Maximo Boschi: o vinho de guarda do Brasil

Há luz no fundo do túnel?
Como um eterno confiante, vou responder a vocês que, sim. Sempre haverá!
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Participamos anteontem da apresentação dos vinhos Maximo Boschi aqui em Brasília, sediados na Churrascaria Fogo de Chão, cujo contato inicial foi do amigo Petrus (Amicus Vinum). Pode-se dizer que foi uma noite revigorante e esperançosa. Ninguém iria imaginar que uma dupla de enólogos, vindos da Serra Gaúcha pudesse aportar na Capital e dizer ao Brasil que estava vendendo um vinho com uma década de idade. Isto mesmo, eu disse uma década! Que petulância, alguns poderiam pensar. Um vinho nacional enveredando pelo caminho das mais renomadas ampolas do mundo…engarrafando anos depois…distribuindo outro par de anos, por fim?! Mas logo percebe-se que eles não estavam brincando e nem caçoando de ninguém. O que os parceiros Renato Savaris e Daniel Dalla mostraram foi que falavam sério. O projeto “nasceu assim”, dizia Renato na preleção aos ouvintes da degustação.

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O portfolio da vinícola tem cinco ampolas, sendo [quase] todas de longa evolução. Contando com casa cheia (mais de 40 atentos enófilos da Cidade), os vinhos agradaram e, de certa forma, surpreenderam alguns. Até na ordem de serviço o proprietário Renato ousou. Primeiro veio o branco, o Chardonnay 2004, com sua cor palha e aromas intensos. Na boca tranquilo e pouca acidez, com leve cítrico. Após duas horas o bicho ainda se mantinha vivo e com bom cheiro de maçã na taça. Algo a ser considerado, certamente. Em seguida surgem as estrelas da noite, os tintos barricados 12 meses + 3 anos em garrafa. Resultado: somente ocorre a distribuição cerca de 5 a 6 anos após a colheita, cuja safra 2000 é a única existente do Cabernet Sauvignon e do Merlot. Passados estes onze anos os vinhos ainda pulsavam. O Merlot, então, foi a sensação. Taninos domados, acidez controlada, bouquet envolvente e muita, muita estrutura e redondo. Para o fim ficaram os espumantes, que da mesma forma também surpreenderam pela complexidade, sendo o Brut Speciale 2006 elaborado com maturação de 3 anos em contato com as leveduras. Não fosse o açúcar residual, viraria um untuoso champanhe. O que teremos de novidade deste Boschi? Será o Máximo?! Dizem eles que a safra 2004 em breve distribuirão. Estamos curiosos pelo que terá dentro destas ampolas…talvez surpresas ainda melhores? Quem sabe! Por via das dúvidas, já encomendei um kit completo dos cinco rótulos de 2000, 2006/7. Não é todo dia que temos um vinho nacional de ONZE anos – com força ainda para mais cinco – com tanta complexidade, vivacidade e estrutura. Veja o que foi falado deste vinho há mais de dois anos (clique Aqui).