Marcelo Piucco e seu menu inquieto

O chef Marcelo Piucco do restarurante L´Affaire, que fica no Hotel Mercure Eixo Monumental, foi um dos indicados a melhor chef da cidade na premiação da Veja no ano passado. Indicação mais que merecida, pois a cada 15 dias o menu do restaurante é alterado e com isso o cozinheiro tem que demonstrar criatividade e principalmente regularidade, o que não é fácil.

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Dessa vez o prato foi uma codorna recheada com farofa de cebola, passas e risoto de tâmaras. Para acompanhar, um pinot da Borgonha Les Charmeaux do produtor Henri Prudhon et Fils. Não é um Borgonha classudo, mas remete aos delicados vinhos daquela região, com baixa extração, suculento e ácido. 

Taurino Riserva 1998, o vinho do prazer!

…novamente na ITÁLIA (3)

Um verdadeiro ACHADO do DCV.  🙂

Um vinho de sabor celestial para um encontro de Astrônomos [risos].
 
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Taurino Riserva 1998 é um vinho perfeito para o prazer hedônico. Inacreditável como uma ampola de apenas 15 dólares pode ser tão boa a ponto de ganhar meus 91 pts, fácil. O vinho estava íntegro quando aberto. Aromas terrosos, tabaco e leve herbáceo. Na boca, surpreendeu. Super macio e bem estruturado apesar dos 14 anos de idade! Este INCRÍVEL vinho é composto de: 80% Negroamaro e 20% Malvasia Nero, e são da Puglia, litoral leste da Itália, costa da Mar Adriático. A vinícola é a Salice Salentino, cuja produção iniciou-se em 1976.

Além de tudo, ele se saiu muito bem com a refeição – no caso, um jantar com o amigo astrônomo Paulo Fernandes, provando uma deliciosa lasanha da fábrica de massas artesanais San Felice (na 412 Norte, BsB-DF). O encontro, regado a este delicioso vinho, foi com objetivo de iniciarmos um projeto de pesquisa astronômica na caça de meteoros, determinando suas altitudes. 

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Funciona assim (gráfico acima): cada um de nós observa os meteoros no céu noturno em dois postos de observação separados por 100 Km. Depois, juntamos os dados e encontramos a coincidência de avistamento para um mesmo meteoro. Daí, por um método matemático chamado paralaxe, ou triangulação esférica, conseguimos calcular a que altitude passou aquele meteoro avistado no céu. Simples, né?! Bem, é sempre bom deixar claro que a observação astronômica jamais vai combinar com o consumo de vinho (álcool!), certo, mas para aproximar os amigos da Astronomia e da Enogastronomia, ah, isso vai.  😉
 

Bramito, um grande Chardonnay da Umbria

…continuando na ITÁLIA 2  (sequência do Crognolo).  😉

Da Umbria, ali coladinha no sudeste da Toscana (Itália), vem surgindo brancos expressivos e apaixonantes. É o caso deste branco inconfundível. O Bramìto del Cervo Chardonnay 2007.

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Um chardonnay de autêntica alma toscana, e principalmente, de realeza. Criado por nada menos que o “mestre” Marchesi Antinori – quem já ouviu falar de Tignanello ou Solaia, os primos-irmãos do Sassicaia – sabem bem do que estou dizendo. Produzido no Castello della Sala, um castelo de linda arquitetura medieval do século XIV, adquirido pelo clã Antinori em 1940.

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A sequência deste chardonnay começou a ser elaborada em 1994, com a primeira safra do rótulo. A prova foi feita acompanhando um Bacalá (bacalhau) em Posta assado ao Forno com Ervas e anis, e batatinhas cozidas, no Papelote. Má, quê!, nem preciso dizer que ficou maravilhoso, pois este branco tinha uma acidez marcante para o peixe em questão. A cor do vinho era amarela com traços dourados muito bonitos. Olfato clássico desta casta, aromático com baunilha e tostado, não muito. Textura agradável e boa complexidade. Completo, ainda mais pela passagem estratégica de cinco meses em barricas francesas de carvalho. Avaliação: 90 pts. Elegância total. E meu Bacalá agradeceu.  🙂

Crognolo, um supertoscano de primeira linha

Captura de tela 2013-04-21 s 15.43.30Tomei este clássico de Chianti ano passado e voltei a prová-lo em 2013. Mostrou-se IMPECÁVEL. 
Estou a falar do CROGNOLO IGT 2008, da Tenuta Sette Ponti, considerada uma das três melhores vinícolas da região da Toscana, na Itália. A propriedade foi adquirida por 
Alberto Moretti em 1957 mas só tornou-se notória com seu filho Antonio Moretti, que contratou ninguém menos que o enólogo Carlo Ferrini para produzir vinhos a partir da década de 1990. Deu certo! Hoje além do Crognolo a casa faz o igualmente bem criticado ORENO – outro sucesso vitivinícola.

