Leonardo da Vinci e sua mirabolante cozinha

Acabei de assistir a peça ao lado e recomendo [indicação da amiga Ana Lúcia]. IMPERDÍVEL, pois fala de nossa paixão: gastronomia e vinhos. EXCEPCIONAL. O ator é DEZ e a ideia de contar a história quase desconhecida, deste que é um dos maiores pensadores do Renascimento, Leonardo da Vinci, num enredo teatral, ficou genial, valendo o nome de seu protagonista. A peça conta de forma hilariante e inteligente – quase morri de tanto rir – as desventuras como Chef de cozinha, que criou e gerou grandes inventos como por exemplo: o guardanapo. Isto mesmo! Foi invenção de mestre Leonardo. Dentre outras “coisitas” inacreditáveis. Só vendo para crer!!

NÃO PERCAM. SOMENTE FINAL-DE-SEMANA, no Teatro da CAIXA, em Brasília.
É daqueles espetáculos que só o “verdadeiro” teatro pode criar: lavam a alma, engrandecem o espírito e atualizam o conhecimento!
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http://www.correiobraziliense.com.br/divirtase/
A Insólita Cozinha de Leonardo da Vinci
Com Ricardo Nortier. Peça inspirada em livro de receitas atribuído ao pintor.

Local: Teatro da Caixa – SBS Qd. 4, Lt. 3/4, anexo à sede da Caixa Econômica Federal – Asa Sul – 3206-9448/6456
Data: Sexta e sábado, às 20h. Domingo, às 19h
Preço inteira: R$ 20
Preço meia: R$ 10 (meia para estudantes, pessoas com 60 anos ou mais e empregados da CAIXA)
De: 17/04/2009  –  Até: 19/04/2009.
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Para terminar a noite comemos uma pizza [italiana, claro] no Baco (309 Norte), acompanhado com o Vinho LaFlor 2008 de Pulenta (Mendoza). Apesar de ser um Cabernet da Argentina, com acentuado sabor amadeirado e aroma herbáceo, até que não fez feio para Margherita servida à mesa. Um vinho fácil de beber – 86 pts.

Saúde e Bom Teatro.

DCV Estreia novo formato e batismo!

Caríssimos amigos enófilos e amantes da boa mesa, a partir de agora as nossas conversas sobre Vinho serão editadas neste novo formato. Já era sem tempo, não!! Este é o preparativo para uma certa, digamos, oficialização do Website a ser este ano inaugurado. Primeiro testamos, avaliamos e aprovamos os textos e ensaios aqui divulgados. Vejam que o número desta edição é 26 (vinte e seis). Exatamente! Nossos “insights” iniciaram-se em 17/01/08 e já colheu boas safras de bate-papos.

Decantando a Vida“. Porque a vida sempre deve ser depurada, límpida [mesmo quando estamos na pior], clareada, aberta, livre, despojada e cantada!! Assim como um Vinho: nas safras jovens vai um decanter largo para amainar a pujança juvenil e nas safras antigas, um decanter curto serve, vez que basta para abrir o aroma e sabor inicial sufocado pela longa guarda.
Por que o nome “Decantando a Vida”? Bem, ele na verdade foi escolhido numa votação familiar em que sempre quem vence é a fêmea. Minha companheira inseparável no tim-tim de taças acertou em cheio, não acham?!! Márcia Prunk é pura inspiração.

Iniciando esta nova fase de reportes deixo vocês com uma pérola de poesia – sou mais dado às prosas, talvez – de um paulistano bom de letras e que exprime à perfeição o sentido de Decantar a Vida, cantando em versos:

“A VIDA DECANTADA”
“Ah se as pessoas fossem tal como um vinho
Cada tipo de uva como um meu grande amigo
Os cabernet, os sirah, os moscatos e os tempranilos
Uns mais suaves, outros mais ácidos mas que se harmonizam

