Salvaguarda contra o Vinho importado: alguém deve estar de brincadeira?

grfa2 EDITORIAL ESPECIAL do SITE-Blog DCV

Deu na semana passada no jornal ESTADÃO: “O governo brasileiro quer tornar o vinho importado mais caro ou retirá-lo da prateleira como forma de proteger a indústria nacional. Após analisar as compras nos últimos anos, o governo concluiu que as importações causaram um ‘prejuízo grave à indústria doméstica’ e decidiu abrir uma investigação para imposição de salvaguarda, a medida comercial mais dura no âmbito da Organização Mundial de Comércio (OMC), cujo resultado prático será a imposição de uma quantidade máxima de vinho importado ou aumento dos tributos cobrados na aduana”.

Alguém deve estar de brincadeira
ou nós estamos tendo um pesadelo (snif)??

Juramos que se isto se concretizar, vamos encampar um mega protesto! E olha que somos grandes provadores dos vinhos brasileiros. Para vocês terem uma ideia, um dos editores do DCV, Antonio Coêlho, tem registrado na página “Avaliações” do Blog-DCV mais de 140 vinhos nacionais provados nos últimos 5 anos!

Nem vamos aqui tecer uma ladainha a respeito desta sandice e insanidade, e que enche de revolta os milhões de novos consumidores brasileiros que recém descobriram os prazeres de Baco, pois parece que todos entendem o quão isto é nocivo para a cultura geral do vinho. Só vale lembrar que a justificativa do governo é pretensamente infundada, visto o enorme incremento do consumo de vinho nacional nos últimos cinco anos, que o digam as grandes vinícolas nacionais que alcançam espressivas taxas de 15% de oferta a cada ano e um crescimento real na casa dos 7%. Medo de quê, podem nos responder? Citamos outro importante artigo bem escrito pelo colunista do O Globo, Rodrigo Constantino.

Vejam outras opiniões que compactuam com nosso ponto de vista: Um Papo Sobre Vinho; e Ciro Lila em Enoeventos.

Você que se sente indignado com uma proposta dessas, que se sente traído mais uma vez por estas políticas mercantilistas, faça um favor a você mesmo, mande seu protesto como um Comentário aqui neste fórum. Vamos usar este meio de divulgação para valer nossa vontade. Proteste, escreva e Comente aqui. O espaço está aberto para todos.

Participe do Abaixo-assinado CONTRA AUMENTO DO IMPOSTO IMPORTAÇÃO PARA VINHOS.
Faça sua parte, assine a Petição Pública:  www.peticaopublica.com.br/?pi=P2012N22143

Os Editores:  Antonio Coêlho e  Eugênio Oliveira.

Vinhos de Toro desembarcam em Brasília

A crise na Europa e a estabilidade econômica de nosso país têm feito com que vários setores procurem o Brasil como novo mercado para seus produtos. Com o vinho não tem sido diferente. Há poucos dias produtores de Bordeaux promoveram uma mega degustação da safra 2009 no Rio e São Paulo. Dessa vez foi a região de Toro na Espanha que desembarcou por aqui, com 13 produtores, à procura de importadores. Brasília foi premiada dessa vez. Marcelo Copello comandou a feira e uma degustação dirigida de 13 exemplares (tintos) da região que no geral se mostraram vinhos de muita personalidade, austeros, encorpados, tânicos, que se fazem presente. Outras características notáveis em quase todos os vinhos foram a mineralidade, frescor, teor alcoólico em torno de 14% e muitos aromas adocicados e balsâmicos. A produção de Toro é de 85% de vinhos tintos, feitos da uva Tinta de Toro, um clone da Tempranillo. Um pouco de rosado e brancos que são feitos de Verdejo e Malvasia.

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A feira ocorreu no belo restaurante A Bela Sintra, com uma organização impecável da Baco Multimídia, que sabidamente alugou taças de bojo grande em detrimento das pequenas taças ISO que não favorecem o esplendor do vinho.

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Logicamente não pude testar tudo, mas do que provei recomendo aos amigos do Rio de Janeiro que não deixem de provar os vinhos Cyan Pago de La Calera 2001 (Bodega Cyan) e o branco Verdejo Fermentado Y Envejecido en Barrica 2007 (Bodegas Monte La Reina).

