Degustação safra 2005 do Brasil

brasil2005Enfim, consegui realizar uma degustação que desejava há algum tempo. Com amigos da Confraria Amicus Vinum e outros enófilos irrecusáveis, realizamos uma prova às cegas de cinco rótulos nacionais da famosa safra 2005. Confesso que estava apreensivo com os resultados advindos de dentro das garrafas. Mas não é que nossas ampolas se saíram bem! Como era esperado, algum “sangue-de-boi” deveria surgir, devido à estréia meio que virgem de muitas vinícolas, aproveitando a fama e exposição de mídia desta mega safra 2005. Muitos “paraquedistas” certamente existiram mas que sucumbiram no passar destes seis anos. Os intrépidos participantes desta prova estão na foto (no sentido anti-horário, iniciando por este Editor): Renzo Viggiano, José Maia, amigo do Maia, Eugênio (editor-DCV), Ricardo Salmeron, Guilherme (Blog Um Papo sobre Vinhos) e Adroaldo. As cinco garrafas eram desconhecidas dos degustadores, pois a proposta era tomar rótulos que adquiri em meus garimpos de vinhos diferenciados.

Os vinhos, na ordem de serviço:
1. Michele Carraro Merlot – pequena vinícola de Bento, com vinhos sem madeira mantidos guardados por 2 anos no mínimo. Nada de ligação com a adega Lídio Carraro, apenas o nome é parecido. Rótulo de destaque. Ficar de olho nesta vinícola;
2. Fausto Pizzato Merlot – um vinho raso, sem destaque, simplório. A vinícola é conhecida mas o vinho nem tanto. Abaixo das expectativas;
3. Vinhas da Lagoa Cab.Sauv. – da nova região do RS, às margens da Lagoa dos Patos-PoA. Vinícola estreante na safra 2006 e que deixou a desejar (fraco).
4. Valmarino Gran Reserva Merlot – outro destaque da noite. Juntamente com o Michele Carraro foram os melhores conceituados pelos degustadores. Uma “ressonância” da Salton, com foco na pequena produção e esmerada viticultura. Nada comparado à gigante produtora-mãe. Um vinho diferenciado e ótimo gastronomicamente;degbr2005
5. Dachery Millésime Blend – ficou numa posição intermediária entre os vinhos provados. Também estreante no circuito devido a safra 2005. Boa surpresa que agradou.

Esta foi apenas uma dentre as várias provas que iremos fazer da safra 2005 brasileira. É como um “esquentar dos tamborins” para o evento que está por vir – o IV VINUM BRASILIS, em agosto próximo. Provemos e aguardemos. Será um MEGA evento com a participação de vinícolas de todas as partes do Brasil, na Capital do País!!

Grand Tasting Grand Cru pela primeira vez em Brasília

grand cru
No dia 8 de agosto, a Grand Cru Brasília realiza a sua primeira edição do Grand Tasting Grand Cru. O evento reúne renomados produtores, degustações temáticas exclusivas e uma seleção especial dos melhores rótulos da importadora. Já confirmaram presença as bodegas Santa Rita (Chile), Tabali (Chile), Leyda (Chile), Matetic (Chile), Koyle (Chile), Doña Paula (Argentina), Escorihuela (Argentina), COBOS (Argentina), Pizzorno (Uruguai), Quinta do Noval (Portugal), Castellroig (Espanha), Matarromera (Espanha), Bordeaux Tradition (França), Allegrini (Itália), Brancaia (Itália), Saracco (Itália), Produttori del Barbaresco (Itália),

Entre os convidados especiais estão René Vasquez, da Altair; Luis Barraud, da Cobos; Arturo Landin, da Matetic; Cristobal Undurraga, da Koyle; Carlos Pizzorno, da Pizzorno; Diego Pulenta, da Pulenta Estate; e Robin Shay, da Allegrini.

A feira em Brasília ainda terá diversas estações temáticas com rótulos escolhidos pelos sommeliers da importadora. Nas mesas, seleções de espumantes e champagnes, brancos estruturados, brancos leves, pinot noir, malbecs, lançamentos e achados do Novo Mundo. 

Serviço:Grand Tasting 2011 – Segunda-feira, 8 de agosto
Grand Cru Brasília
Horário: 19h – 23h
Valor: R$ 180
Local: SHIS, QI. 9/11, Conjunto L – Lj. 06, QI. 9/11 – Lago Sul – Brasília | DF
RSVP: [email protected] l Tel.: (61) 3368-6868

Bodega Austral, a única que abre aos Domingos e Feriados!!!

austral4A Bodega Austral (scln-112 bl. C lj.32 tel: 61-3964 5699) é uma loja/importadora de vinhos que vem aumentando e diversificando seu portfólio. Iniciou apenas como importadora exclusiva de vinhos chilenos e argentinos. Posteriormente abriu uma loja na 112 norte, ao lado da sorveteria Saborela. Hoje traz vinhos de outros países como a França e distribui Itália, EUA, Espanha, Austrália e Portugal. A loja também tem um portfólio muito interessante de vinhos brasileiros, com produtores menos conhecidos do grande público, mas de ótima qualidade. O proprietário, Alexandre Reis, vem caminhando a passos curtos, com pés no chão e austral5sua loja pratica preços justíssimos no mercado; quem for lá irá se surpreender com os preços praticados, principalmente nos vinhos de importação própria.

