Degustação Top no Hotel Mercure

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Na noite de 2a.feira, tive oportunidade de participar a convite do amigo Petrus, de uma Top-degutação no restaurante do Hotel Mercure, aqui em Brasília. Algumas ampolas foram ofertadas pelo excepcional enófilo e garimpeiro (assim como eu) de vinhos, colega Eugenio Silva, cujo primeiro contato pessoal me impressionou muito. Fomos guiados pelo amigo e sommelier Marcos Rachelle (o Marquinhos). Confiram a extrema qualidade dos vinhos provados, por ordem de pontuação do autor. Vinhos da Noite:

1. Chateauneuf-du-Pape Tradition 2003 – Domaine La Solitude (Rhône, França).
Aroma discreto, na boca mostrou frutas maduras e leve pimenta. Ainda com acentuado álcool (15,5%), deve melhorar com ao menos 3 horas decantado p/ mostrar todo seu frescor. Cor violácea, mostra a qualidade de sua produção. Sem muita personalidade como demais chateauneufs e levíssimo corpo (R$200). “O sabor lembra um vinho do Porto sem o açúcar”, como disse Diniz, um dos degustadores na mesa. Vinho ainda jovem – 89 pts.
2. Marcenasco Barolo 1994 – Renato Ratti (Piemonte, Itália)
Delicioso e fácil de beber, mesmo com 15 anos de idade; que parece lhe fizeram muito bem. Mostrou-se inteiro e equilibrado. Pouca acidez e corpo médio (R$430). O vinho passa por estágio de 3,5 anos em Botti (tonéis carvalho 18mil Lts.) Um Barolo de responsa!! – 90 pts.
3. Meursault 2000 Domaine Leroy Chardonnay – branco (Bourgogne, França)
Untuoso, delicioso, mineral. Diferente de seus pares de uva chardonnay. Cor palha. Nariz sem florais e sabor lembra manga e pêssego. Longo final. Após uma hora na taça apresentou forte aroma torrado e um caramelo maravilhoso. A ótima acidez indica longos anos de vida (R$600) – 92 pts.
4. Grands-Échezeaux René Engel (V.Romanée) Grand Cru 1991 (França)
Um Grand Cru estonteante; de cair o queixo. Macio, leve mas com estrutura firme, harmonioso. Cor violáceo/tijolo, mostrando que ainda tem bala-na-agulha para mais 10 anos, principalmente pela ótima acidez (R$700). Um vinho já pronto, com aromas de couro e fruta madura. Na boca mostra um frescor presente, quase saltando da taça de tanta vivacidade! Uma experiência gustativa completa de um vinho pleno com quase 20 anos de idade – 95 pts.

Os preços indicados são do valor de mercado no Brasil, pois certamente nenhum deles ultrapassa os U$ 200 dólares de origem do produtor. Mas como já antecipei, foram barganhas garimpadas pelos colegas de degustação. Aconselho a todos que esta é a melhor forma de comprar e beber vinho, héhé!!
Saúde. Até novas degustações!

Mais novo Calouro de Gastronomia

DCV160309Parece que a coisa está ficando séria:  passei no Vestibular!!!
Acabei de me tornar o mais recente calouro de GASTRONOMIA da Faculdade-IESB.
Nos próximos dois anos, “a cobra vai fumar”.   😉
Por motivos particulares a matrícula foi feita mas a vaga reservada p/ Julho, quando poderei me dedicar integralmente.
Como diriam meus amigos da A-stronomia: será que ficarei melhor com teoria na cabeça, ou estou bem na qualidade de “quasi-Amador”? Eis a questão, héhé!
Abraços G-astronômicos. Futuro-pretendente-metido-calouro-aspirante a Chef Cozinheiro.
PARA GUARDAR:
“Ainda que chegues a viver cem anos, NUNCA deixes de aprender!” – Galileu Galilei – 1642.

