Vega Sicilia: a grande vertical de Brasília

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Esta é a única palavra para definir este vinho ÚNICO!
O Vega-Sicilia Unico foi degustado em uma prova INÉDITA em Brasília, na qual estiveram presentes quatorze felizardos, incluindo os Editores do DCV (eu e Eugênio). Posso dizer que provar não um, mas CINCO deles, de cinco safras distintas, é algo inimaginável para qualquer mortal. E imortal é este vinho, tanto que todo lançamento de uma nova safra, a primeira garrafa vai assinada pelo Rei da Espanha!

Este maravilhoso evento foi proporcionado pelo laureado jornalista de vinhos Marcelo Copello, que maestralmente guiou a prova na noite de 5a.feira, 18/08/2011. Copello veio pela primeira vez para participar da VINUM BRASILIS trazendo consigo não só a bagagem de experiências, mas ainda a primeira degustação de vinhos ícones mundiais de Brasília. Nossos agradecimentos, portanto, a este craque do mundo vínico brasileiro.

Trago a vocês as notas de degustação do Vega-Sicilia Unico, na ordem de serviço, impecavelmente executada pela equipe do restaurante Dom Francisco, da 402 Sul, que não poupou esforços em abrilhantar o jantar, inclusive usando taças Riedel para o bom andamento das provas. Parabéns! 

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Vega-Sicilia Unico 1999: Cor granada-rubi e o único da noite com halos violáceos. Exuberância no ataque inicial. Suaves aromas de baunilha, sendo também o único perceptível dentre as cinco safras provadas. Aroma e boca mineral. Incisivo. Médios taninos e ainda jovem [risos]. 82 meses em madeira.

Vega-Sicilia Unico 1998: Lembranças de couro e estrebaria. De início foi o preferido dos participantes, depois declinando ao da safra 1995. Aliás ambos ficaram pela disputa do melhor, se é que se pode dizer isto de cinco ampolas como estas. Na boca mais tânico, maior volume, mais longevo e estruturado que o anterior. 101 meses de barricas.

Vega-Sicilia Unico 1996: Leve presença de mentol, não tão claro nos outros quatro. Foi o que menos agradou a todos presentes, mas convenhamos, numa degustação com tantos expoentes à mesa, seria injustiça e até, leviano, se falar de pior qualidade. Certamente este exemplar se sairia muito bem se provado com qualquer outro vinho “mortal”, pois cito aqui uma frase dita pelo Copello: “este Vega de 1996 obteve [apenas] 96 pontos da critica internacional”. Daí, vocês podem tirar suas conclusões. 102 meses de barricas.

Vega-Sicilia Unico 1995: De pronto, para mim o melhor da noite! Me encantou ao primeiro gole. E posteriormente tornado o melhor para demais participantes. Quem me acompanhou nesta avaliação, inclusive foi o participante Fernando, da Grand Cru. Esta é a característica do Vega: suas nuances surgem e mudam a todo instante. É preciso sensibilidade à flor da pele. Aromas de especiarias indianas, identificados pelo companheiro Eugênio como Curry. O mais completo e pronto, ao menos para mim. Superando inclusive o próximo vinho servido: o Reserva Especial. Uma bela cor rubi brilhante. O menos tânico dos cinco; talvez pela idade?! Enorme estrutura. Equilíbrio e harmonia impecáveis. Fui aos céus! 96 meses de carvalho.

Vega-Sicilia Unico Reserva Especial: Este vinho só é produzido em alguns anos, sendo uma mistura de outras safras. A que provamos era o Especial de 1990, 1991 e 1994. Extremamente complexo, diferente dos demais. Pareceu-me um vinho calculado, como tudo é no Vega-Sicilia; um vinho feito com uma perfeição matemática, precisa. Trazia claramente a qualidade das safras anteriores. Verifiquei que na taça após trinta minutos ele cresce assustadoramente, sobrepujando toda existência anterior. Chego a pensar que se mantido assim, refrigerado, na taça, e com bom volume (120 ml), ele evolui num crescente jamais visto. Certamente um vinho para mais 30 anos de vida. Que loucura!

Para os mais curiosos, lembro que os avaliadores internacionais imputam pontuações nunca inferiores a 96 pontos para quaisquer safras deste ícone mundial. O que dizer de mim, então. Pela ordem de serviço, meus conceitos – apesar de quasi-estreante [risos] nestas mega-provas – podem ser assim definidos: 9797969898 pontos, respectivamente. Até esta data, havia obtido conceitos tão altos para apenas uma dúzia de ampolas provadas nestes seis anos de vida enófila. Tentando conter a emoção do acontecimento: minha elevação como imortalvega1[risos], mas sem perder a medida técnica, busquei a coerência e sensatez. E apesar deste vinho ser produzido com precisão e perfeição cirúrgica, indescritivelmente, traz a diletância na forma de líquido. Uma poesia escrita em tinta de uvas. Ainda lembro de todos sabores destas cinco garrafas – guardados na memória gustativa para sempre.

Por fim, como um bom gastrônomo, guardei um pouco dos meus preferidos para provar com o jantar (foto). Perguntem como ficou a harmonização? CELESTIAL!!! Mil vidas ao Vega-Sicilia!