Vinhos nos EUA!!!

vinhos euaFinal de ano, época de viajar e muita gente viaja para os Estados Unidos. Para quem ainda não sabe, os EUA é o melhor lugar do mundo para se comprar vinhos. Principalmente os franceses. Não sei dizer ao certo o motivo, uns dizem que o imposto para vinhos é menor que na França, outros que é por ser um grande importador, conseguem preços mais baixos, que são repassados ao consumidor, e ainda há os que falam que por comprarem antes de engarrafar, conseguem preços bem interessantes. Deve ser tudo isso junto e mais alguma coisa que não sabemos.

Nos Estados Unidos não vale a pena comprar vinho americano de primeira linha como Opus One, Insignia, Caymus ou Dominus. Eles custam bem menos que aqui no Brasil, mas pelos preços pedidos por eles lá, você compra grandes vinhos franceses que aqui custariam oito vezes mais. Sem falar no recordista de preço Screaming Eagle, que custa, em média, U$2.000,00 lá. Chega a ser um insulto pagar o preço de dois Petrus em um vinho americano.

Vinhos Espanhóis de primeira categoria como Vega Sicilia, Pingus e Contador não tem preços muito diferentes da Espanha. Muitas vezes custam até mais caro que no país de origem. Se quiser comprar vinhos desse país, concentre-se nos excelentes vinhos espanhóis de menor reputação, mas não de menor qualidade. Torre Muga, Campo Eliseo, Aalto Ps, Cirsion e Viña Tondonia são alguns exemplos.

Voltando aos franceses, esses são as grandes pechinchas, pois você não precisa focar nos grandes franceses, há vinhos bem mais baratos na faixa dos U$60,00 que aqui custam de R$400 a R$500. Há barganhas de todas as regiões vinícolas da França, Borgonha, Loire, Alsácia, Jura, Languedoc, Provance, e não apenas de Bordeaux como muitos pensam. Tudo bem, não é a melhor das tarefas carregar garrafas de vinho em viagem, ainda mais agora que elas não podem ser trazidas dentro da cabine, mas para os amantes do vinho a diferença de preço compensa qualquer sacrifício.

Rosé da Macedônia com Bacalhau

boutari1Num recente almoço em família provei dois vinhos de enorme qualidade e originalidade. O amigo Roberto Carvalho preparou um bacalhau a Zé do Pipo e nós levamos os vinhos, sendo que o amigo Joel Camargo levou este Rosé do Boutari, que deu o que falar, para harmonizar com o bacalhau.

Rosé Sec Boutari Macedônia 2007. Excepcional vinho das montanhas da Macedônia, próximo 30 Km da divisa com aquele novo* País (ex-Iugoslávia), cujo produtor Boutari, é um dos grandes nomes do vinho grego na atualidade. Um rosé fantástico, de uma cor virtuosa. Para beber saboreando e deliciando-se. Encorpado igual a um tinto – tomado às cegas muitos enófilos irão pensar tratar-se de um tinto. Feito com uvas autóctones, possui uma tipicidade estupenda, boa acidez, fresco e vivo, mostrando toda força milenar vinífica grega. Feito da uva Xynómavro, somente encontrada na macedônia grega. Intenso aroma de frutas vermelhas e longo final, permanecendo por “váááriooooos” minutos na boca. 89 pts (conceito Ótimo). Tem uma secura e acidez perfeita para acompanhar bacalhau. Quem diria, heim. Experimentem!

stamp07Stamp of Austrália Chardonnay/Semillon Branco, Hardy’s 2007. Um ótimo corte de Chardonnay/Semillon, que dão um sabor distinto a este representante da Austrália. Aroma de pêssego e melão, com cor palha e tons verdes. Na boca sutil untuosidade e limão, com ótima acidez e leve frescor. A colheita das uvas, ao que parece feita à noite, lhes dão um sabor diferente, além do aspecto mais floral, que deve ser resultado da mescla da semillon, uma vez que não é característica marcante da chardonnay. 88 pts (conceito Muito Bom). Mais um excelente vinho para este verão, com peixes e frutos do mar, e até bacalhau. Inclusive boa pedida para acompanhar os perus e chesters de fim-de-ano!

*Notas históricas: a República da Macedônia é hoje um pequeno País independente desde 1991, com a desanexação da antiga Iugoslávia. Ela pertenceu a Grécia durante o século XX, tendo sido anexada a Iugoslávia após a 2a.Guerra Mundial. Vinho também é cultura!