O Crognolo leva em sua composição basicamente a Sangiovese, mas ainda, 10% Cabernet e 10% Merlot, que o suavisam esplendidamente. Esta safra produziu só 7.000 grfs. A primeira safra de 1998 foram apenas (800 gfs)! A prova foi muito bem recebida. Nariz bem aromático em cassis e mentol. Na boca pura elegância com taninos vivos e nada agressivos. Especiarias também surgem com cerejas. De corpo médio e uma cor violácea/rubi – denotando estar jovem – possui ótima estrutura e uma acidez viva, o que cabe perfeitamente com vários tipos de refeições. Tanto que para ele preparei um clássico Ossobuco fiorentino com talharim ao sugo e limão italiano (foto). Combinação suprema.
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Um vinho fabuloso desta maravilhosa vinícola. Nota: 92 pts. Este rótulo, inclusive, aparece no Guia de Neil Beckett – “1001 Vinhos para Beber Antes de Morrer”. E concordo plenamente com eles. Este ao menos já provei antes de minha partida para o além!

Festa de Lançamento do Gourmet Butler

Nessa semana houve o lançamento do Gourmet Butler que apresentou seu Clube de Vinhos como primeiro produto de um portfolio a ser lançado ao longo do tempo.

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A festa aconteceu no Unique Palace próximo a ponte JK e contou com 900 convidados que puderam degustar, conhecer e se associar ao Clube de Vinhos já no evento. Havia duas opções de associação: A Premium Selection em que o associado recebe em casa rótulos distintos de excelente preço/qualidade e a Royal Selection, composta de vinhos diferenciados de safras memoráveis.

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Agregando valor para o associado também foi lançado o Butler Free Pass que permite ao participante levar o vinho do mês aos restaurantes parceiros do Gourmet Butler, sem que seja cobrada taxa de rolha- Trattoria da Rosário, L´Entrecote de Paris, Bottarga, Lakes, El Negro, Cantucci Bistrot, Dom Francisco.

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Esq.p/Dir: Gentil Jr, Gilberto Zortea, Marco Rachelle, Celso Jabour, Petrus Elesbão, Eugênio Oliveira.

O Gourmet Butler é um produto do Grupo Sweet Cake que esse ano completa 20 anos de existência sob o comando de Simone e Celso Jabour. O Butler está sob a gerência do filho Guto Jabour e os curadores de vinhos são Celso Jabour e Eugênio Oliveira (DCV). Na parte gastronômica a curadoria ficou a cargo de Gabriela Jabour e Stefânia Barreto (blog Com Uma Pitada de Açúcar) e Destinos e Restaurantes com Gilberto Bolognani. Para saber mais sobre o Butler acesse:

www.gourmetbutler.com.br

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Celso Jabour, Luiza Jabour, Claudia Baiseredo, Walmir Carvalho. Fotos: Pablo Valadares.

Elena Walch, um Gewürztraminer de origem

Gostaria eu de iniciar este artigo falando da origem italiana da uva gewürztraminer… Por ela ser autóctone da comuna de Tramin, no alto Adige, na Itália, etc… Que a Alemanha apenas expandiu sua plantação e fez o sucesso desta deliciosa casta, e blá, blá, blá. Bem, isto também é um bom começo para conhecimento geral dos leitores.

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Mas o que me leva ao tema deste artigo é a minha dúvida atroz, que por raríssimas vezes me vi num dilema. Ao provar este vinho, de uma produtora reconhecida na produção deste branco típico, encontrei-me numa sinuca-de-bico, numa verdadeira encruzilhada de pensamentos. O vinho era o Gewürztraminer Elena Walch DOC 2007, provado numa degustação técnica com amigos da Confraria Amicus Vinum, há duas semanas. Confesso que estava ansioso por provar este branco autóctone da Itália.

Indo direto ao assunto, ao terminar a degustação não sabia se conceituava o vinho com 90 ou 84 pts? Isto raramente acontece comigo. O vinho tinha cor palha-amarelo brilhante. Bonita. No aroma começaram as dúvidas. Era aromático mas não tanto quanto seus pares alemães. Talvez a idade o tenha esmaecido. A prova da boca foi ainda mais difícil. Vieram lichias e também rosas. Uma tipicidade incrível, talvez característica desta casta na terra natal. Mas veio também um dulçor nada agradável para um vinho seco – esperava mais seco, parecido aos alemães. Ele apresentou certo gosto verde; um amargor que não chega a prejudicar o vinho, pelo contrário, o torna bem autóctone. Enfim, para ser razoável na análise e usando o bom senso, resolvi chegar aos 87 pts. Na média, hein!  😉  

Se você já provou este vinho, pedimos encarecidamente sua opinião para ajudar na avaliação desta ampola. O DCV e demais internautas agradecem.

