Vinho Uruguaio De Lucca

Considero os vinhos uruguaios os mais interessantes do trio Argentina/Chile/Uruguai. Não falo dos reconhecidos tannat que tanto falam quando o nome do país é citado. Na verdade, não aprecio vinhos tânicos, densos e extraídos. 

No Uruguai há vários produtores que me encantam e um deles é o Reynaldo De Lucca. Dentre seus vinhos, meus preferidos são o Cabernet Sauvignon, Pinot Noir, Marsanne e Sauvignon Blanc. Esses dois últimos até a safra 2006 (já fora de catálogo), pois a partir de 2007 De Lucca passou a fazê-los ao estilo tradicional.

Anteriormente ele os fazia com uma parte das uvas botritizadas, o que dava um toque diferente e especial a esses vinhos.

O vinho provado foi um Marsanne 2005 que apresentou essa cor linda de amarelo ouro e aromas de abacaxi em calda, marmelada e caldo de cana. Uma acidez decadente em corpo untuoso.

deluca

 

Marsanne De Lucca 2005

Considero os vinhos uruguaios os mais interessantes do trio Argentina/Chile/Uruguai. Não falo dos reconhecidos tannat que tanto falam quando o nome do país é citado. Na verdade, não aprecio vinhos tânicos, densos e extraídos. 

No Uruguai há vários produtores que me encantam e um deles é o Reynaldo De Lucca. Dentre seus vinhos, meus preferidos são o Cabernet Sauvignon, Pinot Noir, Marsanne e Sauvignon Blanc. Esses dois últimos até a safra 2006 (já fora de catálogo), pois a partir de 2007 De Lucca passou a fazê-los ao estilo tradicional.

Anteriormente ele os fazia com uma parte das uvas botritizadas, o que dava um toque diferente e especial a esses vinhos.

O vinho provado foi um Marsanne 2005 que apresentou essa cor linda de amarelo ouro e aromas de abacaxi em calda, marmelada e caldo de cana. Uma acidez decadente em corpo untuoso.

deluca

 

Viejas Tinajas De Martino, um vinho controverso!

Tinajas2012

Confesso que ao ouvir falar neste lançamento da De Martino, em 2012, tratei logo de conseguir uma prova desta ampola. A história deste vinho é surpreendente, a começar pela forma de busca do vinhedo para sua fabricação. Seu enólogo, o incrível Marcelo Retamal, pesquisou dezenas de sítios entre os Andes e o deserto chilenos para achar uma uva francesa praticamente esquecida do mundo, a Cinsault. O segundo ponto positivo é a produção do vinho ser feita inteiramente de forma ancestral [e artesanal, claro!], dentro de gigantes ânforas (tinajas) de barro (Foto abaixo), onde ele é fermentado e amadurecido com bagos inteiros por meses, até o engarrafamento, feito sem filtragem e com mínimo de conservante. Ressalto que este não é um método muito conhecido por nós do século XXI, e estes saberes antigos são de certa forma passíveis de erros de interpretação por nossa atual sociedade. Este tipo de vinificação – em ânforas de barro – não é novidade, eis que já existem alguns bem sucedidos produtores na Itália e Portugal a nos brindar com excelentes amostras.

Foram felizes os chilenos nesta aventura? Bem, agora vem a minha “história” [risos]. Anforas

Surpreendeu-me ver logo de início tantas excelentes avaliações para esta ampola da De Martino. Então fui logo à prova. Primeiro provei o Viejas Tinajas Cinsault 2011, em outubro de 2012…Hummmm, nada bom…?! O vinho tinha cor violácea com pouco/médio corpo. Aromas de amoras e cerejas frescas e florais, com reprodução no gosto, além de leve especiarias. Na boca não surgiu muito a lembrança do barro como vi em muitos relatos, mas um sabor herbáceo de incomodar. Algo me parecia não muito bem acabado, principalmente considerando que trata-se na minha opinião da melhor vinícola chilena da atualidade. Pensei logo nos métodos de produção, aos quais já citei no primeiro parágrafo. Faltava conhecimento com o manuseio das tais ânforas centenárias e o controle dos processos químicos que elas trazem. Enfim, nem nota consegui atribuir para o vinho; que deixei para oportunidade seguinte.

Em 19/08/2013 veio a segunda prova da mesma safra 2011, a qual ocorreu na feira de vinhos Decanter Wine Show 2013, em Brasília. Foi a comprovação [triste] de que minha garrafa anterior estava em perfeito estado. Alguns amigos enófilos com anos de experiência também experimentaram sensações parecidas. Os aromas vieram quase iguais, com amoras frescas, flores e um leve frugal. Menos especiarias desta vez e com mais corpo: médio. Cor violeta e rubi. Um vinho para ser bebido jovem. Na boca validou minha primeira impressão a respeito do domínio dos métodos de produção. Nota 87 pts. Que me perdoem o Guia Descorchados, que anotaram incríveis 92 pontos nesta primeira safra, repetindo: primeira safra?! TapiaGuia

Com extrema curiosidade, corri atrás da nova safra do Viejas Tinajas Cinsault 2012. A prova foi em 04/12/2013 na 1a. Feira Vinho & Arte, de Brasília. Lá estava a ampola que ansiava tomar, pois sabia de antemão que o Descorchados tinha anotado os mesmos 92 pontos e eleito o melhor vinho de castas distintas do Chile. Boa surpresa – que gostei de imediato, pois vinho trata-se de produto alimentício que requer conhecimento e manuseio dos processos industriais, agrícolas e naturais, e que isto não é fácil de obter, sempre. A cor violácea com rubi no centro mostrava corpo médio; quase turvo. Os aromas de frutas vermelhas frescas permaneciam, com leve florais e especiarias. A estrutura e taninos suportavam bem a imersão nas tinas de barro, que davam leve e delicioso sabor de terra ao líquido. Harmonia perfeita entre álcool e acidez. Muita elegância mostrava este exemplar. Um vinho que não cansa e diferente de tudo que já provei. Acho que acertaram a mão, suspirei com enorme felicidade! Estou a postos para provar nova garrafa. Nota: -91 pts, convencido, héhéhé.

Ircchhh…acabei de saber que a safra 2013 saiu e que a avaliação do Guia Descorchados 2014 foi de 94 pontos para o tinto Cinsault e 96 [Waw!] para o branco Viejas Tinajas Muscat 2012. Essa eu pago pra ver – e provar.  🙂

TinajasMu2012