Vinhos: você sabia que…( 4 ) – 1a.temporada

portodouro01Vinhos: você sabia que… o vinho do Porto foi o primeiro no mundo a obter uma denominação de origem! 

A história do vinho do Porto é lendária e muitos a conhecem. Mas o que poucos sabem é que a criação das famosas e tão almejadas “denominações de origem” (Appelation, em francês), deu-se com os vinhos do Porto. Você certamente já ouviu falar das DOC, DOCG, AOC, IGT, etc. Estas são siglas que identificam que um determinado produto, no caso os vinhos, é integrante de uma região demarcada onde são obedecidas regras rígidas de controle e qualidade, e que somente ali são reconhecidos como tal. Advento conhecido por “direito coletivo” regulado pelos Estados. [PEREIRA, Gaspar Martins – Porto/PT, FLUP, 2005]. Isto dá credibilidade aos produtores bem como maior responsabilidade.
O vinho do Porto após ser criado passava por vários problemas de padronização e consequentemente a qualidade era questionada pelos consumidores da época, que remonta aos séculos XVIII e XIX. Naquele tempo os vinhos do Douro eram levados de Portugal à Inglaterra – os maiores consumidores – em grandes “vasilhas”, saindo de navio pelo cais da cidade do Porto. Por isso o nome: vinho do Porto! Em muitos casos os toneis chegavam à Inglaterra estragados pela longa viagem.

Foi quando o Imperador de Portugal, junto com os vinicultores do Douro, resolveram criar uma associação (Companhia Agrícola do Douro) onde quem participasse deveria seguir as regras estabelecidas, para reduzir os prejuízos e manter os preços em alta. Pensaram eles que se assim procedessem poderiam garantir maior credibilidade aos seus vinhos. Dessa forma a Denominação de Origem do Douro foi estabelecida entre 1750-1760. É bem verdade que existiu nesta mesma época (1740?) uma outra iniciativa de mesma ordem, na Turquia, com os lendários vinhos Tokaj. Mas sua documentação não é tão consistente quanto as atividades efervescentes na região do Douro, em Portugal. Enfim… A ideia se espalhou ao resto do mundo, principalmente para França, a qual se encarregou de “radicalizar” a bandeira das denominações criando as AOC’s, reconhecidas globalmente. Hoje até alimentos são registrados e patenteados, sendo sua origem reconhecida em todo planeta. Quem nunca ouviu falar dos famosos presuntos “de Parma”, ou dos queijos parmesão “Reggiano”, ou da castanha “do Brasil”? Todos estes e muitos mais tem sua origem garantida por Acordos internacionais de produção, venda e distribuição, além da exclusividade dos nomes, é claro.