável. 88 pts. Nada mal para um vinho branco nesta faixa de preço.

Daisy Rock Sauvignon Blanc 2008

drockExemplar da Nova Zelândia que se notabilizou no mundo do vinho pela produção da tipicidade da Sauvignon Blanc, que se adaptou bem àquele longínquo país. Seus vinhos brancos oriundos da S.Blanc são de final refrescante e de boa citricidade, sem muita acidez. Sabores de framboesa e maracujá são clássicos neste Daisy Rock, de Cravens Road, no famoso vale de Marlborough. Um ótimo vinho para almoço no próximo domingo (08/5), dia das Mães! R$ 85,00Art du Vin.