Cinco Brancos numa noite Suíça

Maia2a

No último sábado (30) a confraria Amicus Vinum fez sua confraternização de fim de ano. Foi uma noite de degustação de vinhos brancos, com tema: a Suíça. MEMORÁVEL. O tema era para combinar com o jantar servido, por isso os vinhos brancos. Os anfitriões da vez foram Zeca Maia e Emmily, que não mediram esforços para que a noite fosse realmente típica (a mãe da Emmily, D.Trudes é nascida na Suíça). Até a decoração, com suplás, toalhas, guardanapos e bandeirolas tinham os motivos típicos. O Menu foi uma Raclette tradicional suíça: queijos derretidos servidos com batatas,  cebolas, picles, páprica, pimentas e conservas. Até o queijo era tradicional, produzido pelo queijeiro suíço Stephan Gaehwiler, artesão do queijo de Corumbá (GO) que fornece artesanalmente queijos suíços para Pirenópolis e Brasília, e até Embaixadas (França, Alemanha e inclusive Suíça), que dispensaram os importados e só consomem o da “Queijaria Alpina”, nome de sua agroindústria fundada há 30 anos. Legal, né. Grande sacada da confrade Emmily. Mais um ponto p/ Brasília. E VIVA A SLOW-FOOD.

Maia1a
Sequência idêntica das 5 garrafas acima (ordem serviço: esquerda p/ direita)

Os cinco vinhos escolhidos pelo Maia e Adrolado Quintela foram – na ordem de serviço: 

1. Chablis F.Collin Barollet 2011 (França) – um vinho raso, despretensioso, cor palha/esverdeado, bom à mesa com peixes e aves e p/ o dia a dia. Definitivamente não faz jus aos “Chablis” de maior estirpe. Vi notas valiosas p/ este exemplar, mas creio haver um “leve” engano na avaliação [risos]. Sem comparações aos chablis que já provei. 85 pts.

2. Herdade da Comporta 2011 (Portugal) – meu preferido da noite, e segundo na escolha do grupo, com 3 votos. De todos o que mostrou mais elegância. Seu blend inusitado de Arinto e A.Vaz (uvas brancas) foi seu diferencial. Evoluiu muito na taça após 30 minutos, com seu gostoso buquê. Na boca boa acidez e persistência. Cor amarelo-ouro. Este alentejano foi o escolhido p/ harmonizar com a raclette. Nota 88 pts

3. ENZ Rui Reguinga 2011 (Portugal) – este o preferido do grupo (4 votos – um a mais que o Comporta!). Em princípio conquista pelo aroma cítrico e notas de frutas em calda. Médio final de boca, com acidez equlibrada. Cor amarelo-palha. Faltou-lhe personalidade na taça após meia hora, mas custo/benefício compensa (80,00). Feito da uva Encruzado, no Dão, com pequena maturação em carvalho. Nota 87 pts.

4. Chivite 125 Blanco 2007 (Espanha) – um dos poucos chardonnays da Espanha. Alcançou 90 pontos de alguns críticos em safras específicas, sem muita consistência. Chocante aroma de milho na entrada, permanecendo por horas até desparecer ao final da noite (ufáhh! [risos]). Cor dourado límpido, e boca com pouca acidez. Equilibrado e harmônico. Mas nada em parecido com a chardonnay que conhecemos, muito pelo contrário, apenas a miga Marcelle acertou sua casta. Seu preço: 52 €. Nota 86 pts.

5. Trossos tros blanc 2011 (Espanha) – feito da uva Garnacha branca (raridade!), talvez a safra esteja a prejudicar este branco de Montsant, da região do Priorat, onde saem vinhos espetaculares. Cor palha límpida, aromas tostados e toque mineral, denotando envelhecimento superior – melhor tomá-lo em 3/4 anos! Muito jovem, com estágio 10 meses em barricas. Preço salgado pelo que apresentou: 45 €. Menor nota minha da noite: 85 pts.

Maia3a Maia4a