Ooppsss…uma breve correção: o autor da frase acima é não menos que LEONARDO DA VINCI – 1452/1519.
Também pudera, ele foi um dos caras mais universalizados que ouvi falar. Vejam suas “habilidades”; e todas exerceu com maestria!
Leonardo da Vinci: cavaleiro, artesão, mecânico, escultor, pintor, arquiteto, engenheiro, músico, anatomista, naturalista, matemático, inventor, astrônomo e filósofo. Ufáhh… Tinha que ser um filho-da-Toscana!!!  Portanto:
“Ainda que chegues a viver cem anos, NUNCA deixes de aprender! ” – Leonardo da Vinci.
Manuscritos do acervo pessoal de Bill Gates (Microsoft).

Pinot noir com Amicus Vinum

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Nesta 4a.feira, dia 11 de fevereiro, os amigos da Confraria Amicus Vinum abriram o “ano-letivo” para as degustações de 2009. Foi um início com estilo na enoteca da Grand Cru, da QI-9 (Lago Sul). Uma noite de Pinot noirs de cinco países! A “brincadeira” começou com espumantes para abrir o apetite dos confrades. A degustação foi às cegas, e valeu p/ testar o knowhow da galera, onde o desafio era identificar qual dentre as cinco ampolas representava a Borgonha (França). Somente três conseguiram (Agnaldo, Antonio e Bodani), sendo que o prêmio ficou para o estreante, Agnaldo, irmão do Adro, que levou uma capa p/ vinho, da Toscana [diretamente de Chianti].


Eis os vinhos da noite por ordem de avaliação geral, de acordo com as Fichas de Degustação dos ONZE participantes: Adroaldo, Antonio, Bodani, Agnaldo, Maia, Marcelle (única mulher presente – a confraria tem +duas – e nossa guardiã dos vinhos franceses!), Mário, Neto, Petrus, Renzo e Wesley. A turma estava tão “afiada” que criou-se um segundo desafio: tentar adivinhar também às cegas a procedência de todos vinhos provados, ficando mais interessante e instrutivo o Encontro!
Classificação Geral:
1.Lugar: Saint Clair Pioneer Block Pinot 2007 (Nova Zelândia) – 91pts (autor), ~130reais;
2.Lugar: Leyda Single Vineyard Cahuil Pinot 2007 (Chile) – 87pts (autor), ~98,00;
3.Lugar: Glen Carlou 2006 Pinot (África Sul) – 90pts (autor), ~95,00;
4.Lugar: La Vignée P.Noir Bouchard Père Fils 2007 (França) – 86pts (autor), ~100,00;
5.Lugar: Humberto Canale Gran Res.2006 Pinot (Argentina) – 85pts (autor), ~95,00;

Com os vinhos na mesma faixa de preço, o francês acabou “sofrendo” um bocado, terminando na quarta posição. Em minha avaliação ele se comportou como um legítimo francês: austero, tranquilo e macio; tão macio que sucumbiu aos demais concorrentes, que apresentaram um “Q” a mais. Principalmente o neo-zelandês que foi quase unanimidade, com 7 votos. A briga boa ficou entre o sul-africano e o chileno, com ligeira vantagem ao representante da América: o pinot de Leyda levou o segundo lugar com 6 votos, usando-se o critério de pesos. Na quinta colocação, o argentino [não vamos ser revanchistas, mas …] não arrebatou a turma e mostrou-se o menos atrativo. Lembrando aqui que esta vinícola (H.Canale) é uma das melhores da argentina e produz malbecs e merlots de excepcional nível. Apenas a pinot não é lá a “praia deles”.
Vejam mais fotos do Encontro, que contou com um primoroso atendimento e serviço do pessoal da GrandCru (Lázaro, Alves e Fernando). E olha que foram mais de 70 taças usadas, do modelo Borgonha tradicional. Alto nível!
Saúde. E que venham novas degustações!

