Barrua e Montessu

barrua e montessuConheci esses dois vinhos na degustação de lançamento da mais nova loja de vinhos de Brasília, a Art du Vin. Foram mais de 150 rótulos disponibilizados sem cerimônia aos convidados. Muitas surpresas, vinhos que já conhecia, e muitos que não.
Dois vinhos italianos me chamaram atenção, ambos feitos pela Agricola Punica, no sudoeste da ilha da Sardenha. Essa Agricola vem da associação de alguns grandes nomes do mundo do vinho como Sebastião Rosa (enólogo da Tenuta San Guido-que faz o Sassicaia), a vinícola Cantina de Satandi, o enólogo Giacomo Tachis e a própria Tenuta San Guido.
Ambos os vinhos são cortes com predominância da Carignano, um se chama Barrua Isola Dei Nuraghi I.G.T (85% carignano, 10% C.S, 5% Merlot-18 meses de barrica francesa) e o outro Montessu Isola Dei Nuraghi I.G.T (60% Carignano – 10% Syrah – 10% Cabernet S. – 10% Cabernet F. – 10% Merlot-15 meses de barrica francesa).
São vinhos profundos, que enchem a boca, ainda um pouco tânicos, principalmente o Montessu(2005), mas que deixados em decanter mostram qualidades aromáticas muito agradáveis e bem diferentes dos exemplares do novo mundo. Acidez no lugar certo, e se for acompanhado de comida, uma garrafa será pouco para satisfazer o paladar, principalmente o Barrua(2004), que elegi o melhor vinho da degustação.

Confraternização de fim de ano

confraternizaoMais um ano que se encerra, e novamente fizemos nossa confraternização anual do Clube da Aeronáutica. Esse ano ocorreu no restaurante L´affaire, e fomos atenciosamente recebidos pela equipe comandada pelo maitre Crispim. Alguns colegas levaram garrafas de vinho que foram prontamente desarrolhados e servidos com o menu degustação preparado pelo restaurante, que era composto de entrada (capuccino de cogumelos), primeiro prato (peixe-abadejo), segundo prato (filé ao shiraz) e sobremesa (tortinha de maracujá).

Os vinhos, como cada um levou um, não tinham tanto compromisso com o cardápio. Dos que me recordo, havia três espumantes, 02 brut e um moscatel, Luigi Bosca Pinot Noir, Prelúdio-Marco Danielle, o chileno Coyam e dois italianos, sendo um deles um Nero d´avola.

Como disse, a noite era de confraternização, logo o vinho não era o motivo principal e serviu de coadjuvante para as estórias contadas pelos participantes. Estavam presentes Renato Nardoni, Cláudio, Diniz, Kiko, Robério, Marcelo Chagas, Ricardo, Paulo Pavão, André, Everaldo, Leone, Gastão, Marcelo Bonna e eu. Mais um ano que termina e esperamos contar com os que não puderam ir esse ano, na próxima confraternização. Boas Festas a todos!

Domaine des Granges de Mirabel

mirabelConsidero esse vinho um grande achado pela sua qualidade em relação ao preço. Feito 100% com a uva Viognier, é uma bela opção, para não ter que pagar um preço bem mais elevado que se paga para se tomar um Condrieu, feito da mesma uva. Esse vinho feito por M.Chapoutier, tem qualidade superior a qualquer Viognier do novo mundo e talvez seja melhor que alguns Condrieu que existem por aí.

Desde 1995 M.Chapoutier tem cultivado algumas terras por toda região sul de Ardèche. No alto de montanhas vulcânicas do planalto de Coirons, em Mirabel (terra que antes pertencia a Olivier des Serres), o solo vulcânico é perfeito para o cultivo de Viognier. A altidude de 350 metros  confere frescura e mineralidade características dessa uva. Vinificado com uma leve prensagem e depois por uma fermentação controlada a frio, 80% do vinho passa por cuba de aço inoxidável com controle de temperatura e o restante por barrica, sendo engarrafado no final do inverno seguinte.

O vinho tomado foi da safra 2005, tinha uma cor amarelo dourado, com aromas de abacaxi em calda e um certo amargor na boca, que é uma característica da Viognier. Não é um vinho delicado como a maioria dos brancos do novo mundo, mas seu frescor e mineralidade o tornam muito interessante. Raramente falo sobre preço, mas um vinho desse nível por 50 reais, acho que o assunto deve ser comentado.