Minervois H&B 2005

minervois1Vinho tinto do Languedoc-Roussillon; um achado do sul da França. Carnudo e cheio de frutas maduras. Equilibrado e intenso. Estilo elegante e com muito sabor. Feito das uvas Syrah (principal), Grenache e Carignan. Chegou a receber 17/20 pts da Master Wine inglesa, Jancis Robinson, na safra 2006. Uma grande inspiração dos proprietários Hecht e Bannier (H&B). Bastante recomendado. R$ 68,00.

Caçarola de coelho e 2 Vinhos

lachapNo último fim de semana voltei a pilotar as panelas cometendo uma leve insanidade, senão um “coelhocídio”. Preparei um Coelho a caçarola com vinho, guarnecido de massa mini-penne. Espero que esta seja uma das poucas vezes que cometo tal descalabro “familiar”, podemos chamar assim – se é que me entendem [risos]. Apesar do triste fim do parente mamífero da família dos leporídeos, sua deliciosa carne estava excelente, e todos lamberam os dedos. O vinho que acompanhou o prato foi um francês básico, de Bordeaux, que harmonizou plenamente: La Chapelle St. Vincent Bordeaux 2005 (foto). Ótimo acompanhamento da caçarola de coelho. Desceu redondo, provando que a excelente safra 2005 privilegiou os vinhos bordaleses, mesmo aqueles simples de mesa. Equilibrado, com taninos domados, violáceo/rubi. 85 pts.

Outro vinho provado estes dias foi um Tamaya Chardonnay Reserva 2007. Um vinho bem estruturado, pouca madeira e bem diluída no líquido. Cor amarelo-palha, límpido. Bom fim de boca, leve amanteigado e acidez. 84 pts.

Vejam as imagens do preparo do coelho. E as sobras para o day-after! Alguém quer raspa?  😉

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Art du Vin inaugura em Brasília

Em um mega evento no dia 02, a distribuidora de vinhos Art du VIN, inaugurou em Brasília sua loja ao grande público; um sonho acalentado há anos. A distribuidora já vinha funcionando no atacado desde agosto. O evento foi marcado por uma grande degustação no Hotel Brasília Palace, com mais de 150 rótulos de 15 produtores e um público de 100 pessoas. Ver abaixo.

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O proprietário Marcos Rachelle (Marquinhos) e seu sócio Gentil, contaram que possuem um portfolio para lá de 300 rótulos, todos vendidos na loja. Eles deram algumas boas indicações, que fazemos questão de repassar ao leitor do DCV: Santa Julia Res. Tempranillo (43,00); Pietro Marini Torrontés Branco (49,00); Espumante Norton Especial Ex.Brut (42,00); Manso de Velasco Cabernet – melhor tinto Descorchados 2010 (169,00); Eral Bravo Malbec (88,00). É a hora de aproveitar e fazer uma visita na loja do Lago Sul, que está muita bonita (fotos a seguir). Além dos vinhos, tem boas sugestões de presentes de fim-de-ano, principalmente nesta época de festas, como: caixas especiais p/ vinhos, taças e lindas canecas de cerveja. Esta é a terceira diferente loja de vinhos aberta nos últimos dois meses na Cidade, comprovando a pujança do mercado enogastronômico de Brasília, no cenário nacional.

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Serviço: Art du Vin – QI 3, Bl.D, Lj.8 térreo, Lago Sul – 3365-4078 | 8161-0781 | 9557-3120.

Débora Breginski fala no Decantando a Vida

Como se deu sua entrada no mundo do vinho e há quanto tempo foi isso?

dboraComecei desde pequena, tomando vinho com a minha avó, que molhava o pão no vinho e me dava, pois em Curitiba fazia muito frio. Isso fez com que meu olfato e paladar ficassem mais aguçados, acho que desde pequena fui treinada, mesmo que sem querer, pela minha avó, a ser sommelière. Na faculdade fiz Turismo e Hotelaria, pós-graduação em Enogastronomia. Não pensava em ser sommelière, trabalhava com automobilismo, no Stock Car, quando vim para São Paulo e conheci o Manoel Beato, que me deu trabalho no Fasano e me ensinou a maior parte do que sei, e foi a partir disso que virei sommelière de verdade. Viajei o mundo inteiro conhecendo vinícolas, trabalhando na colheita, e hoje trabalho no restaurante Dressing há seis anos que é uma escola também.

Como é sua rotina diária no restaurante?

Minha rotina diária é longa e complexa. Trabalho quase todos os dias das 11:00 às 15:00 e das 19:00 às 24:00. Quase todas as vezes que há cliente tomando vinho eu estou lá. Eu vou à mesa, me apresento como sommelière, ofereço nossa carta de vinhos, e caso ele queira, o ajudo a escolher um vinho. Hoje estou fazendo um trabalho diferenciado, tentando ensinar o cliente que toma um vinho simples, a apreciar vinhos mais complexos. Duas vezes ao mês faço contagem e sou responsável por tudo relacionado ao vinho no restaurante.