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Estiveram presentes Amancio Moyano Muñoz, presidente da Spanish Conference of Wine Regulatory Boards (CECRV) e as seguinte bodegas: Rejadorada, Ramon Ramos, Pagos del Rey, Monte la Reina, Covitoro, Elias Mora, Carmen Rodriguez Mendez, Liberalia, Farina, Frontadura, Valbusenda, Estancia Piedra, Cyan.

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Jantar com grandes vinhos e convidados especiais

Terça-feira (13/03/12) tivemos uma fantástica degustação na cidade. Aproveitando a vinda do meu amigo Jo a Brasília, convidei o também amigo Oscar Daudt (leia a postagem dele sobre essa noite no site Enoeventos) que se deslocou do Rio de Janeiro para juntar-se a nós. Falei com Francisco Ansiliero, proprietário do restaurante Dom Francisco que preparou um magnífico jantar para os convivas. Estavam presentes também os amigos Guilherme Mair (Um papo sobre Vinhos), Abilio Cardoso (enófilo), Petrus Elesbão (Vinum Brasilis) e Marcos Rachele (Art du Vin).

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O Jo normalmente vem duas vezes ao ano a Brasília e raramente não traz uma pérola na mala. Dessa vez ele não trouxe nada, mas já se comprometeu em na próxima vinda a trazer seus grandes vinhos. Vamos cobrar. Na falta de suas garrafas, eu e os amigos da cidade assumimos a responsabilidade de levar vinhos que agradassem nossos convidados e tornassem a noite especial. Abaixo o que foi degustado, na ordem do serviço, da esquerda para direita.

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Estrelas do Brasil Brut Champenoise 2006-Brasil: Cor dourada, muito brioche, mel e leveduras no nariz. Para mim o melhor espumante já feito no país, melhor até que alguns champagne vendidos por aqui.

Pinot Gris Domaine Barmés e Buecher- Herrenweg 2004- Alsacia: Cor bem evoluída, nariz adocicado e acidez média. Muito mais encorpado que os italianos, que se caracterizam pelo corpo leve e frescor. Aqui temos uma versão menos conhecida dessa uva. Biodinâmico de excelente produtor.

Romorantin 2005 Claude Courtois-Loire: Pura cevada, também biodinâmico, de cor bem dourada e feito de uma uva não muito comum por aqui. Considero o melhor vinho desse produtor.

Clos du Calvaire- Benjamin Dagueneau- Loire-2008: Vinho de exceção, raríssimo, nunca foi comercializado no Brasil. Suas vinhas foram arrancadas, replantadas e se tudo der certo em 2016 haverá uma nova safra. A vinícola hoje é comandada pelo filho de Didier Dagueneau (falecido em 2008) e os vinhos mantiveram a qualidade. Esse sauvignon Blanc encantou a todos na mesa, com acidez cortante e crocante, aromas herbáceos de grama recém-cortada, com incrível potencial de envelhecimento. Um bebê oferecido pela generosidade do Guilherme Mair.

SimCiC Teodor 2006-Eslovênia: Primeiro vinho tinto da noite, um corte de 85% merlot e 15% Cabernet Sauvignon. Estilo Bordeaux margem direita, com 45 meses em barrica. Como era um vinho da Eslovênia, esperava ser surpreendido, mas é o que quase todo mundo tenta fazer: Um Bordeaux fora de Bordeaux.

Bourgueil Clos Sénéchal Catherine e Breton 2005- Loire: Outro vinho biodinâmico, 100% cabernet franc já com uma boa evolução. Aromas de estábulo e couro que me encantaram, mas não agradou a todos. Taninos ainda duros pedindo comida gordurosa.

Vila Matilde Aglianico- Campania Itália: Talvez o vinho mais simples da noite. Ameixa, taninos secantes e a característica acidez dos vinhos italianos.

Côtes du Jura Cuvée Tradition Domaine Baud 1996- Jura: Para finalizar a noite um grande vinho branco do Jura. 50% savagnin e 50% chardonnay. Cor de ouro velho, toques de oxidação, lembra Jerez. Vinho intrigante de nariz doce e boca totalmente seca. Belo exemplar para finalizar a grande noite.