Montrachet, o rei dos brancos

          Em um jantar especial, tive a oportunidade de realizar um sonho no mundo do vinho, que foi tomar o vinho branco mais mítico de todos. O ouro líquido engarrafado, Montrachet. Esse vinho é considerado o Romanée-Conti dos brancos.

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         Montrachet é um vinhedo de praticamente 8 hectares em que 4,01 hectares ficam em Puligny-Montrachet e 3.99 em Chassagne-Montrachet. O lado de Puligny é conhecido como Montrachet e o lado de Chassagne como Le Montrachet, que na prática não facilita muito, pois  quase todos os produtores engarrafam sob o rótulo de Montrachet apenas.
         O Montrachet que bebi era o Marquis de Languiche produzido por Joseph Drouhin. A família do Marquês de Languiche tem 2,06 hectares em uma única parcela, fazendo dela a maior e mais larga propriedade contínua em Montrachet. A terra pertence a família do Marquês desde o século 18, mas desde 1947 a família Drouhin comercializa os vinhos. Funciona assim: Languiche cuida das vinhas e Drouhin da colheita e vinifica em sua instalação em Beaune. Embora os vinhos sejam engarrafados sob o rótulo Drouhin, o nome Marquis de Languiche também aparece em destaque.

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O vinho apreciado foi o Marquis de Languiche 1984 ! Isso mesmo 1984!  Confesso que estava meio apreensivo quanto ao vinho estar bom ou não, vinho branco com 25 anos de idade não é qualquer um que resiste. O sommelier ao extrair a rolha com o abridor convencional, a partiu ao meio, por sorte ele conseguiu retirar o restante da mesma  sem ter que empurrá-la para dentro do líquido. Ao despejar o vinho na taça, aquela cor alaranjada, bem carregada, com notas de oxidação que adoro. No nariz, tangerina, chá de casca de laranja, e à medida que o tempo ia passando, defumado, manteiga, pêssego, damasco e mel. Fiquei quase 03 horas tomando esse vinho. Na boca não tinha a acidez da jovialidade, mas era viscoso, denso, gorduroso, muito encorpado, quase que não podia ser legalmente considerado um líquido. Final eterno. Uma obra de arte! Um Renoir, um Monet ou qualquer outro que você prefira, mas uma obra de arte!

Vinhos nos EUA!!!

vinhos euaFinal de ano, época de viajar e muita gente viaja para os Estados Unidos. Para quem ainda não sabe, os EUA é o melhor lugar do mundo para se comprar vinhos. Principalmente os franceses. Não sei dizer ao certo o motivo, uns dizem que o imposto para vinhos é menor que na França, outros que é por ser um grande importador, conseguem preços mais baixos, que são repassados ao consumidor, e ainda há os que falam que por comprarem antes de engarrafar, conseguem preços bem interessantes. Deve ser tudo isso junto e mais alguma coisa que não sabemos.

Nos Estados Unidos não vale a pena comprar vinho americano de primeira linha como Opus One, Insignia, Caymus ou Dominus. Eles custam bem menos que aqui no Brasil, mas pelos preços pedidos por eles lá, você compra grandes vinhos franceses que aqui custariam oito vezes mais. Sem falar no recordista de preço Screaming Eagle, que custa, em média, U$2.000,00 lá. Chega a ser um insulto pagar o preço de dois Petrus em um vinho americano.

Vinhos Espanhóis de primeira categoria como Vega Sicilia, Pingus e Contador não tem preços muito diferentes da Espanha. Muitas vezes custam até mais caro que no país de origem. Se quiser comprar vinhos desse país, concentre-se nos excelentes vinhos espanhóis de menor reputação, mas não de menor qualidade. Torre Muga, Campo Eliseo, Aalto Ps, Cirsion e Viña Tondonia são alguns exemplos.

Voltando aos franceses, esses são as grandes pechinchas, pois você não precisa focar nos grandes franceses, há vinhos bem mais baratos na faixa dos U$60,00 que aqui custam de R$400 a R$500. Há barganhas de todas as regiões vinícolas da França, Borgonha, Loire, Alsácia, Jura, Languedoc, Provance, e não apenas de Bordeaux como muitos pensam. Tudo bem, não é a melhor das tarefas carregar garrafas de vinho em viagem, ainda mais agora que elas não podem ser trazidas dentro da cabine, mas para os amantes do vinho a diferença de preço compensa qualquer sacrifício.

