Vinum Brasilis 2011- Fotos

Ontem fez dois meses do encerramento da Vinum Brasilis 2011:
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Entrada da feira e Petrus Elesbão, mentor do Encontro.
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Marina Libardi da Quinta Don Bonifácio e o Buffet.
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Público degustando e vista aérea da Feira.
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 Ana Paula Valduga, Luis Zanini e Eugênio Oliveira/Luis Zanini e Didú Russo.
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Vista aérea da feira e Buffet
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Liana Sabo(Correio Braziliense) e senadora Ana Amélia/ Editores do DCV com a turma do Gero(Brasília)-Ana Clara, Manoel Beato, Célio, João Paulo e André.
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Zanini, Eugênio e Bruno Agostini (OGlobo) provando um Era dos Ventos/ Zanini, Eugênio e João Batista(Mistral)

Você sabe quem inventou a gaiola do Champange?

Muita gente acha que foi a Veuve Clicquot que inventou esse artifício, por ser atribuído à casa, o processo de industrialização do champagne. Foi ela que desenvolveu a inclinação gradual das garrafas até a posição vertical, que veio permitir o dégorgement (eliminação dos restos de leveduras e sedimentos do vinho). Após esses procedimentos a garrafa era lacrada com  rolha e a mesma era presa à garrafa por cordas.

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O processo era eficiente, mas muito demorado. Em 1844 Adolphe Jacquesson desenvolveu a gaiola (muselet) que é usada até hoje por quase todas as casas de champagne. Ainda há as que usam cordas.  Os champagnes Jacquesson são comercializados no Brasil pela World Wine.

Vertical de Vega-Sicilia em Brasília! (Veja como foi)

Essa degustação histórica ocorreu no dia 18/08/2011, e com um certo atraso deixo aqui meu relato. Confira:

Brasília entrou no rol das grandes degustações. Anteriormente restritas a Rio de Janeiro e São Paulo, as provas de grandes ícones aportaram pela primeira vez na cidade. Quatorze felizardos puderam provar em uma única noite, 05 garrafas distintas do mito espanhol Vega-Sicilia Unico. O Vega-Sicilia só é comercializado após mais ou menos 100 (cem) meses afinando em madeira, e mais outros tantos em garrafa. Não há sequência cronológica, a safra 97 pode ser lançada após a 2000 (a mais recente). O que determina sua comercialização é o vinho estar pronto ou não. Outra curiosidade é que toda garrafa de número um é levada ao rei da Espanha para ser assinada.

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A prova foi conduzida pelo tarimbado palestrante Marcelo Copello, que discorreu com maestria sobre as características do Vega e das safras da prova.

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Descrevo abaixo (na ordem de serviço) as minhas impressões da vertical. O que mais me impressionou, além da qualidade do vinho, é que o Vega é um vinho calculista. Ele pode se mostrar reto em um primeiro momento e quando você já se convenceu disto, ele muda, muda outra vez, e muda novamente. Logo, não é um vinho para ser bebido de uma só vez, e sim lentamente, por horas, para não se perder suas nuanças.

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Vega-Sicilia Unico 1999: Vinho exuberante, com aromas explosivos, gordo, achocolatado, inicialmente o de nariz mais cativante. Fresco e tânico, com longo caminho pela frente.

Vega-Sicilia Unico 1998: Vinho de maior potencial de guarda da noite. Menos exuberante que o anterior e já com uma cor mais evoluída. Presença aromática de madeira usada e final longuíssimo. Não foi o meu preferido, mas foi o da maioria dos participantes.

Vega-Sicilia Unico 1996: Já havia provado esse anteriormente e estava fantástico. Nessa prova, incrivelmente foi o que menos se destacou. Isso pode ocorrer quando há vários grandes vinhos alinhados, como foi o caso. Algum vinho será injustiçado, pois em uma prova sem tantos ótimos vinhos seria destaque. Após umas duas horas o nariz sumiu, parecia não haver aroma algum perto dos outros.

Vega-Sicilia Unico 1995: Aromas metálicos foram minha primeira percepção, madeira usada e terroso. Inicialmente não me impressionou, parecia um vinho da família dos outros já provados e foi abafado pelo vinho seguinte. Porém, após as horas de que já falei, o calculista 95 recompensou os mais pacientes. Abriram-se aromas de especiarias indianas e principalmente curry, muito curry. Tinha frescor e mineralidade, para mim foi o vinho da noite.

Vega-Sicilia Unico Reserva Especial: Esse vinho só é feito em alguns anos e sempre é uma mistura de algumas safras. Nesse caso era um blend das safras 1990, 1991 e 1994. Esse vinho ao ser servido era totalmente diferente dos outros quatro e arrebatou minha preferência, que até o momento era pelo 99. Um vinho guloso, que pedia o próximo gole, muito vivo, não compatível com a idade. Mas com o passar do tempo foi preterido pelo 95.

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Espero que degustações como esta se repitam na cidade e essa inédita vertical de Vega-Sicilia Unico se torne apenas a primeira de muitas. Gostaria também de parabenizar o restaurante Dom Francisco 402 , que com um serviço impecável, inclusive utilizando taças Riedel, abrilhantou a noite. Para um breve video da Vega Sicilia clique aqui.

