Viadero de Albillo 2014 – Êta branco bão!

Valduero de Ribera del Duero. Esta é a vínicola produtora deste vinho autóctone, que enche a boca de sabores indescritíveis! Este exemplar único, que foi o primeiro vinho branco a ser produzido na região demarcada de Ribera del Duero, é uma delícia.

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Viadero Blanco de Albillo 2014, produzido apenas 36mil garrafas, de uma uva desconhecida e só existente naquela região da Espanha: a Albillo, ou como também a chamam, Blanca del País. Cor amarela-palha. Aromas de pera, abacaxi, alguns cítricos que repetem na boca, e pão fermentado. Um vinho com bom corpo, acidez marcante e suave. Fácil de beber – e beber em garrafas (Rsrsrs!). Na boca tem boa persistência, untuoso e denso sem ser pesado. A resfrescante acidez fecha a completude do líquido com extrema elegância. Nota: 90 pts, com folga para além!

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Harmonizou com pefeição ao meu retorno às caçarolas, com um fettuccine ao frutos do mar (mexilhões, polvo e lula), servido com salada mediterrânea.

Quer apreciar um branco de ótima qualidade, sem medo de ser feliz, especialmente aos ainda iniciantes na “arte dos brancos”: este é o vinho!  Uma ampola para se comprar em caixas, certamente.

Soli Pinot Noir – Nota que não vale a “Nota”

Há duas semanas provei um vinho que achei nas SOLIgôndolas de uma loja Hortifruti, em Brasília, em uma das minhas tantas pesquisas por garrafas inusitadas. O vinho me chamou atenção pela origem incomum. Não que seja impossível, mas era um produto de um local ancestral na produção de vinhos, a Bulgária.

Logo recolhi a ampola e coloque-a no carrinho das frutas e verduras que comprava. O vinho era um SOLI Pinot Noir 2013. Ao chegar em casa, curioso, fui à busca de informações sobre esta intrigante combinação: um vinho búlgaro, da uva pinot noir, a um preço impraticável (R$ 44,00)!

Neste caso surgiram duas comprovações que sempre me remetem à controversa disputa entre: vinhos “pontuados” X avaliados “na vida real” por degustadores experientes. Este, por exemplo, não me lembro qual safra, recebeu nada menos que 90/100 pontos da revista inglesa Decanter (?!), sendo seguido por alguns enófilos que publicam matérias na Internet.

Na minha opinião ficou claro a influência da nota no caso em questão! Por isso sempre devemos tomar muito cuidado na aquisição de um vinho exclusivamente pela nota atribuída por críticos/revistas. Elas servem apenas como sugestão; não como uma verdade absoltuta sobre o assunto. Devemos levar em conta o perfil do crítico. Para onde [quem] ele escreve, para quem trabalha, qual seu índice de imparcialidade, sua experiência. E sobre o vinho: qual safra foi avaliada, qual o produtor, onde a garrafa foi vendida e como é armazenada. Tudo isso pode influenciar na qualdade final do líquido.

Nesta minha avaliação (e lá se vão mais de 2.500 provas publicadas) o vinho tinha aroma bom, cereja e leve tostado que repete na boca. A cor era límpida e clara, lembra bem o claret de uma pinot noir. Mas na boca as semelhanças param por aí. A entrada era com acidez ríspida. Harmonia entre taninos e acidez descompesada, com total falta de estrutura. Mas o líquido estava íntegro, nada de bouchonné ou acético (avinagrado), muito pelo contrário, especialmente pela bela cor. Ainda muito álcool residual, sem dispersão. Certamente que não pode-se exigir muito de uma garrafa que custa 5 dólares (44,00) mas existem muitos vinhos de ótima qualidade nesta mesma faixa de preço – lógico que não de pinot noir. Nota: 85 pts, com muito esforço.

Se isto é o que a Bulgária produz de melhor, ou se existem outros vinhos – e deve haver, eles vão ter que remar mmuuuiiito para chegar perto do aceitável. Me desculpem os demais críticos mas dar 90 pontos nesta garrafa foi exagerado ao extremo, e no mínimo, irresponsável.