Diego Arrebola e o Campeonato Mundial de Sommeliers

De passagem meteórica por Brasília, Diego Arrebola prestou consultoria a uma rede de restaurantes que tem loja na cidade e retornou a São Paulo no mesmo dia.

Recém chegado do Campeonato Mundial de Sommeliers realizado no
Japão/Tóquio entre os dias 27 a 29 de março, Diego foi o representante do
Brasil – Credencial conseguida com o título no 8 Concurso Nacional de
Sommeliers- tornando-se apenas o quinto Sommelier a obter o título de
Campeão Brasileiro. Os dois primeiros Brasileiros foram vencidos por
Gianni Tartari, o terceiro por Manoel Beato/SP, o quarto e quinto por
Dionísio Chaves/RJ, o sexto e sétimo por Guilherme Corrêa e o último por
Diego Arrebola.

Estive com ele e conversamos sobre o Campeonato Mundial, das chances
brasileiras, das surpresas, do tempo e investimentos necessários para se
representar bem o país.

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Diego me contou que o campeonato se resume a 70% de vinhos (incluindo
enologia e geografia) e 30% outras bebidas, dentre elas água. Isso mesmo,
água, e há perguntas na prova escrita em que eles relacionam marcas
comerciais de água do mundo todo e o candidato tem que responder de que
país ela pertence.  Já houve uma marca chamada Bahia e sabe de que país
era? Isso mesmo, Argentina.

O nível dos candidatos é muito alto, há sommeliers com oportunidade de
viajar, fazer cursos e estágios com profissionais que já foram campeões
mundiais, como foi o caso da argentina Maria Paz que estagiou por 03
semanas com o último campeão Gerard Basset. A candidata canadense
Véronique Rivest que se tornou campeã Pan-Americana em Bento Gonçalves
investiu 40 mil dólares na preparação para o mundial após esse título.

54 candidatos e no primeiro dia as provas são escritas, orais, degustação
de vinhos e destilados, conhecimentos gerais, decantação, etc. Para todos
os candidatos. No dia seguinte apenas os 12 melhores continuam (nunca
houve participação de um brasileiro nessa fase semifinal e foi a primeira
vez que um latino-americano alcançou essa etapa com a argentina Maria
Paz). No terceiro dia ocorre a final com os 03 melhores classificados.
Esse ano tornou-se campeão o Italo-Suíço Paolo Basso que já vem
participando desse campeonato desde 2000 e já tendo sido vice-campeão em 03
oportunidades (2000,2007,2010).  Basso era o favorito e segundo Diego o
último dos veteranos a se sagrar campeão. Para o próximo mundial ele
acredita que o vencedor será um dedicado acumulador de conhecimentos, com
tempo e dinheiro para investir na preparação; a não ser que surja um novo
fenômeno como foi Enrico Bernardo em 2004 e Andreas Larsson em 2007. A
vice-campeã foi a canadense Véronique Rivest e o terceiro lugar ficou com
o belga de 30 anos Aristides Spies em uma final com 5.000 espectadores.

As surpresas foram a não classificação para semifinal do
sommelier japonês Satoru Mori, a argentina em 11 em 12 e o francês David
Biraud em 12 e não indo a final no dia seguinte, ele que havia sido
finalista em 2010, ficando em 3 lugar atrás do campeão Paolo Basso que foi vice naquela ocasião.

Ah! O Diego Arrebola ficou em 22 lugar dentre os 54 candidatos, o que
considero uma ótima colocação para um país sem tradição no mundo do vinho
e que o sommelier tem que custear todo seu preparo sem um apoio maior.
Parabéns Diego, e como você disse, o próximo campenato brasileiro – que
credencia ao mundial daqui a três anos- começou ontem!

Lançamento do Gourmet Butler- Vinhos Diferenciados

Terça-feira próxima, dia 09 de abril à partir das 17:00 estará sendo lançado oficialmente o clube de vinhos Gourmet Butler no espaço Unique ao lado da Ponte JK. Com a presença de parceiros como Mistral, Vinci, WineBrands, Champagne Perrier Jouet, Art du Vin e a marca de conhaque mais sofisticada do mudo Louis XIII, o evento tem a chancela da Sweet Cake, empresa consolidada no país há mais de 20 anos no mercado.

O DCV tem algumas entradas para serem distribuídas aos nossos leitores de Brasília, basta que enviem nome completo e telefone para o e-mail [email protected]

Convite