Um diferencial, que só ele tem em Brasília (como loja fora de shopping), é o de abrir também aos domingos e feriados das 12:00 às 20:00. De segunda a sábado funciona das 10:00 às 22:00. Se precisarmos comprar vinho em dia de comércio fechado já sabemos aonde há plantão.

Como escolher um vinho no restaurante

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Podemos dizer que este artigo é uma continuação da postagem de ontem (06/7),
com subtítulo:
Como Escolher um Vinho no Restaurante!

Vou deixar aqui neste Post uma confissão [é mais uma instrução], de como é meu processo (grosso modo) de escolha de um vinho num restaurante.

1. Leio atentamente a carta do restaurante (que no caso da postagem anterior estava ERRADA, pois dizia que o rótulo era do produtor Antinori);
2. Duvide de Cartas com mais de 150 rótulos. Três coisas podem ocorrer: normalmente não existem todos em estoque, ou existem mas não há controle de qualidade de todos à venda, ou a Carta é feita p/ impressionar o cliente (não é uma Carta concebida com bons rótulos e critérios);
3. Escolho para harmonizar com a comida – isto é imprescindível, ainda que digam a você que não tem importância. Não acredite, pois quem vos fala é um futuro Chef cozinheiro profissional (héhé);
4. Escolho o tipo, também para harmonizar com a refeição. Se branco, tinto, rosé ou espumante;
5. Identifico o local de produção – daí entra um pouco de conhecimento de história (antiga/moderna) do vinho; 
6. Verifico a safra de acordo com as instruções anteriores;
7. Dica importante: ao escolher brancos/rosés, peça um com preço ligeiramente mais elevado. Usualmente estes vinhos são menos importados para o Brasil do que os tintos e os melhores custam um pouco mais caro. Feito isso, pode escolher um branco à vontade;
8. Antes de pedir aquela garrafa específica, compare com outras da Carta, que reproduzem as mesmas condições que você decidiu no primeiro. Isto muitas vezes resulta efeito, quando o preço é compensador;
9. Não faça como eu (que não repito rótulos). Se você está na dúvida e não quer arriscar… arrisque assim mesmo [rsrsrs!!]. O máximo que vai ocorrer é uma dor de barriga ou de cabeça no dia seguinte;
10.
Por fim, chegamos ao preço. Como normalmente conheço de antemão muitas ampolas dos catálogos que memorizo, pondero sobre o ganho do restaurante; se mais que o dobro do distribuidor, não pago! Se abaixo disso, consulto a consciência: meu saldo bancário.

11. NDA – chame o sommelier… [ risos ];

12. NDA 2 – se nada disso der certo, acesse o DCV pelo seu celular.

Um vinho para não tomar!

vernaiolo1Sempre vocês me vêem [lêem] aqui no DCV falar sobre bons vinhos, que gostei de tal e tal ampola, etc., etc. Desta vez falarei o inverso. E é de doer no coração, especialmente no fígado [risos]. Semana passada fui a uma nova pizzaria aqui na Cidade para provar as ditas massas, muito bem assadas num mega forno a lenha, cuja torre tinha mais de 8 metros de pé direito. 

Lá tomei um vinho desconhecido – vocês já sabem que não provo vinho repetido – e dei-com-os-burros-n’água. Ossos do ofício (rsrsr). O nome do rótulo: Vernaiolo DOCG 2009 (Rocca delle Macie). Um dos piores Chiantis que provei na vida – na verdade foi o pior, pois em minhas contas tomei cerca de três dezenas deles até o momento! Ácido igual limão verde. Há quem goste, enfim… Na Toscana existem muito melhores pelo mesmo preço. Garantido. As interessantes notas do aroma logo desapareceram ao provar o líquido. Não parecia estar estragado… ou talvez estivesse?… Sei lá. Mas que o negócio era ruim igual capeta, ah isso era. Nota: 80pts…e no limite! E ainda era um DOCG. Pode?! O registro da categoria deste vinho deveria ser revisto na Itália. Para o bem do fenomenal trabalho que a vitivinicultura toscana vem realizando nos últimos vinte anos.

