O Sancerre de Didier Dagueneau!

Durante anos, Didier sonhava em fazer vinho a partir deste vinhedo localizado em Chavignol, provavelmente o mais prestigiado da parte superior do Vale do Loire. Seu querido amigo e mentor, Edmond Vatan, o inspirou e finalmente no término dos anos 1990, ele tinha uma pequena parcela de 1/2 hectare no coração do vinhedo. Comprou-a e em seguida teve que lutar com as autoridades locais da AOC, por alguns anos, para plantar. Finalmente em 2000, foi concedido o direito de plantar uma pequena porção de vinhas a cada ano.

Confesso que sou avesso ao óbvio, ao lugar comum. Sempre foi assim. Na época do cd os meus preferidos sempre foram os mais difíceis de encontrar, fosse no país ou no exterior. Hoje, com a internet, praticamente não há mais música difícil de encontrar.

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No vinho é a mesma coisa. Os vinhos que procuro normalmente são coisas bem intrigantes de se conseguir, por isso quando meu amigo Guilherme Mair, do Um papo Sobre Vinhos, me convidou para tomarmos um exemplar do Didier Dagueneau, que jamais vi aqui pelo país, fiquei emocionado.

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O vinho era o Sancerre Le Mont Damné 2008, Chavignol de Dagueneau. Que vinho, como todos dele, que mineralidade e acidez, envolvidas em uma cor amarela, cristalina de muito brilho. Um sauvignon Blanc como só ele sabia fazer. Barricado, mas sem excesso, salivante e com aromas delicados de manteiga com limão. A acidez dos vinhos do Dagueneau chegam a incomodar os desavisados, mas acompanhados de um queijo de cabra formam um verdadeiro amálgama de sabores.

 

Spice Route Mourvèdre 2007

spice1Vermelho intenso e vibrante. Aroma expressivo e intenso com fortes notas de framboesa, cereja, pimenta e canela. Cheio em boca, com excelente equilíbrio entre fruta e madeira, balanceado e taninos macios. Um vinho sul africano bom e moderno, de vinícolas de 1997, plantadas num antigo trigal pelo visionário vinicultor Charles Back. O nome Spice Route traz exatamente a essência do vinho, cheio de especiarias, como parte da rota das especiarias do séc.XV. Promoção na Art du VIN – QI 3 Lago Sul, 3365-4078: R$ 69,00.

Vertical do raro Bordeaux Moulin D´Issan!

Pela primeira vez o DCV realizou uma degustação vertical do vinho Moulin D´Issan em Brasília. Esse vinho é um dos grandes achados de Bordeaux, pois tem qualidade, consistência e sem o preço abusivo (R$ 140,00) normalmente atrelado aos vinhos daquela região. Veja história desse achado aqui.

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Foram degustadas as safras 2004, 2006, 2007, 2009 e como vinho surpresa foi servido o segundo vinho do Chateau, chamado Blasson D´Issan 2007. Como disse, o que ficou claro foi a qualidade e consistência das safras. A degustação foi às cegas e não sabíamos qual safra estava sendo servida. O sommelier Francisco, ao final, revelou a sequência 09,07,06,04 e Blasson 07. O mais evoluído foi o 07, o que levou a maioria (inclusive eu) achar se tratar do 04. Já o 2004 era o mais distinto, levando a crer ser o vinho surpresa, incrivelmente em forma para o mais antigo dos degustados.

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Posso afirmar que o Moulin D´Issan tem o mesmo nível de qualidade do Chateau Reignac ou Ch. Haut-Condissas, vinhos que têm desbancado grandes nomes de Bordeaux (como Petrus, Lafite, Cheval Blanc…) em degustações às cegas promovidas constantemente pelo Grand Jury Européen.

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O Moulin D´Issan pode ser encontrado em Brasília na Vintage Vinhos do Brasília Shopping– tel. (61) 3326-1500. Procure pelo Alberto (Gerente). A safra corrente é a 09, as outras foram garrafas que venho comprando ao longo dos anos.

Vinhos de Portugal em Brasília

Esse ano o evento Vinhos de Portugal ficou a cargo da Exponor, que representada por Salvador Holstein e Maria Van Grichen, contou com o apoio de Petrus Elesbão (Vinum Brasilis) na realização dessa importante feira.

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O evento obteve a presença de 400 participantes que puderam se deliciar com os vinhos das mais diversas regiões de Portugal. Em sala montada ao lado do salão principal houve palestra da jornalista Suzana Barelli para os interessados nos tintos e  brancos selecionados por ela. Lotação esgotada.

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De tudo que provei o que mais me chamou atenção foram os vinhos alentejanos da Herdade da Malhadinha Nova apresentados pela simpática Ana Grimaldi. O Herdade da Malhadinha tinto com seus aromas de caldo de cana, juntamente com o Marias da Malhadinha que exalava cocada branca foram sem dúvida os melhores vinhos que bebi na feira.

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O evento só ocorreu em Brasília e São Paulo demonstrando a vocação da cidade para o vinho. Esperamos que no próximo ano a feira retorne aos nossos domínios.