Imagens Vinum Brasilis ’08

Finalmente saíram as fotos da festa de vinhos que agitou a Capital no dia 29 de outubro. O sucesso foi tamanho que em 2009 já fecharam acordos mais três vinícolas, o que tornará o encontro ainda mais notório no âmbito nacional. As vinícolas que investiram seus portfólios apresentando seus vinhos “Top” foram: Boscato, Casa Valduga, Dal Pizzol e Miolo.
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Da esquerda p/ direita: Antonio Coêlho, Wesley Brito, Petrus Elesbão (Amicus Vinum) e Fátima Paixão. Jorge Miolo com Chef Willian Babel. Eliana, Augusto e Raquel Alves (Amigas do Vinho).
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Renzo Viggiano (Amicus) provando vinho Boscato. Os Chefs Alexandre e Itamar Sinigaglia (ex-Danoi) com sommelier Marcos Rachelle (dir.). Alegre brinde da turma do Aroldo. 
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Da esquerda p/ direita: Wenceslau Kalaf, Gilvan Pires (Casa Valduga) e amigo. Mario Viggiano (Amicus) com casal de amigos. Roberto Filho recebendo prêmio vinho Amante Valduga.
Cerca de 170 pessoas passaram pelo Salão para degustar 20 rótulos entre os mais premiados do País. Dentre os convidados participaram tb vários sommeliers, jornalistas, produtores, representantes nacionais e de Brasília, muitos Chefs e restauranteurs. A proposta de reunir num único local várias vinícolas nacionais foi idealizada pela Confraria Amicus Vinum, que é formada por um grupo de onze amigos enófilos que se encontram em Enotecas e restaurantes de Brasília, para provar os mais variados vinhos. Este foi o quarto evento realizado mas que superou todas as expectativas, devido a abrangência e o número recorde de vinícolas e rótulos. O grupo ainda é formado por: Marcelle, Bodani, Marcelo, Adroaldo, Neto e Maia.

Para fazer do Encontro uma mega degustação com um público recorde, a ABS-Brasília – Associação Brasileira de Sommeliers emprestou o prestígio existente e provou a força de mais esta tendência da Cidade. De acordo com dados do IBRAVIN (2006), o brasiliense é hoje o maior consumidor per capita de vinhos finos do País, bebendo em média mais de 4 litros/ano, contra um índice nacional de 2 litros. Provando o campo fértil ao trabalho de marketing das vinícolas.

Os vinhos finos são produzidos com uvas da espécie Vitis Vinífera, como exemplos temos a cabernet sauvignon e merlot (tintas) e chardonnay e sauvignon blanc (brancas). Para desmitificar estes conceitos aos iniciantes desta arte – como é chamada pelos apreciadores da bebida milenar – os Amicus (como apelidam-se os confrades do grupo) começaram a editar um catálogo de notas para os vinhos provados (nacionais e estrangeiros), contendo atualmente mais de 800 rótulos classificados em um ranking personalizado, somente em dois anos! A idéia dos confrades é produzir ainda em 2008 um Selo para os vinhos recomendados pela Confraria.

Os tempos estão mudando. Enquanto em grande parte da Europa a quantidade de bebida ingerida diminui anualmente, o Brasil e os produtores de vinho do chamado Novo Mundo, como EUA, Austrália, África, e Chile, encontram ainda mercados incipientes e pouco explorados. Verdade é que o consumo tem ampliado nos últimos anos, devido à pouca cultura e costume da bebida nestes países. O sucesso do Encontro realizado em outubro veio confirmar a idéia de que o VINUM BRASILIS se perpetue. Essa é a singela contribuição da Confraria Amicus, em levar ao público a produção nacional e o que ela tem de melhor a oferecer. Resta-nos ter paciência que certamente atingiremos o nível internacional que todos esperam. Exemplos não faltam em várias vinícolas espalhadas pelo País. Este evento foi a prova inconteste deste avanço.
Tim-Tim!

Resumo Vinum Brasilis

DCV021108Dizem por aí que a vida se mede pelos momentos (bons e maus). O evento desta 4a.feira (29/10) foi um destes momentos inesquecíveis. Quase 170 pessoas em congraçamento, bebendo à vida e provando os melhores vinhos de quatro vinícolas brasileiras: Boscato, Casa Valduga, Dal-Pizzol e Miolo. O salão de festas do Clube ASSEFE (Brasília) estava fervendo – literalmente sob os dois pontos de vista: fisiológico e em calor humano, héhé!! Os espumantes e brancos agradeceram, sendo os mais procurados. E as quatro casas produtoras não decepcionaram, ofertando toda gama deles aos participantes. Em breve teremos as imagens desta festa ao vinho nacional. Como registro, listamos os 20 vinhos que fizeram parte desta Mega-Degustação, produzida pela Confraria AMICUS VINUM, com ajuda de vários parceiros patrocinadores.

