Prova dos vinhos em taça da Enoteca Decanter Brasília

Como havia dito, fui até a Enoteca Decanter provar os vinhos que eles estavam disponibilizando em taças. Confiram as impressões:

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Antonin Guyon Aloxe-Corton 1cru Les Fournières 2004 (Borgonha)

Esse vinho passa 18 meses em barricas de carvalho sendo 2/3 delas usadas. Hoje apresenta cor bem evoluída, taninos totalmente domados, aromas de fumo, cereja, couro e iodo. Tem aquele amargor final característico de bom pinot e é o mais elegante do painel. Prontíssimo, compre e beba já. Não guarde.

Château La Croix Saint Georges 2004 (Bordeuax- Pomerol)

92% merlot e 8% Cab.Franc. Vinho de volume, o mais tânico dos quatro, mais denso e alcoólico do painel. Aroma de geléia de amora. Recomendado aos amantes de vinhos carnudos.

Château Pontet-Canet 2001 (Bordeaux-Pauillac)

Já evoluído, mas ainda com aromas adocicados. Corpo médio, taninos macios. Mistura clássica de Bordeaux, 65% C.S, 32% Merlot, 2% C.Franc e 1% Petit Verdot.

Chinon Couly-Dutheil- Clos de L´Olive 2005 (Loire)

O vinho mais escuro do painel. Muita fruta fresca e aromas esfumaçados. 100% Cabernet Franc com vida longa pela frente. Um show.

Confraria Amicus e um vinho Innominabile

av-02mar1abNesta última semana a Confraria Amicus Vinum fez sua primeira reunião de degustação, abrindo os trabalhos do ano. O tema estava livre e foi organizado pelos confrades Renzo e Adroaldo. Estiveram presentes dez confrades e um casal convidado Mário e Geane. Participaram da degustação: Adroaldo, Antonio (este Editor), Bodani e Marina, Marcelle, Maia e Emmily, Marcelo e Tânia, e Renzo. Com o trabalho impecável da sommeliére Ana Clara, do restaurante Gero, tudo saiu conforme planejado e a sequência dos vinhos foi muito bem montada.

Vinhos degustados na ordem de serviço: Alvarinho Quinta do Gomariz 2007 (branco) – ofertado pelo confrade Adroaldo; Chateau des Jacques Louis Jadot 2009 (gamay); Villaggio Grando Merlot 2007; Chateau Bois Pertuis Bordeaux 2009; Sherazade Donnafugata 2010; e Villaggio Innominabile 20?? …Opáh, cadê o ano deste último? Os vinhos da Villaggio foram surpresas trazidas pelo confrade Renzo, que queria testá-los junto aos amigos. Pois bem, foi exatamente esta ampola que me intrigou ao não encontrar a safra estampada na garrafa. Minhas preferências nesta noite de degustação ficaram por conta da deliciosa Sherazade, digo, delicioso [risos], um tinto da Sicília feito da uva Nero d’Avola, com muito frescor (Nota: 88 pts), e do branco Alvarinho Gomariz, que mostrou um complexo bouquet e ótima citricidade no paladar (Nota: 87 pts).

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Falando sobre o Innominabile, informações colhidas no próprio site da vinícola, lá verifiquei que se tratava de um vinho multisafra, ou seja, elaborado com safras dos anos 2004,2005,2006 e 2007, e engarrafado em 2008, passando antes 180 dias em barricas. Nota 83 pts. A vinícola, inclusive, trabalha com alguns diferenciais como: altitude alevada (1.300 m) e colheitas tardias, normalmente batendo os meses de abril e maio (casos raros para as bandas do Brasil). Além do mais o vinho é um assemblage de seis uvas: Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Malbec, Pinot Noir e Petit Verdot. Interessante notar o grau de “coragem” em se fazer um vinho desta natureza, senão, se com uma única safra já é difícil o controle da vinificação, imanginem controlar quatro safras de anos seguidos. Lembro-me bem de que apenas grandes vinhos como o Vega Sicilia (Espanha) se dão ao luxo de produzir desta forma, cujo exemplar é o laureado Vega Único RESERVA multisafrado. Esta vinícola Villaggio fica em Herciliópolis, Santa Catarina, uma nova região que desponta no País para produção de bons vinhos. O vinho pode não ser “inominável” em sabor mas definitivamente interessante de ser provado.

Montrachet Magnum 98 com Lagosta!!!

Toda vez que tomo um Montrachet (essa é apenas a quarta vez que bebi um), me impressiono como esse vinho branco consegue ser diferente de qualquer outro. Dizer que esse vinho tem cor bem amarelada, de ouro, com aromas de damasco, tangerina, mel, uva botritizada… Encorpado, denso, untuoso… Presença redonda de carvalho, acidez na medida, equilibrado… Tudo isso é pouco para descrevê-lo. Para traduzi-lo ao pé da letra tem que prová-lo, pois apesar de tentar esmiuçá-lo percebo que não é possível colocar em palavras o sentimento que esse vinho passa.

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Montrachet Remoissenet Père et Fils safra 1998 garrafa Magnum. O Domaine Remoissenet compra as uvas do Domaine Baron Thénard em Montrachet, vinifica e engarrafa em seus domínios. Portanto é um vinho de negociant, o que não é nenhum demérito no caso desse vinho. As vinhas do Baron de Thénard são vizinhas às do Domaine de La Romanée-conti, na porção Chassagne-Montrachet de Montrachet. São duas parcelas separadas ocupando 1,83 hectares do total de 8,0 hectares de toda região. As vinhas foram replantadas em quatro etapas entre 1936 e 1976 e também fornecem uvas para os Montrachet outros dois negociants Sauzet e Verget.

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Esse vinho foi escoltado por uma fantástica lagosta preparada com todo conhecimento de um dos melhores cozinheiros do Brasil, Francisco Ansiliero, o Dom Francisco. Caudas de lagosta ao thermidor (com ingredientes de primeira linha como mostarda de Dijon original e um molho bechamel delicioso). Foi a melhor lagosta ao thermidor que já provei. Macia, temperada e um detalhe muito importante: quente até o final. Divina.

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Enoteca Decanter Brasília continua surpreendendo!

A Enoteca Decanter Brasília só pode estar de brincadeira. Depois de fazer uma degustação em taça de quatro grandes vinhos, agora eles colocam o riesling alemão(2009) do produtor Donnhoff na degustação de sábado. Também vou com fé no Nebbiolo 2004 da Viña Alicia, de quem sou fã do branco Tiara. Se continuar assim vou ter que me mudar para lá. A Decanter está fazendo aqui na cidade o que todo enófilo sempre sonhou, proporcionar grandes vinhos em taça e/ou colocar vinhos diferenciados na degustação de sábado com desconto para quem comprá-los. Parabéns e que essas ações continuem! Clique na imagem para aumentar.

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Gayda Syrah 2009

gaydaPense num vinho bom de beber; bom à mesa. Este é a mais recente aquisição da Vinci importadora. Um vinho com qualidade e preço imbatível. O Gayda Syrah da Domaine Gayda, da região de Languedoc-Roussillon (França). Encorpado, com camadas de frutas negras e grande frescor, é uma bela descoberta para os amantes da casta Syrah. Vejam que fino: 10% passam 9 meses em barricas de carvalho. Os outros 90% permanecem em tanque com as borras. Importadora VINCI. R$ 52,00.