Qual a sua opinião sobre a taxa de rolha que alguns restaurantes cobram e outros não?

Eu não sou a favor de se cobrar a taxa de rolha. Os que cobram deveriam cobrar um preço tabelado, e não de acordo com o vinho levado pelo cliente. No restaurante em que trabalho eu não cobro rolha, desde que o cliente tenha o discernimento de não levar 10 garrafas de vinho em um jantar para 10 pessoas sem me avisar. Mesmo nessa situação, eu não vou cobrar a rolha, mas vou informá-lo que na próxima vez teremos que cobrar a taxa. Agora, quando um cliente resolve levar ao restaurante, um vinho dele, é porque ele está com muita vontade de provar aquele vinho, e se eu cobro a rolha eu estou quebrando o prazer dele. Além disso, eu como sommelière, estou perdendo a chance de provar algo que talvez não tenha no meu restaurante, perdendo a oportunidade de aprender com o vinho dele. Não cobrar a taxa faz com que o meu cliente retorne ao restaurante e não necessariamente levando uma garrafa sua. O que tenho verificado é que hoje ele leva, amanhã não, e assim por diante.

Além do restaurante, você é normalmente requisitada para outros trabalhos ligados ao vinho? Quais?

Sim. Eu monto cartas de vinhos para outros restaurantes, há várias cartas minhas em outros restaurantes em São Paulo. Também faço o serviço de personal wine, para clientes que não são tomadores de vinho, mas querem montar uma adega. Eu vou lá indico os vinhos a serem adquiridos, organizo-os em um programa de computador, assessoro na montagem da adega. Outra coisa que eu faço é pegar adegas grandes de 2, 3, 4 mil garrafas, totalmente desorganizadas, e organizá-las, catalogando no programa por nome, região, safra, produtor…Também dou aula de vinho uma vez por mês em uma faculdade em São Paulo, e faço jantares harmonizados, aqui e em outras cidades, como o que fiz aí em Brasília.

Morando em São Paulo, e trabalhando com vinhos, você já deve ter tido a oportunidade de conhecer vinhos fantásticos, que um mero mortal jamais comprará. Qual foi seu vinho inesquecível?

Tem alguns que me recordo agora. Um foi o Petrus 1906, que o Sr. Fabrício Fasano abriu em seu restaurante, e tive a oportunidade de provar. Outro foi o Château Lynch-Bages 1984, que pelas circunstâncias, é o maior vinho da minha vida, e o Porto 1890 tomado em Portugal no alto do Vale do Pinhão, inesquecível.

No mundo do vinho também há decepções. Qual foi o vinho que você provou, que havia aquela expectativa em conhecer, mas que te decepcionou, por não ser o que você esperava, ou por estar defeituoso?

Foi um Château Margaux 1977, ano do meu nascimento, que estava bouchonné.

Como é o relacionamento entre as sommelières de São Paulo? Vocês se encontram, há uma troca de informações ou é meio que cada uma por si?

O relacionamento é bom, mas devido aos horários dos restaurantes, nos encontramos mais em degustações, matérias para revistas e televisão. Temos um bom relacionamento e trocamos informações, mas no meu caso, tenho mais contato com os meninos, pois trabalho em uma rua que tem cinco sommeliers.

Vinhos envelhecidos apresentam, cor, aroma e paladar bem diferentes dos vinhos jovens, que costumam mostrar corpo,álcool,taninos e frutas exuberantes. Tenho visto muita gente procurando vinhos envelhecidos, mas que quando provam, se decepcionam, por não encontrar aquela exuberância contida nos jovens. Você não acha que é necessário um aprendizado para se apreciar vinhos envelhecidos?

Acho que para se apreciar vinhos envelhecidos é necessário que se comece distinguindo velho mundo de novo mundo. Hoje chegam ao mercado uma quantidade enorme de vinhos todos os dias e é impossível se provar tudo, então acho que a pessoa deve começar a aprender a tomar vinho devagarzinho, degustando várias coisas para identificar novo mundo e velho mundo. Passada essa primeira etapa, a comparação se dará entre os vinhos envelhecidos e os não, ambos do velho mundo, pois não há vinhos do novo mundo envelhecidos 40,50 anos como há no velho mundo. Caso contrário a pessoa estará perdendo dinheiro, pagando caro por vinhos de guarda, envelhecidos, e não tendo parâmetros para apreciar esse tipo de vinho.

O Brasil é um país tropical e tem preferência pelo vinho tinto. Você já percebeu que quanto mais a pessoa se aprofunda no mundo do vinho, mais ela tende a preferir os brancos?