 

Tormentas Premium 2007

ibravin14Em minha última viagem ao vale dos vinhedos tive a oportunidade de provar, um dos poucos vinhos do Marco Danielle que ainda não conhecia. Em uma gentileza de Aldemir Dadalt, diretor/proprietário do Spa do Vinho, a garrafa foi aberta e colocada em decanter às 18:00, para ser apreciada às 24:00, após 06 horas de areação.

O vinho era o Tormentas Premium 2007, que nessa safra foi feito exclusivamente com a uva merlot, em uma edição limitada a 700 garrafas, sem nenhuma adição de SO2. Como mesmo disse o Aldemir, e o Marco sempre recomenda, o vinho necessitava de areação para dissipar os aromas gasosos provenientes da vinificação sem SO2. A própria sommeliére do Spa, relatou que ao abrir a garrafa, aromas repugnantes emanaram, e com certeza seria razão de rejeição do exemplar pelos neófitos.

Como cheguei com o vinho já devidamente aerado, pude aproveitar apenas as coisas boas que ele tinha a oferecer, e havia muitas. A cor viva e brilhante, sem nenhuma turbidez, anunciava o frescor que seria confirmado. Os aromas de fruta madura (o vinho não passou por madeira) e os de couro e estrebaria, dando um toque animal, tornavam o vinho muito interessante. Na boca tinha um corpo médio, com final persistente, e o mais bacana era o leve amargor que deixava, fugindo daqueles exemplares adocicados que na primeira taça você já está com vontade de abandonar.

Quem não aprecia esse estilo de vinho, ou mesmo não seguir a recomendação de aerar, poderá se frustrar; mas para quem aprecia é uma bela recomendação.

Homenagem do DCV a Steve Jobs

Minha singela homenagem a um dos maiores visionários que vi vagar sobre a Terra.

Me alegra ser contemporâneo desse ser genial !!
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O século XX ganha um gênio de proporções Universais. Com sua inventividade Steve Jobs revolucionou a tecnologia, tornando-a fácil, objetiva e prática ao uso humano. Este é seu maior legado: a tecnologia a serviço do homem; e não o contrário!! Saibamos seguir seus passos visionários, neste emaranhado mundial de ideias obsoletas e ultrapassadas. Descanse em paz, Steve. Vejam o vídeo (clique aqui).

Vinhos em destaque no Vale dos Vinhedos

Nessa última viagem que fiz ao Vale dos Vinhedos, pude conhecer vários vinhos inéditos para mim (nem todos do Vale), e algumas raridades que já não estão no mercado há tempos. Conheci também alguns vinhos da safra 2011 que ainda não foram engarrafados e projetos que ainda não têm nem data de lançamento, como o novo espumante champenoise da Salton. Os vinhos inéditos que para mim se destacaram foram:

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KRANZ (VIOGNIER) 2010 de Santa Catarina, querosene total.
KRANZ (Espumante Brut Rosé) 2010– A cor é de champagne envelhecido.
ARACURI cab/merlot 2009– Campos de Cima, acidez e mineralidade. Grande promessa.
ESTRELAS DO BRASIL (brut champenoise) 2006– cor e aromas de champagne maduro.
TORMENTAS PREMIUM 2007 (100% merlot, com zero SO2)- Intrigante e didático.
ALMAÚNICA SHIRAZ 2010– floral, refrescante, especiaria.
ANGHEBEN BARBERA E PINOT NOIR 2010– acidez é o diferencial.
CAVE GEISSE BRUT 1998 garrafa magnum champenoise – cor amarela com nariz complexo. Não espere perlage intensa, então tome em taça de vinho branco.
LIDIO CARRARO ELOS 08 (tannat+t. nacional) e SINGULAR tempranillo 10. Vinhos sem madeira, com muita fruta, floral e pimenta preta.
DAL PIZZOL GAMAY 2011– Recomendação infalível para um almoço familiar. Descomplicado e certeiro.
ANTONIO DIAS PINOT NOIR 10 – estava com 90 dias de barrica.  Mostrou um vegetal e acidez um pouco desequilibrados ainda, mas tem potencial.
CALZA TANNAT– vinhedos de 25 anos, de latada dupla, muito equilibrado.
DAL PIZZOL merlot 1991– vinho de 20 anos de idade, balsâmico, mineral e como era de se esperar, sem fruta, sem taninos e final curto. O interessante desse vinho é a acidez.
DAL PIZZOL MILLENIUM– blend das safras 95,98,99. Ameixa seca, corpo leve, e balsâmico. Como o anterior, para quem aprecia vinho envelhecido.
PIZZATO merlot 1999 e C.S 2000 – Vivacidade da cor do primeiro e acidez do segundo.
GALIOTTO chardonnay 2011– vinho “chipado”, com aromas de manteiga, final curtíssimo, mas bem refrescante. Vale muito os R$ 9,00 (nove) cobrados por esse exemplar. Excelente opção para os poucos traquejados que não querem gastar muito. Bela apresentação já no rótulo provisório. Sugeri que colocassem essas informações no contra-rótulo e disseram que iam pensar sobre o assunto. Seria inédito, vamos torcer.