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Café e vinho, muito em comum

cafe15aNesta sexta-feira e sábado (9 e 10/03) conclui meu curso de cafés ao participar do Curso de Barista, da escola Antonello Monardo. Durante o curso o que mais se falava era de aromas, sabores, safras, terroir, degustação. Jargões bem conhecidos por nós aqui no Blog, não é mesmo?!! O curso é bem completo indo do plantio dos grãos à prática do preparo de um bom café.

Foto: Sulayne (Mestre Barista), Coêlho e Antonello.

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Fotos dos drinks com café feitos no curso. Existem inúmeras formas de prepará-los.


Impressionante notar o crescimento do Brasil na produção dos cafés chamados Gourmets – de exportação – que hoje chegam a quase uma centena deles. Apesar de sermos o maior produtor e consumidor de café no mundo, não dominamos a exportação de café industrializado/refinado; cujo título fica entre Alemanha e Itália. Portanto, vamos beber e exigir bons blends, galera!
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Após a conclusão do curso, duas constatações são inevitáveis: a boa é que agora sei passar um café de primeira linha. E a ruim é que vou ter que jogar no lixo minha máquina automática de fazer café Nespresso. ABAIXO os cafés de sachês!!! Héhé! 😉

Serviço:

Cafés Antonello Monardo – SCLS 201, Asa sul, Bsb-DF. Fone: 3425-3566.

Vinhos Brancos Eslovenos

A Wine Network trouxe para Brasília vinhos brancos eslovenos de altíssima qualidade ainda desconhecidos pelo público brasileiro. Os vinhos servidos durante a degustação foram os seguintes:

Silveri White – Rebula
Silveri Rosé – Pinot Noir
Silveri Brut – 60% Chardonnay, 20% Rebula, 20% Sauvignon

Ferdinand Sivi Pinot 2010
Furlan Pinela 2010
Furlan Zelen 2010
Servidos com tartar de atum e geléia de gengibre

Ferdinand Belo 2005
Edi Simčič Tokata 2009
Servidos com polvo com batatas ao murro em massa filo

Edi Simčič Triton Lex 2007
Ferdinand Rumena Rebula 2006
Servidos com cupim no sous vide e molho de gorgonzola

PRA VinO Ledeno Vino Šipon 2007 (ice wine)
Servidos com sorvete de chocolate branco, acompanhado de framboesa e chocolate com pimenta

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O ice wine é um vinho feito a partir de uvas colhidas na temperatura de -7 graus, sob luz de velas, motivo pelo qual leva este nome. Por ser um vinho doce, o ice wine é pefeito para acompanhar sobremesas. No Brasil, o ice wine canadense é bastante conhecido. A Wine Network apresentou o ice wine da PRA VinO que é três vezes campeão mundial, tem produção anual de apenas 600 garrafas e foi muito elogiado durante a degustação.

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A seleção dos vinhos foi feita em parceria com o Sr. Boris Gašparin, presidente dos Sommeliers da Eslovênia. A harmonização entre os pratos e os vinhos foi sugerida pelo renomado Chef Janez Bratovž (proprietário do Restaurante JB, localizado na capital eslovena, Liubliana). Com base na sugestão de Janez Bratovž, o Chef André Amorim criou pratos contemporâneos usando ingredientes brasileiros e técnicas francesas.

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Vinte e quatro pessoas compareceram ao evento, dentre jornalistas especializados em gastronomia, sommeliers, donos de restaurantes e de empresas importadoras de vinhos. Dentre os convidados, a Embaixadora da Eslovênia para o Brasil, Milena Šmit, Francisco (proprietário do restaurante Dom Francisco), Marco Aurélio (proprietário do restaurante Piantella), Thiago (proprietário do restaurante 348), Antonio Duarte (presidente ABS-DF), Carla Lopes (proprietária do Café Export e parceira comercial da Wine Network) e Liana Sabo (Correio Braziliense).

Almoço com Mersaullt e Lagosta!

Almoço dessa sexta-feira (09/03/12) com Mersault Clos de Mazeray 2005 do Domaine Jacques Prieur e lagosta ao molho bisque, acompanhada de purê de batata baroa com shimeji, preparada com maestria pelo chef Marcelo Piucco que atua no restaurante L´affaire em Brasília. O vinho estava untuoso e potente, companhia perfeita para o prato.

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