Débora Breginski fala no Decantando a Vida

Como se deu sua entrada no mundo do vinho e há quanto tempo foi isso?

dboraComecei desde pequena, tomando vinho com a minha avó, que molhava o pão no vinho e me dava, pois em Curitiba fazia muito frio. Isso fez com que meu olfato e paladar ficassem mais aguçados, acho que desde pequena fui treinada, mesmo que sem querer, pela minha avó, a ser sommelière. Na faculdade fiz Turismo e Hotelaria, pós-graduação em Enogastronomia. Não pensava em ser sommelière, trabalhava com automobilismo, no Stock Car, quando vim para São Paulo e conheci o Manoel Beato, que me deu trabalho no Fasano e me ensinou a maior parte do que sei, e foi a partir disso que virei sommelière de verdade. Viajei o mundo inteiro conhecendo vinícolas, trabalhando na colheita, e hoje trabalho no restaurante Dressing há seis anos que é uma escola também.

Como é sua rotina diária no restaurante?

Minha rotina diária é longa e complexa. Trabalho quase todos os dias das 11:00 às 15:00 e das 19:00 às 24:00. Quase todas as vezes que há cliente tomando vinho eu estou lá. Eu vou à mesa, me apresento como sommelière, ofereço nossa carta de vinhos, e caso ele queira, o ajudo a escolher um vinho. Hoje estou fazendo um trabalho diferenciado, tentando ensinar o cliente que toma um vinho simples, a apreciar vinhos mais complexos. Duas vezes ao mês faço contagem e sou responsável por tudo relacionado ao vinho no restaurante.

Qual a sua opinião sobre a taxa de rolha que alguns restaurantes cobram e outros não?

Eu não sou a favor de se cobrar a taxa de rolha. Os que cobram deveriam cobrar um preço tabelado, e não de acordo com o vinho levado pelo cliente. No restaurante em que trabalho eu não cobro rolha, desde que o cliente tenha o discernimento de não levar 10 garrafas de vinho em um jantar para 10 pessoas sem me avisar. Mesmo nessa situação, eu não vou cobrar a rolha, mas vou informá-lo que na próxima vez teremos que cobrar a taxa. Agora, quando um cliente resolve levar ao restaurante, um vinho dele, é porque ele está com muita vontade de provar aquele vinho, e se eu cobro a rolha eu estou quebrando o prazer dele. Além disso, eu como sommelière, estou perdendo a chance de provar algo que talvez não tenha no meu restaurante, perdendo a oportunidade de aprender com o vinho dele. Não cobrar a taxa faz com que o meu cliente retorne ao restaurante e não necessariamente levando uma garrafa sua. O que tenho verificado é que hoje ele leva, amanhã não, e assim por diante.

Além do restaurante, você é normalmente requisitada para outros trabalhos ligados ao vinho? Quais?

Sim. Eu monto cartas de vinhos para outros restaurantes, há várias cartas minhas em outros restaurantes em São Paulo. Também faço o serviço de personal wine, para clientes que não são tomadores de vinho, mas querem montar uma adega. Eu vou lá indico os vinhos a serem adquiridos, organizo-os em um programa de computador, assessoro na montagem da adega. Outra coisa que eu faço é pegar adegas grandes de 2, 3, 4 mil garrafas, totalmente desorganizadas, e organizá-las, catalogando no programa por nome, região, safra, produtor…Também dou aula de vinho uma vez por mês em uma faculdade em São Paulo, e faço jantares harmonizados, aqui e em outras cidades, como o que fiz aí em Brasília.

Morando em São Paulo, e trabalhando com vinhos, você já deve ter tido a oportunidade de conhecer vinhos fantásticos, que um mero mortal jamais comprará. Qual foi seu vinho inesquecível?

Tem alguns que me recordo agora. Um foi o Petrus 1906, que o Sr. Fabrício Fasano abriu em seu restaurante, e tive a oportunidade de provar. Outro foi o Château Lynch-Bages 1984, que pelas circunstâncias, é o maior vinho da minha vida, e o Porto 1890 tomado em Portugal no alto do Vale do Pinhão, inesquecível.

No mundo do vinho também há decepções. Qual foi o vinho que você provou, que havia aquela expectativa em conhecer, mas que te decepcionou, por não ser o que você esperava, ou por estar defeituoso?

Foi um Château Margaux 1977, ano do meu nascimento, que estava bouchonné.

Como é o relacionamento entre as sommelières de São Paulo? Vocês se encontram, há uma troca de informações ou é meio que cada uma por si?