Lições de Vida e o Vinho!

vinho
Esses pensamentos são comuns em quem vê a morte de perto. Aproveitar o tempo, a vida e tudo que está a sua volta de forma mais intensa. Normalmente isso não é possível por estarmos focados em construir o futuro. Pessoas que vivem essa experiência sempre mudam a maneira de ver a vida e tiram lições do fato.

Nesse vídeo, o interessante é que uma dessas lições diz respeito a vinhos. Confira e dê sua opinião.
http://www.ted.com/talks/lang/por_br/ric_elias.html

Almoço refrescante!

Apesar de já ter começado o inverno e o apelo por comidas mais pesadas e vinhos tintos ser propícia, ainda há lugar para um almoço leve e refrescante em dias ensolarados. Escoltados por vinho branco, esses pratos se destacaram e fizeram a alegria em um belo dia de sol.
domingos1domingos2piucopapillon1papillon2
Camarão ao molho branco no abacaxi, Lagosta grelhada com arroz branco e batatas e Bouillabaisse. Vinho Clos du Papillon 2005 (Loire-chenin blanc).

 

Chateau Reignac vence novamente “grandes” Bordeaux!!!

As degustações às cegas sempre surpreendem. O Chateau Reignac vem mostrando, ao longo dessas provas, que tem qualidade e consistência para ser tão bom quanto os caríssimos Bordeaux de “primeira linha”. Quando tomamos  um  vinho conhecendo sua história, a maneira como foi feito, idade das vinhas… Somos influenciados, e isso torna o vinho, muitas vezes, melhor do que ele é. Às cegas, apenas o conhecimento e o gosto influenciam no resultado. Essa nova degustação de Bordeuax confirma que, muitas vezes ao que gastar fortunas em um rótulo famoso, 80% está sendo pago em status e exibicionismo. Confira:

http://www.youtube.com/watch?v=3FBqTlPuiik

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Pinot Noir do Chile, outra surpresa que o DCV achou

vmar-pinot1Pois é, amigo internauta. Eis que provei mais um ótimo Pinot Noir do Chile.
O que será que eles estão aprontando nas terras andinas, hein…?!
Já não bastava os excelentes e mundialmente conhecidos vinhos; além dos carmenères, eles agora começam a criar e dar asas a esta “velha” casta, nos vales sob a cordilheira dos Andes. A pinot noir, que eternizou para o mundo a Borgonha, na França, começa a dar o ar de sua graça e delicadeza nas mãos de poucos artistas do vinho chileno.

Esta ampola do Viña Mar Reserva Pinot Noir 2008 acompanhou esplendidamente uma deliciosa refeição no Villa Tevere, em Brasília – Penne a Danielle: massa ao molho madeira e cubos de filet, com presunto Parma. Um rótulo de Viña Mar, bela vinícola situada no Valle de Casablanca, a 60 Km do Pacífico e nos pés dos Andes. Produz vinhos de colheita manual e irrigação pelo sistema de gotejamento. Esta ampola que tomei leva 8 meses em barricas, que dão perfeita aveludada no líquido. Com notas florais, café e tabaco, um aroma que salta da taça! Pura tipicidade da pinot noir. Lembra diretamente os exemplares da França; o que remete a uma produção espelhada na captura das características daquele terroir – fator inusitado e de extremo interesse, sabendo-se da complexidade de adaptação desta uva. vinamarSabor de frutas maduras e hortelã, num corpo médio e cor vermelho rubi brilhante. Se esta garrafa é tão boa assim, imaginem que descobri que existe ainda o P.Noir Reserva Especial, cuja diferença é de 12 meses barricado. Nota: 87 pts. Preços: do Reserva, 35-50 reais – do Res.Especial, R$ 60-70. Um ótimo vinho com preço acessível.

El Ciprés Chardonnay: um campeão do custo/benefício

elciprsDias atrás provei meu El Ciprés Chardonnay 2007, o qual havia comprado há três anos e permanecia sob guarda na adega.
Qual foi minha surpresa…
Provado com bacalhau, ele se saiu MUITO BEM…pois sua untuosidade, nada enjoativa e boa acidez, combinou enormemente com o peixe; que pediu mais [risos]!
Na boca, maçãs e banana bem marcante. Potente e rico. Quando comprei paguei 40 reais. Hoje vi na Internet preços abaixo de 30,00. Realmente um branco que irá satisfazer os paladares não acostumados com brancos no Brasil. Um verdadeiro campeão de custo/benefício. Recomendo adquirir em caixas! Nota: 86 pts. Ótimo também com aves e massas leves. Um branco que agradará a muitos.

A bodega Luis Segundo Correas fica em Mendoza, Argentina, e produz cinco varietais de grande qualidade, como este chardonnay. Outro vinho de ótimo preço deste pequeno vinicultor é seu Sangiovese, cujo valor é imbatível; pela qualidade demonstrada. Vale a pena dar uma provada neste também. Não perca a oportunidade.