20 MELHORES VINHOS AVALIADOS PELO DCV,
NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2010.
No último sábado (5), minha equipe de Gastronomia da Faculdade promoveu uma autêntica festa de Babette, regada a muitos Vinhos! A ideia era simular uma prova de cozinha que faremos na semana de 21/6. Foram convidadas 23 pessoas para a comilança [risos]. Os pratos para este banquete eram seis, com guarnições e acompanhamentos distintos, resultando em 15 preparações simultâneas. Os intrépidos cozinheiros-Chefs deste memorável jantar foram:
O Menu:
Foi um desafio enorme mas muito gratificante, pois demos conta do recado e todos os comensais saíram satisfeitos com o que provaram. Para vocês terem ideia do sufoco que enfrentamos, vejam os números astronômicos deste jantar: a) 5 Kg de verduras e frutas; b) 3,7 Kg de condimentos e temperos; c) 1 Lt de vinho; d) 2,2 Lts de azeite, óleo e manteiga; e) 7,5 Lts de fundos e molhos; f) 14,3 Kg de carnes. Total = 34 Kg de mantimentos, para 23 felizes convidados…Woww!!
Além da magnífica refeição, não poderiam faltar as bebidas. Vinhos da melhor qualidade para todos os gostos; de espumantes a tintos, passando por brancos e fortificados. Mais sucos e refrigerantes (erch, êpáhh…). Para não perder o costume trago abaixo a lista deles com uma breve avaliação. Os destaques ficam para o Colección Universo, um blend maravilhoso da Neuquén, feito com Malbec, Merlot e Cabernet. Sabor amoras e ameixas. No início aparece o carvalho e baunilha resultante dos 15 meses em barricas, mas logo em seguida se aveluda e causa furor em elegância. Leva ainda 18 meses na garrafa antes da comercialização. Estupenda surpresa. Nota 91 pts. Outro que fez bonito na noite foi Crasto Douro, um velho conhecido que novamente manteve a classe, com ar imponente. Bela estrutura e finíssimo. Toques frutas secas e leve achocolatado. Delicioso e sempre pedindo um pouco mais. 87 pts.
Os Vinhos:
…Profissionalmente tento harmonizar cada prato com o vinho que corresponde. Acho que “La cata” (as provas e as degustações) é o eixo da conduta de todo cozinheiro, que deve ter a sensibilidade e saber avaliar se é correta a harmonização ou retificar se for necessário.
DCV – É notório que a vitivinicultura argentina é muito forte. Será que devido a isto sua gastronomia é bastante elaborada e de grande qualidade? O que você pensa disso?
Max: Acho que não é por causa só da vitivinicultura que a gastronomia é elaborada e de qualidade. São dois fenômenos que estão muito relacionados e crescendo ao mesmo tempo. Mas, sim, acho que foi devido ao importante aporte dos imigrantes europeus na Argentina e que conheciam muito bem as técnicas vitivinícolas e o cultivo das variedades aptas para vinhos finos, que a vitivinicultura argentina é de qualidade e o mesmo com a culinária, que somou técnica aos produtos regionais.
DCV – Apesar do pouco tempo de contato, qual sua impressão da culinária brasileira?
Max: Acho uma gastronomia muito interessante devido à diversidade de produtos que tem e as pessoas estão se interessando pela alta cozinha. Então, está tendo uma geração de novos Chefs brasileiros que levam os sabores tradicionais à alta cozinha, pessoas que conhecem profundamente ingredientes e sabem aproveitar a maior biodiversidade do mundo, os aromas e sabores que a natureza oferece. Quero nomear a Alex Atála, como referente dessa geração – um GRANDE chef.
DCV – Bate-Bola: um prato e um vinho para harmonizar?
Max: Vou falar do prazer que significa para mim uma boa carne vermelha na brasa acompanhada de um Malbec.
Momento telúrico no DCV. Dando continuidade à postagem do dia 10, transcrevo abaixo o ensaio poético sobre o clamor da selva Amazônica. Inspirem-se.
