Diego Arrebola e o Campeonato Mundial de Sommeliers

De passagem meteórica por Brasília, Diego Arrebola prestou consultoria a uma rede de restaurantes que tem loja na cidade e retornou a São Paulo no mesmo dia.

Recém chegado do Campeonato Mundial de Sommeliers realizado no
Japão/Tóquio entre os dias 27 a 29 de março, Diego foi o representante do
Brasil – Credencial conseguida com o título no 8 Concurso Nacional de
Sommeliers- tornando-se apenas o quinto Sommelier a obter o título de
Campeão Brasileiro. Os dois primeiros Brasileiros foram vencidos por
Gianni Tartari, o terceiro por Manoel Beato/SP, o quarto e quinto por
Dionísio Chaves/RJ, o sexto e sétimo por Guilherme Corrêa e o último por
Diego Arrebola.

Estive com ele e conversamos sobre o Campeonato Mundial, das chances
brasileiras, das surpresas, do tempo e investimentos necessários para se
representar bem o país.

diego

Diego me contou que o campeonato se resume a 70% de vinhos (incluindo
enologia e geografia) e 30% outras bebidas, dentre elas água. Isso mesmo,
água, e há perguntas na prova escrita em que eles relacionam marcas
comerciais de água do mundo todo e o candidato tem que responder de que
país ela pertence.  Já houve uma marca chamada Bahia e sabe de que país
era? Isso mesmo, Argentina.

O nível dos candidatos é muito alto, há sommeliers com oportunidade de
viajar, fazer cursos e estágios com profissionais que já foram campeões
mundiais, como foi o caso da argentina Maria Paz que estagiou por 03
semanas com o último campeão Gerard Basset. A candidata canadense
Véronique Rivest que se tornou campeã Pan-Americana em Bento Gonçalves
investiu 40 mil dólares na preparação para o mundial após esse título.

54 candidatos e no primeiro dia as provas são escritas, orais, degustação
de vinhos e destilados, conhecimentos gerais, decantação, etc. Para todos
os candidatos. No dia seguinte apenas os 12 melhores continuam (nunca
houve participação de um brasileiro nessa fase semifinal e foi a primeira
vez que um latino-americano alcançou essa etapa com a argentina Maria
Paz). No terceiro dia ocorre a final com os 03 melhores classificados.
Esse ano tornou-se campeão o Italo-Suíço Paolo Basso que já vem
participando desse campeonato desde 2000 e já tendo sido vice-campeão em 03
oportunidades (2000,2007,2010).  Basso era o favorito e segundo Diego o
último dos veteranos a se sagrar campeão. Para o próximo mundial ele
acredita que o vencedor será um dedicado acumulador de conhecimentos, com
tempo e dinheiro para investir na preparação; a não ser que surja um novo
fenômeno como foi Enrico Bernardo em 2004 e Andreas Larsson em 2007. A
vice-campeã foi a canadense Véronique Rivest e o terceiro lugar ficou com
o belga de 30 anos Aristides Spies em uma final com 5.000 espectadores.

As surpresas foram a não classificação para semifinal do
sommelier japonês Satoru Mori, a argentina em 11 em 12 e o francês David
Biraud em 12 e não indo a final no dia seguinte, ele que havia sido
finalista em 2010, ficando em 3 lugar atrás do campeão Paolo Basso que foi vice naquela ocasião.

Ah! O Diego Arrebola ficou em 22 lugar dentre os 54 candidatos, o que
considero uma ótima colocação para um país sem tradição no mundo do vinho
e que o sommelier tem que custear todo seu preparo sem um apoio maior.
Parabéns Diego, e como você disse, o próximo campenato brasileiro – que
credencia ao mundial daqui a três anos- começou ontem!