BOSCATO: Boscato Rosé (lançamento), Reserva Boscato Cabernet Sauvignon, Gran Reserva Boscato Merlot (lançamento).
CASA VALDUGA: Espumante Arte Brut Champenoise (lançamento), Gewurztraminer Premium 2008 (lançamento), Casa Valduga Amante Rosé de Malbec, Casa Valduga Cabernet Sauvignon Premium.
DAL PIZZOL: Espumante Dal Pizzol Rosé Brut, Espumante Dal Pizzol Brut Champenoise, Dal Pizzol Sauvignon Blanc (lançamento), Dal Pizzol Assemblage Edição Limitada 30 Anos,
Dal Pizzol Tannat.
MIOLO: Miolo Reserva Chardonnay, Lote 43, Cuvee Giuseppe, Quinta do Seival Cabernet Sauvignon, Quinta do Seival Castas Portuguesas, R.A.R., Gran Lovara.

Dentre os participantes tivemos também vários sommeliers, produtores de vinhos, representantes nacionais, muitos Chefs e restauranteurs da Capital. Uma amostra de que podemos e devemos tornar permanente esta festa vínica no Calendário de Brasília.

Até breve e que venha o VINUM BRASILIS 2009…!!

Dia 29 VINUM BRASILIS 2008

CHEGOU O EVENTO DE VINHOS MAIS ESPERADO DO ANO, EM BRASÍLIA
UMA MEGA-DEGUSTAÇÃO DOS RÓTULOS MAIS PREMIADOS DO BRASIL
PREPAREM SUAS TAÇAS!!  VAGAS LIMITADAS.
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Realização: Confraria AMICUS VINUM, Clube ASSEFE e ABS-Brasília

Na ITÁLIA ( I I )

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. . . Continuamos nossa dissertação das aventuras na bella Itália, com alguns comentários interessantes. Antes, apresento a vocês minha nova Trattoria. Vejam na foto como é bela. Só tem um problema: ela fica a 9.000 Km de distância. Héhéhé!!

Engano(1): a pizza italiana é fabulosa, refutando muitos comentários nacionais despretensiosos. As delícias da margeritta, da pomodore, etc, não me deixaram dúvidas quanto ao ótimo sabor e tradição na confecção desta milenar iguaria, consolidada pela perfeição napolitana. Guardei quatro endereços entre Amalfi/Roma/Firenze onde podemos apreciar “sem-medo-de-ser-feliz” as dignas pizzas da Itália;
Verdade(1): a pizza brasileira se iguala em qualidade à italiana, tanto no sabor quanto no preparo. Talvez ganhemos em diversidade, o que nos torna únicos competidores a nível mundial, indiscutivelmente.

Nota(1): O serviço do vinho tinto é inaceitável, sempre quente, até para as garrafas de maior nível – ninguém merece beber um grande Chianti Riserva a 28 graus, num calor de verão de 30 graus! Óras, mas o branco é servido bem geladinho. Why? Está faltando adegas climatizadas na Europa. Cadê nossa indústria de exportação, Galera?!! Art-des-Caves, acorda.
Nota(2): Os vinhos toscanos deverão ser vinificados tardiamente este ano, pois até a data de meu retorno ao Brasil (10/setembro), os parreirais permaneciam carregados. Eram imagens de encher os olhos: aqueles cachos de Sangiovese quase tocando o solo de tão pesados. No limite para as colheitas.
Nota(3): Como não podia perder a oportunidade, trouxe na bagagem algumas ampolas “fantásticas” (em qualidade e preço!): 4 Brunellos, 4 Chiantis DOCG, 1 Amarone, 3 SuperToscanos, 2 Biancos de Amalfi, e 2 Tintos Lacryma-Christi.
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foto: Brunello di Montalcino Biondi-Santi, Brunello BANFI, Conti Costanti Brunello,  Isole & Olena Collezione Marchi (STosc), Paleo Bolgheri LeMacchiole (STosc).