O relacionamento é bom, mas devido aos horários dos restaurantes, nos encontramos mais em degustações, matérias para revistas e televisão. Temos um bom relacionamento e trocamos informações, mas no meu caso, tenho mais contato com os meninos, pois trabalho em uma rua que tem cinco sommeliers.

Vinhos envelhecidos apresentam, cor, aroma e paladar bem diferentes dos vinhos jovens, que costumam mostrar corpo,álcool,taninos e frutas exuberantes. Tenho visto muita gente procurando vinhos envelhecidos, mas que quando provam, se decepcionam, por não encontrar aquela exuberância contida nos jovens. Você não acha que é necessário um aprendizado para se apreciar vinhos envelhecidos?

Acho que para se apreciar vinhos envelhecidos é necessário que se comece distinguindo velho mundo de novo mundo. Hoje chegam ao mercado uma quantidade enorme de vinhos todos os dias e é impossível se provar tudo, então acho que a pessoa deve começar a aprender a tomar vinho devagarzinho, degustando várias coisas para identificar novo mundo e velho mundo. Passada essa primeira etapa, a comparação se dará entre os vinhos envelhecidos e os não, ambos do velho mundo, pois não há vinhos do novo mundo envelhecidos 40,50 anos como há no velho mundo. Caso contrário a pessoa estará perdendo dinheiro, pagando caro por vinhos de guarda, envelhecidos, e não tendo parâmetros para apreciar esse tipo de vinho.

O Brasil é um país tropical e tem preferência pelo vinho tinto. Você já percebeu que quanto mais a pessoa se aprofunda no mundo do vinho, mais ela tende a preferir os brancos?

Já pois eu mesma estou assim. Cada vez mais vejo que tenho gostado de vinhos mais leves, fáceis e prontos. Não que eu não goste de um grande Bordeaux, robusto, ou um Amarone, mas estou em um momento de apreciar muitas coisas rosés, pinot noir, e mesmo brancos do novo mundo, dcv12que são muito aromáticos e prontos.

O que você acha das feiras de vinhos, promovidas pelas importadoras, que vão da feira de vinhos Biodinâmicos-Renaissance des Appelations até uma Expovinis? Em sua opinião, elas servem para aumentar o leque de conhecimento ou só para reencontrar os colegas?

Não acho as feiras de vinhos as coisas mais importantes para você aprender sobre o vinho. Primeiro que há muita gente, e você não consegue ouvir o que o produtor tem a dizer, depois são tantos vinhos que no terceiro estande você já não se lembra do que tomou no primeiro.

Quais seus planos futuros? Continuar trabalhando em restaurante, migrar para uma importadora, abrir uma escola de vinhos ou mesmo mudar de ramo?

Minha realidade futura é abrir um restaurante, em que se usem os cinco sentidos em tudo, e que haja uma sala com uma mesa grande, para se fazer jantares harmonizados e degustações.

O que você achou do evento de lançamento do site Decantando a Vida?

Achei muito legal, pessoas bacanas, interessadas e com bastante conhecimento de vinho. O clima de confraternização e amizade estava ótimo e me diverti bastante. Sucesso ao site e espero voltar em breve.

Torre Albeniz 1996

torre 1O Torre Albeniz Reseva, é um vinho espanhol da Bodegas Peñalba López, situada no coração de Ribera del Duero, nas imediações da cidade de Aranda. A DOC Ribera del Duero é recente, data de 1979, e no ano de 2008 a vinícola catalã Miguel Torres, pediu ao Tribunal de Justiça da União Européia, a anulação do registro da marca Torre Albeniz, alegando que a marca em questão, entra em conflito com a sua marca Torres.
A Miguel Torres também pediu a anulação de outras quatro marcas de vinho que usam o nome Torres,
afirmando que seu selo foi registrado anteriormente, e que o apelido Torres está associado a seus vinhos há mais de 300 anos. Eles receiam que haja confusão, entre atorre 2 sua marca e as outras 5, devido a estarem atuando no mesmo segmento. 
Mudando de nome ou não, certo é que nunca tomei um vinho da Miguel Torres, tanto do segmento chileno quanto do espanhol, melhor que o Torre Albeniz Reseva 1996. Tive a oportunidade de tomar esse vinho por 3 vezes, sempre na safra 96. Em nemhuma delas o vinho decepcionou, pelo contrário, em todas as oportunidades foi eleito o melhor vinho da mesa. Esse 1996 está evoluído, com uma cor de tijolo, sem nenhuma agressividade na boca, taninos totalmente domados e uma cremosidade ótima. Elaborado com Tempranillo, Cabernet Sauvignon e Merlot, o vinho não deve evoluir mais. Quem por acaso ainda tiver essa safra, deve abrir e ser feliz.