Já pois eu mesma estou assim. Cada vez mais vejo que tenho gostado de vinhos mais leves, fáceis e prontos. Não que eu não goste de um grande Bordeaux, robusto, ou um Amarone, mas estou em um momento de apreciar muitas coisas rosés, pinot noir, e mesmo brancos do novo mundo, dcv12que são muito aromáticos e prontos.

O que você acha das feiras de vinhos, promovidas pelas importadoras, que vão da feira de vinhos Biodinâmicos-Renaissance des Appelations até uma Expovinis? Em sua opinião, elas servem para aumentar o leque de conhecimento ou só para reencontrar os colegas?

Não acho as feiras de vinhos as coisas mais importantes para você aprender sobre o vinho. Primeiro que há muita gente, e você não consegue ouvir o que o produtor tem a dizer, depois são tantos vinhos que no terceiro estande você já não se lembra do que tomou no primeiro.

Quais seus planos futuros? Continuar trabalhando em restaurante, migrar para uma importadora, abrir uma escola de vinhos ou mesmo mudar de ramo?

Minha realidade futura é abrir um restaurante, em que se usem os cinco sentidos em tudo, e que haja uma sala com uma mesa grande, para se fazer jantares harmonizados e degustações.

O que você achou do evento de lançamento do site Decantando a Vida?

Achei muito legal, pessoas bacanas, interessadas e com bastante conhecimento de vinho. O clima de confraternização e amizade estava ótimo e me diverti bastante. Sucesso ao site e espero voltar em breve.

O DCV na Adega do Vinho

adgvinhowOs editores do DCV estiveram nas comemorações dos dois anos de existência da Adega do Vinho, na Capital, dia 21/11 (sábado). Foi um evento tão concorrido que para vocês terem uma ideia, parecia uma feira, com tantas ofertas! Um dos proprietários, Carlos França (o amigo Carlão) botou os preços abaixo e conquistou os visitantes, que ainda puderam degustar vários rótulos expostos. Vejam na foto a frente da loja do SIA, em festa.

Alguns dos vinhos de ótimos preços e qualidade que estão em oferta são: Quinta da Bacalhôa, Luiz Argenta Brut, Inspira Carménere, Laura Hartwing Cabernet, Antis Malbec, entre outros. Recomendamos uma longa e demorada visita, mesmo porquê o atendimento é atencioso elogoadegav personalizado.
Serviço: Loja SIA trecho 12, dentro do Posto Shell, 3233-0004 – Loja CLSW 104, bl.C, Lj.18, 3343-2626.

Nipozzano Frescobaldi DOCG Riserva 2003

nipozz1Um vinho da Toscana de moderna vinificação mas sem perder o terroir e características dos melhores vinhos italianos. Um grande produto da família Frescobaldi. Corpulento com classe, médio para forte corpo. Aromas frutas vermelhas secas. Longo final de boca, com taninos presentes e ótimo equilíbrio. 90% Sangiovese. Delicioso com pizza. Esta safra 2003 alcançou seu pleno sabor. Altamente recomendado. R$ 130,00.

Torre Albeniz 1996

torre 1O Torre Albeniz Reseva, é um vinho espanhol da Bodegas Peñalba López, situada no coração de Ribera del Duero, nas imediações da cidade de Aranda. A DOC Ribera del Duero é recente, data de 1979, e no ano de 2008 a vinícola catalã Miguel Torres, pediu ao Tribunal de Justiça da União Européia, a anulação do registro da marca Torre Albeniz, alegando que a marca em questão, entra em conflito com a sua marca Torres.
A Miguel Torres também pediu a anulação de outras quatro marcas de vinho que usam o nome Torres,
afirmando que seu selo foi registrado anteriormente, e que o apelido Torres está associado a seus vinhos há mais de 300 anos. Eles receiam que haja confusão, entre atorre 2 sua marca e as outras 5, devido a estarem atuando no mesmo segmento. 
Mudando de nome ou não, certo é que nunca tomei um vinho da Miguel Torres, tanto do segmento chileno quanto do espanhol, melhor que o Torre Albeniz Reseva 1996. Tive a oportunidade de tomar esse vinho por 3 vezes, sempre na safra 96. Em nemhuma delas o vinho decepcionou, pelo contrário, em todas as oportunidades foi eleito o melhor vinho da mesa. Esse 1996 está evoluído, com uma cor de tijolo, sem nenhuma agressividade na boca, taninos totalmente domados e uma cremosidade ótima. Elaborado com Tempranillo, Cabernet Sauvignon e Merlot, o vinho não deve evoluir mais. Quem por acaso ainda tiver essa safra, deve abrir e ser feliz.