Encontro de cores
Encontro de sabores
Encontro de amores
Encontro de lazeres
Encontro de prazeres
Encontro de saberes
Encontro da natureza
Encontro da pureza
Encontro da beleza
Encontro da certeza
Encontro do sem fim
Encontro das águas do Amazonas
Encontro de vidas
Encontro de mim.
Na última 2a.feira passei por uma experiência de volta às origens alimentares. Não é de hoje que todos sabem da minha predileção pela gastronomia ítalo-brasileira. Mas o que poucos sabem é que sou nascido em Manaus, capital do Amazonas. Na academia – faculdade de Gastronomia – aprendemos muito sobre várias culturas gastronômicas e o curso dado naquele dia retomou as origens de minha família. O curso foi de Culinária Indígena, dado pelo professor Estêvão Santoro, que também é nascido no Amazonas. Dentre as curiosidades e dados pitorescos da cozinha das etnias indígenas brasileiras, foram apresentados pratos de sabor inigualável, como: purê de banana pacovã (da terra); salame de cupuaçu; cuscuz amazônico (feito com farinha do Uarini); e o famoso Pirarucu de Casaca (o bacalhau brasileiro!). O auditório lotou (com mais de 50 ouvintes) para ver a produção na cozinha demonstrativa do IESB. Vejam as fotos. Além do aspecto técnico-cultural, Estêvão criou um ambiente lúdico ao qual raramente presenciei. Tanto que até poeta o professor manauara virou, e emocionou a todos com a declamação de poesia própria sobre o clamor das selvas.
Para acompanhar o delicioso peixe amazônico, pensei em duas ampolas brancas para harmonizar, que tivessem um leve toque amadeirado. O primeiro foi o Chardonnay Reserva Del Fin del Mundo Patagonia 2005 (Argentina). Vinho com sabor de frutas cítricas, abacaxi, e boca amanteigada, com passagem de oito meses em barricas de carvalho, combinando com a forma de feitura do Pirarucu de Casaca, que se assemelha ao bacalhau salgado, mas com sabor menos acentuado, tornando-o uma iguaria cada vez mais apreciada pelo mundo afora. O segundo vinho é um Quinta do Cidrô Chardonnay (seis meses de barrica), para lembrar a terrinha portuguesa do bacalhau.
Data: 15/05/2010 – Sábado.
Hora: 09:00 h.
Duração: 4 horas/aula.
Local: Hotel Naoum Plaza (SHS Qd 5 bloco H)
Valor do Curso: R$ 120,00 (por pessoa, incluso curso de degustação e Almoço / Feijoada).
Reservas e Informações: (61) 3427.4266 ou (61) 9986.5161 com Jorge.
E-mail: [email protected]
Outro dia conheci um novo restaurante francês. Bem, não era tão novo, pois já existe a par de anos, mas nunca havia comido nele. Trata-se do Toujours Bistrot, na 405 Sul – nova casa do proprietário do restaurante Fred. Não podia ficar sem falar nele por dois motivos. O primeiro é que o cardápio é recheado de pratos próprios da cozinha francesa (nem sempre isto ocorre em outras lojas) e segundo, porque o vinho que tomei lá marcou meu paladar até o momento destas palavras. Sabem aqueles vinhos que marcam não por serem caros ou “badalados” mas pela impressão que deixam em atentos paladares. O bacana é como alguém consegue fazer um vinho tão bom com tanta simplicidade.
Estou falando do vinho Guilhem Moulin de Gassac 2006, da tradicional Mas de Daumas Gassac, que provei com um “Confit de pato com pele crocante à perfeição, sobre batatas de ervas a dorê” (foto). De cair o queixo! O rótulo não é o mais caro da vinícola – ao contrário (60,00). É o básico modelo que marca pela elegância e mostra a força e qualidade dos Vin de Pays (não AOC’s)franceses. Na verdade, a Mas de Daumas Gassac rotula seus grandes vinhos como “vin de pays” apenas para fugir aos rigores das denominações do Languedoc, de onde vem este delicioso vinho. No Languedoc as castas básicas para tintos são Carignan, Grenache Noir, Cinsaut, Mourvèdre e Syrah, dentre outras. O Guilhem leva quase 80% de Carbernet sauvignon, e torna a Mas de Daumas uma das únicas na região a usar composições diferentes em seus produtos, o que fazem com enorme qualidade e propriedade, sendo reconhecidos mundialmente. Temos aqui mais uma prova de que preços de vinhos franceses chegam a rivalizar com demais países quando sabemos experimentar e pesquisar um pouquinho. Se você já provou vinhos franceses a bons preços, comente conosco.