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No mais provei vinhos que já conhecia e já gostava como o Marselan e o Arinarnoa (para mim, o melhor vinho da Casa Valduga), Chardonnay da Luiz Argenta e da Cordilheira de Sant´Ana, Miolo Quinta do Seival Castas Portuguesas, Maximo Boschi Merlot e C.S., Antonio Dias tannat e C.sauvignon…

Vinhos: você sabia que… ( 2 )

drappier1Vinhos: você sabia que… existem catorze tamanhos oficiais de garrafas de vinho!

E quanto maior é a garrafa de vinho melhor é o produto!
Desde a invenção das garrafas de vidro para envasar o vinho, surgiram muitas formas e tamanhos adotados pelos produtores, até os moldes atuais nos padrões bordaleses e borgonheses. Existiu tempo em que na Inglaterra era proibida a venda em garrafas por proteção ao consumidor, vez que os fiscais duvidavam da real quantidade envasada. Naquela época (iníco séc.XX) o próprio cliente levava seu vasilhame para encher de vinho. Que doideira, hein… A garrafa na foto é do famoso champanhe Drappier, de 30 Lt (40 grfs.), medindo 1,21 metros, que é produzida apenas 20 por ano!

Mas hoje usamos as garrafas de vidro com os formatos abaixo, cuja lista me foi apresentada por Raquel Alves, da confraria Amigas do Vinho e minha professora da cadeira de Vinhos, da Faculdade. Vamos a elas – anotem aí no caderninho mais esta CURIOSIDADE:

•Standard – 750ml
•Magnum – 1,5 Lt (equivalente a 2 garrafas standard)
•Double Magnum – 3,0 Lt (equivalente a 4 garrafas, apenas Bordeaux)
•Jeroboam – 3,0 a 4,5 Lt (4 garrafas – Champagne e Burgundy, 6 garrafas – Bordeaux)
•Rehoboam – 4,5 Lt (6 garrafas – Champagne e Burgundy)
•Imperial – 6,0 Lt (8 garrafas, apenas Bordeaux)
•Methuselah – 6,0 Lt (8 garrafas, Champagne e Burgundy)
•Salmanazar – 9,0 Lt (12 garrafas, Champagne e Burgundy)
•Balthazar – 12,0 Lt (16 garrafas)
•Nebuchadnezzar – 12,0 a 15,0 Lt (16 a 20 garrafas, dependendo do país de origem)
•Melchior – 18,0 Lt (24 garrafas)
•Solomon – 20,0 Lt (28 garrafas, apenas Champagne)
•Sovereign – 25,0 Lt (33,3 garrafas, apenas Champagne)
•Maximus – 130,0 Lt (173,3 garrafas – apenas 1 foi fabricada – no formato Bordeaux)

Interessante notar que a maioria dos nomes são em alusão a personagens bíblicos.
Quão santos eram estes bebedores de vinho. Amém!!  🙂

DCV no Projeto Imagem do IBRAVIN-parte 2

Dando sequência à maratona, chegamos à moderníssima Luiz Argenta, em que também nos esperavam Boscato e Galiotto para o tema “O outro lado da Serra Gaúcha”.

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No mesmo dia partimos para vinícola Perini para degustação “O Doce Sabor da Serra” que ainda contava com as vinícolas Basso e Tonini.

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No dia seguinte passei a manhã na Avaliação Nacional de Vinhos no Fundaparque, para avaliar os 16 vinhos mais representativos da safra 2011, em um pavilhão com mais de 800 pessoas sentadas e no mais impressionante silêncio. Na parte da tarde fomos à sede do IBRAVIN para degustação “Vinho Brasileiro nas Alturas” que contou com as vinícolas catarinenses Kranz e Pericó. Ainda houve uma visita à Salton para conhecer suas novas instalações, provar vinhos que ainda não foram lançados e até propor um corte para um novo exemplar.

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Gostaria de agradecer o convívio com os outros participantes do projeto. Alguns  eu conhecia, outros ainda não. Foram eles: Liana Sabo (Correio Braziliense), Patricia Jota (Folha de São Paulo), Deise Novakoski (OGlobo), Pedro Hermeto (Restaurante Aprazível/RJ), Alessandra Kianek (Folha de São Paulo), Cris Couto (Revista Wine Style), Fabiana Gonçalves (Blog Escrivinhos), Flávia Gusmão (Jornal do Comercio), Mariana Durão (Diário de Pernambuco), Alvaro Cézar Galvão (Blog Divino Guia), Marcelo Copello (Blog Vinoteca Veja/RJ), Celso Masson (Revista Época), Maurício Tagliari (Dicionário do Vinho/Terra Magazine).

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Não poderia esquecer o apoio dado pelo IBRAVIN, nas pessoas de Orestes de Andrade Jr., Diego Bertolini, Iassanã dos Santos, Daniela Villar e Maurício Roloff, que além de resolverem qualquer imprevisto, nos instalou no belo Hotel e Spa do Vinho Caudalie.