Inauguração da Art du Vin

Depois de amanhã, Marcos Rachelle, conhecido como Marquinhos, estará realizando o sonho de abrir sua distribuidora de vinhos, a Art du Vin. Será em grande estilo, no Hotel Brasília Palace, com horários diferenciados para profissionais (14:00-18:00) e enófilos (18:00-22:00). Intitulado “Volta ao mundo do vinho com Art du Vin”, o evento contará com mais de 15 produtores como Haras de Pirque, Bodegas Norton, Familia Zuccardi, Marquesi di Antinori, Miguel Torres. Serão mais de 150 rótulos, e o preço da degustação é de R$70,00 (individual). Os convites podem ser adquiridos pelos telefones: 3365-4078 e 8161-0781.

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Bahans Haut-Brion, curiosidades sobre o fim.

         Como escrevi em outra postagem, o Bahans Haut-Brion morreu. Em seu lugar entrou o Le Clarence de Haut-Brion, uma homenagem a Clarence Dillon que comprou o Chateau Haut-Brion em 1935, por 2,3 milhões de francos.

        le-clarence-de-haut-brion-2007 O Chateau Haut-Brion vem produzindo um segundo rótulo desde os anos 1700. Não se sabe ao certo o nome desse vinho, mas é sabido que em 1907 ele se chamava Bahans Haut-Brion. Esse nome foi pego da família que tinha propriedade, de parte das terras, que hoje fazem parte do Château Haut-Brion. Também existia um castelo com o nome de Château Bahans Haut-Brion.

         Em 2010 será comemorado 3/4 de século, da presença da família Dillon no Château Haut-Brion, e em razão disso Robert de Luxemburgo, atual diretor, resolveu homenagear o pioneiro desses 75 anos, Clarence Dillon, dando seu nome ao segundo vinho da casa. Dillon faleceu em 1979, aos 96 anos.

         Em homenagem a Clarence Dillon, o Le Clarence de Haut-Brion será engarrafado na elegante garrafa do Haut-Brion, gravada com a menção “Clarence”. Foi o próprio Clarence que modificou o formato da garrafa do Haut-Brion, 50 anos atrás, na safra 1958.

         O curioso é que o segundo vinho do Château Haut-Brion branco, continua tendo o mesmo nome, Les Plantiers de Haut-Brion. Só foi alterado o nome do tinto. Eu havia perguntado se alguém já tinha adquirido o vinho em sua nova roupagem, mas fiquei sabendo que a primeira safra (2007), com o novo nome, só estará disponível em dezembro de 2009. Vamos aguardar.
         Foto: site oficial.

Jorge Lucki na Zahil

Jorge Lucki esteve na nova loja da Zahil, que fica no belo espaço Maria Tereza, na QI 05 do lago sul. jorge lucki zahilAlém da Zahil, o espaço reune o Café das 5 revistaria, Maria Tereza Interiores e restaurante Bottarga, que com menos de um ano já recebeu a estrela do guia quatro rodas. Consegui ir, devido ao meu amigo Ricardo Salmeron, que acionou sua rede de influências, e nos permitiu compartilhar o recinto com apresentador da Rede Globo, Políticos e Socialites.
Desta vez Jorge Lucki apresentou dois vinhos tintos do novo mundo, e dois outros tintos do velho mundo. Essa comparação foi precedida por um vinho branco espanhol, da Galícia, feito 100% de albariño, chamado Lagar de Cervera.
Mais uma vez, o palestrante discorreu sobre os vinhos, com toda segurança e competência que lhe cabe. Falou das principais características de cada um, da geografia, deu dicas de quais safras valia a pena comprar, e com os vinhos escolhidos, demonstrou bem a diferença entre robustez e elegância.
Os vinhos foram os seguintes (na ordem de serviço):
1- Lagar de Cervera 2006 – Galícia/Espanha
2- Primus Malbec 2003 – Mendoza/Argentinavinhos zahil
3- The Footbolt 2006 – Austrália/Mclaren Vale
4- A Sírio IGT 2003 – Toscana/Itália
5- Pontet Fumet 2005 – St.Emilion Grand Cru/França.
Ter Jorge Lucki como consultor, torna a Zahil uma das melhores importadoras do país. Nenhum vinho, entra no catálogo, se não for experimentado e aprovado por ele. Isso torna o portfolio bem interessante e de alta qualidade. Parabéns Zahil!