Um amigo cozinheiro (Jorge, da creperia C’est si Bon) certa vez me pediu que fizêssemos uma coluna para apresentar vinhos de qualidade, que pudessem ser comprados a qualquer hora e com facilidade, a preços acessíveis ao público. Pois bem, preferimos seguir em outra direção e preparamos uma lista especial para esta ocasião – o JUBILEU de Brasília. Separamos vinte rótulos, todos indicados pelo DCV como muito bons e ótimos, para deleite dos leitores. Ressaltamos que há pouco tempo o binômio bom e barato não combinava com o mundo do vinho. Para alegria do consumidor esta realidade mudou e mais vinhos de qualidade passam a fazer parte do leque de opções para os apreciadores da sagrada bebida. É hora de experimentar. Então, aproveitem estas “barbadas” e comemorem o aniversário de nossa amada Cidade, com vinhos especialmente indicados! Que venham mais 50 anos de muita prosperidade e qualidade de vida para nós e as futuras gerações. PARABÉNS Brasília!
ÁFRICA DO SUL
* Fleur du Cape Pinotage 2005, R$50,00
* Porcurpine Ridge Syrah 2006, R$50,00
ARGENTINA
* Santa Júlia Res.Tempranillo – Zuccardi 2006, R$ 45,00
* Anubis Malbec 2008, R$19,90
* Septimo Dia Malbec – Bodega Septima 2005, R$ 50,00
AUSTRÁLIA
* Jacob Creek chardonnay 2004 – Branco, R$ 50,00
BRASIL
* Vallontano Tannat 2005, R$37,90
CHILE
* Toro de Piedra Gran Res. – Cabernet 2003, R$ 50,00
* Viu Manent Res. – Carménère 2006, R$ 48,00
ESPANHA
* Artazuri 2005, R$ 50,00
* Pata Negra Gran Reserva 2007, R$45,90
* Abadia Vegas 2007, R$19,90
FRANÇA
* CASCAI Rosé – Chateau Ferry Lacombe 2008, R$ 50,00
* Cyrcus L’Ostal Cazes – Syrah 2003, R$ 49,00
* Chateau Bel Air 2006, R$42,06
PORTUGAL
* Vinhas Velhas Branco – Luis Pato 2006, R$ 47,00
* Monte Velho – Adega Alentejana, R$26,00
* Alandra 2006, R$15,00
* Vidigal Dão DOC 2007, R$25,83
Esses vinhos podem ser encontrados nos seguintes distribuidores, variando o preço:
Expand, Mistral, Vinci, Grand Cru, Adega Brasília, Super Adega, Portofino e Pão-de-Açúcar
Para não dizer que não avisei, saibam que vinho é definido pela O.I.V. (Office International de la Vigne et du Vin) como a bebida alcoólica resultante da fermentação do mosto (suco) de uvas frescas. Qualquer outra bebida fermentada não obtida dessa forma não pode ser denominada vinho (como é o caso do “vinho” de jabuticaba, do “vinho” de maracujá, etc.).
Brasil Sabor Brasília 2010!
De 14/04 a 16/05 o Brasil será palco do maior festival gastronômico do planeta. São mais de 2.000 restaurantes mostrando o que o Brasil tem de melhor e inovador em sua culinária, apresentado em quase todos Estados. Repetindo o sucesso das quatro edições anteriores, os estabelecimentos participantes oferecerão ao público, a preços diferenciados, durante todo o período do Festival, um prato específico para o evento, que melhor represente a “Comida do Lugar” levando em consideração a especialidade da casa, as características e tradições de cada região. Brasília está representada com 68 restaurantes (recorde nacional de participações!), servindo o que há de melhor de nossa gastronomia. PARTICIPE e aproveite para provar grandes iguarias a preços verdadeiramente “saborosos”. Visitem o Site e façam suas escolhas (SaborBR).