Curiosidades: – Em Roma é proibido buzinar. Fiz vários vídeos onde comprovo este fato…como nós ouvimos bobagens ditas aqui e ali, hein! O trânsito é complexo, é verdade, mas nada diferente das grandes metrópoles, com outro ponto para Capital: a faixa de pedestre é respeitada; – Existem 600mil motos para só 500mil carros na Capital de 3 milhões/hab. Haja moto, hem!  [inaugurando o novo vocabulário português].

Vídeo(1): Vejam o Vídeo (YouTube) de nossa “Festa de Sabores Italianos”. IMPERDÍVEL. Super DIVERTIDO, pra não dizer HILÁRICO!!  http://www.youtube.com/watch?v=oejpxFH_THw 

Coêlho na ITÁLIA ( I )

ITÁLIA (I) – Retorno de uma viagem de duas semanas à bella Itália. Dentre as incríveis recordações trouxe na bagagem algumas ampolas dos fantásticos vinhos italianos…quero dizer, muitas garrafas: ao todo foram 16 bottigli, embarcadas em Firenze-Frankfurt-S.Paulo-Goiânia-Brasília. Não assustem, as “crianças” chegaram intactas, por incrível que pareça!

Eu e minha mulher – companheira inseparável no tilintar das taças – passamos dias maravilhosos em Amalfi, Roma e Firenze. Além de darmos um giro completo de 2 dias pela Toscana, de carro. Foram dias excelentes saboreando vinhos, boa comida, paisagens inesquecíveis, lugares fantásticos, e um mar deslumbrante. E que mar sob a rota de precipícios da costiera amalfitana! Quanto aos vinhos, da mesma forma que os embarcados ao Brasil, muitos foram provados, somando 15 garrafas. Os brancos eram maioria e caíram em nossa preferência, auxiliados pelo forte calor. Entre eles alguns de “tavola” (mesa), pois o costume manda que qualquer restaurante, por menor que seja, sirva um vinho da casa. Alguns deles certamente não passaram pelo crivo de nosso paladar – um pouco mais acostumado aos finos de melhor qualidade – mas valeram pela tradição.

E a gastronomia? Ah, que comida!! Pastas e mais pastas; de todos sabores, tipos, cores e lembranças. Prosciutto e formaggio: parmeggiano, pecurino e mussarela de búfalo. Trippa (dobradinha) e ossos-bucos. Bistecas gigantes mal-passadas, bota mal nisto. Fagiolino e zucchino (vagem e abobrinha). O salame de cinghiale (javali), que loucura! Zuppas de cozzo (mariscos e ostras). Stracciatellas magníficas, de fazer dobrar qualquer centurião romano. Peixes do Mar Tirreno servidos praticamente vivos “em sabor”: o verdadeiro aroma mediterrâneo. Bom, é melhor parar por aqui, senão…!

Deixo com vocês as imagens desta minha aventura enogastronômica na Itália dos sonhos. Mas antes passo a lista das ampolas provadas nesta viagem, acompanhadas de todas as “comidinhas” citadas acima (rsrs).
– Viña del Vulcano, Lacryma Christi del Vesúvio – Branco 05 – 11 EU$ – Nota 81.
– Costa d’Amalfi Tramonti – Branco 07 – 9 EU$ – Nota 79.
– Prosecco Maschio Extra Dry – Branco 06 – 14 EU$ – Nota 84.
– A.Sammarco Ravello, Vino Tavola – Branco 07 – 12 EU$ – Nota 73.
– Di Lenardo Chardonnay, Friuli – Branco 07 – 18 EU$ – Nota 90. [Destaque para este delicioso branco de Friuli, que se harmonizou esplendidamente com uma massa ao frutos-do-mar. Parece que este exemplar pode ser encontrado no Brasil. Grande indicação para estes tempos de calor em Brasília].
– Cancelli Coltibuono Toscana IGT, Sangiovese/Syrah 05 – 15 EU$ – Nota 84.
– IL Latini Chianti Tavola 07 – 8 EU$ – Nota 72.
– IL Grigio San Felice, Chianti Riserva DOCG 03 – 30 EU$ – Nota 91. [Ótimo exemplar da Toscana e forte representante dos chiantis riserva. Sabor clássico da sangiovese mas com toques vinícolas da era moderna, mostrando realmente a tendência da alta qualidade dos chiantis, sem perder o terroir tradicional. Garrafa encontrada facilmente no Brasil].
– Banfi Chianti Classico Riserva DOCG 04 – 35 EU$ – Nota 87.
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foto1: a lindíssima Ilha Capri, na costa Amalfitana.
foto2: Pizza da Pizzeria Baffetto, próximo a Piazza Navona (centro de Roma).
foto3: Vinho branco Di Lenardo com Papelote de frutos-do-mar do Ristorante EDY (Roma).
fotos4/5: Vinho IL Grigio Chianti (em Siena, ex-capital da Toscana), e Castello Fontodi, vinícola da Toscana (rota do Vinho-s222, Chianti).