Ah, se eu pudesse decantar cada um desses amigos
Fazendo-os liberarem tudo o que há de melhor dentro de si
Seus dons, seus afetos, suas melhores formas de gratidão
Sentir o sabor de velhas amizades descansadas no carvalho

Na minha reserva especial meus amigos do meu velho mundo
Os que acompanharam-me no tempo junto ao amadurecimento
Como o tanino mais rico e deveras equilibrado
Embora complexo meu processo de maturação foi demorado

Às minhas velhas amigas, dou-lhes toda sorte dos rosé´s
Refrescantes como o mar num dia de verão
E ao meu grande amor o meu melhor Bordeaux
Do qual posso sentir em seu aroma o seu melhor buquê

A vida que deve ser mais fácil, mais alegre e bem definida
Que me lembre as frutas mais vermelhas de minha infância
Os chocolates mais amargos de final macio e aveludado
Decantando a vida em vinho e a misturando com a poesia…”

Éber Marcos Arends do Vale.
São Paulo – 17/12/2007.


Bacana, não é. Saúde e até nova edição!

Degustação Top no Hotel Mercure

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Na noite de 2a.feira, tive oportunidade de participar a convite do amigo Petrus, de uma Top-degutação no restaurante do Hotel Mercure, aqui em Brasília. Algumas ampolas foram ofertadas pelo excepcional enófilo e garimpeiro (assim como eu) de vinhos, colega Eugenio Silva, cujo primeiro contato pessoal me impressionou muito. Fomos guiados pelo amigo e sommelier Marcos Rachelle (o Marquinhos). Confiram a extrema qualidade dos vinhos provados, por ordem de pontuação do autor. Vinhos da Noite:

1. Chateauneuf-du-Pape Tradition 2003 – Domaine La Solitude (Rhône, França).
Aroma discreto, na boca mostrou frutas maduras e leve pimenta. Ainda com acentuado álcool (15,5%), deve melhorar com ao menos 3 horas decantado p/ mostrar todo seu frescor. Cor violácea, mostra a qualidade de sua produção. Sem muita personalidade como demais chateauneufs e levíssimo corpo (R$200). “O sabor lembra um vinho do Porto sem o açúcar”, como disse Diniz, um dos degustadores na mesa. Vinho ainda jovem – 89 pts.
2. Marcenasco Barolo 1994 – Renato Ratti (Piemonte, Itália)
Delicioso e fácil de beber, mesmo com 15 anos de idade; que parece lhe fizeram muito bem. Mostrou-se inteiro e equilibrado. Pouca acidez e corpo médio (R$430). O vinho passa por estágio de 3,5 anos em Botti (tonéis carvalho 18mil Lts.) Um Barolo de responsa!! – 90 pts.
3. Meursault 2000 Domaine Leroy Chardonnay – branco (Bourgogne, França)
Untuoso, delicioso, mineral. Diferente de seus pares de uva chardonnay. Cor palha. Nariz sem florais e sabor lembra manga e pêssego. Longo final. Após uma hora na taça apresentou forte aroma torrado e um caramelo maravilhoso. A ótima acidez indica longos anos de vida (R$600) – 92 pts.
4. Grands-Échezeaux René Engel (V.Romanée) Grand Cru 1991 (França)
Um Grand Cru estonteante; de cair o queixo. Macio, leve mas com estrutura firme, harmonioso. Cor violáceo/tijolo, mostrando que ainda tem bala-na-agulha para mais 10 anos, principalmente pela ótima acidez (R$700). Um vinho já pronto, com aromas de couro e fruta madura. Na boca mostra um frescor presente, quase saltando da taça de tanta vivacidade! Uma experiência gustativa completa de um vinho pleno com quase 20 anos de idade – 95 pts.

Os preços indicados são do valor de mercado no Brasil, pois certamente nenhum deles ultrapassa os U$ 200 dólares de origem do produtor. Mas como já antecipei, foram barganhas garimpadas pelos colegas de degustação. Aconselho a todos que esta é a melhor forma de comprar e beber vinho, héhé!!
Saúde. Até novas degustações!