Jantar com grandes vinhos e convidados especiais

Terça-feira (13/03/12) tivemos uma fantástica degustação na cidade. Aproveitando a vinda do meu amigo Jo a Brasília, convidei o também amigo Oscar Daudt (leia a postagem dele sobre essa noite no site Enoeventos) que se deslocou do Rio de Janeiro para juntar-se a nós. Falei com Francisco Ansiliero, proprietário do restaurante Dom Francisco que preparou um magnífico jantar para os convivas. Estavam presentes também os amigos Guilherme Mair (Um papo sobre Vinhos), Abilio Cardoso (enófilo), Petrus Elesbão (Vinum Brasilis) e Marcos Rachele (Art du Vin).

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O Jo normalmente vem duas vezes ao ano a Brasília e raramente não traz uma pérola na mala. Dessa vez ele não trouxe nada, mas já se comprometeu em na próxima vinda a trazer seus grandes vinhos. Vamos cobrar. Na falta de suas garrafas, eu e os amigos da cidade assumimos a responsabilidade de levar vinhos que agradassem nossos convidados e tornassem a noite especial. Abaixo o que foi degustado, na ordem do serviço, da esquerda para direita.

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Estrelas do Brasil Brut Champenoise 2006-Brasil: Cor dourada, muito brioche, mel e leveduras no nariz. Para mim o melhor espumante já feito no país, melhor até que alguns champagne vendidos por aqui.

Pinot Gris Domaine Barmés e Buecher- Herrenweg 2004- Alsacia: Cor bem evoluída, nariz adocicado e acidez média. Muito mais encorpado que os italianos, que se caracterizam pelo corpo leve e frescor. Aqui temos uma versão menos conhecida dessa uva. Biodinâmico de excelente produtor.

Romorantin 2005 Claude Courtois-Loire: Pura cevada, também biodinâmico, de cor bem dourada e feito de uma uva não muito comum por aqui. Considero o melhor vinho desse produtor.

Clos du Calvaire- Benjamin Dagueneau- Loire-2008: Vinho de exceção, raríssimo, nunca foi comercializado no Brasil. Suas vinhas foram arrancadas, replantadas e se tudo der certo em 2016 haverá uma nova safra. A vinícola hoje é comandada pelo filho de Didier Dagueneau (falecido em 2008) e os vinhos mantiveram a qualidade. Esse sauvignon Blanc encantou a todos na mesa, com acidez cortante e crocante, aromas herbáceos de grama recém-cortada, com incrível potencial de envelhecimento. Um bebê oferecido pela generosidade do Guilherme Mair.

SimCiC Teodor 2006-Eslovênia: Primeiro vinho tinto da noite, um corte de 85% merlot e 15% Cabernet Sauvignon. Estilo Bordeaux margem direita, com 45 meses em barrica. Como era um vinho da Eslovênia, esperava ser surpreendido, mas é o que quase todo mundo tenta fazer: Um Bordeaux fora de Bordeaux.

Bourgueil Clos Sénéchal Catherine e Breton 2005- Loire: Outro vinho biodinâmico, 100% cabernet franc já com uma boa evolução. Aromas de estábulo e couro que me encantaram, mas não agradou a todos. Taninos ainda duros pedindo comida gordurosa.

Vila Matilde Aglianico- Campania Itália: Talvez o vinho mais simples da noite. Ameixa, taninos secantes e a característica acidez dos vinhos italianos.

Côtes du Jura Cuvée Tradition Domaine Baud 1996- Jura: Para finalizar a noite um grande vinho branco do Jura. 50% savagnin e 50% chardonnay. Cor de ouro velho, toques de oxidação, lembra Jerez. Vinho intrigante de nariz doce e boca totalmente seca. Belo exemplar para finalizar a grande noite.

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