4,3,2,1… 400 !!!!

DCV100808-14, 3, 2, 1LIFTOFF400 Rótulos!!

Neste dia dos Pais (10/08) nada melhor que comemorar atingindo a marca pessoal dos 400 rótulos de Vinhos provados. Desde nossa última marca (dos 300) foram exatos seis meses, o que dá a incrível taxa de uma NOVA prova a cada 2 (DOIS) dias! Uauh…Trata-se agora de um Catálogo “de responsa”, que passa a servir de subsídio a todos aqueles desejosos por informações dos mais variados vinhos existentes no mercado brasileiro.
Os vinhos que fizeram parte da contagem regressiva deste novo recorde não podiam ter sido melhores:
– Fuentespina Roble 06, Ribera del Duero (ESP) – 60,00 – Nota 87;
– Vega Sauco Res. 06 Tinto, Toro (ESP) – 97,00 – Nota 88;
Foi provado ao lado de amigos Petrus e Bodani (Confraria Amicus Vinum), na Enoteca Expand. Notas típicas da varietal tempranillo, com frutas maduras e especiarias. Ótima estrutura, mas com taninos ainda selvagens. Para mim se tornará grande vinho daqui a dois anos, que promete muito. Ainda estou com sabor dele na boca ao escrever estas palavras. Imaginem…!
– Oak Aged Viu Manent Res. 02 Merlot (CHI) – 70,00 – Nota 85;
– Deu La deu Alvarinho DOC 06, branco Verde (POR) – 90,00 – Nota 86;
Mais um representante de peso dos vinhos verdes portugueses. Perfeito acompanhamento com o Bacalhau Maria Garcia, do restaurante SAGRES (316 Norte). Um prato de orar de mãos fechadas. Aconselho bastante.
DCV100808-2– Errazuriz Sauv.BLANC Res. 07, branco (CHI) – 40,00 – Nota 89.
Vinho para se comprar em caixas (relação custo/benefício espetacular). Boa acidez, sabor de maça verde e pera, alegríssimo e seco. Um dos melhores brancos que já provei. O Guia Descorchados deu nota 88 nesta safra. Um vinho delicioso desta premiada Casa. Ele foi provado acompanhando um salmão ao forno na casa dos amigos Tobias e Ydima. Grandes momentos; excepcional vinho!
O catálogo “Grande Seleção de Vinhos” é de nossa autoria e encontra-se disponível para consultas (sob pedidos). Ele contém nomes, safras, uvas, preço e indicativo de Pontuação de cada ampola degustada. É…, a brincadeira está ficando PRO, rsrs…!!
Saúde e feliz dia dos Pais.

Livros: a maravilhosa Ciência da Enologia

Em nossa última conversa falamos de um pequeno catálogo sobre vinhos italianos. Voltamos a falar sobre coisas eno-literárias. Nas últimas três semanas “devorei” dois livros: “O Julgamento de Paris”, de George Taber, 380 págs., e “A Arte de fazer um Grande Vinho”, de Edward Steinberg, 288 págs.

DCV060808-1– O primeiro versa a respeito da celeuma criada pela discutível degustação de Paris – concurso Califórnia X França – em
1976, quando dois vinhos californianos foram escolhidos como os melhores rótulos, entre nove jurados franceses, em uma prova às cegas. Afora as discussões acaloradas da “não validade” da degustação (métodos, provadores, safras, rótulos), o que mais admirei no livro foi a história contada em detalhes da formação da vitivinicultura no Vale do Napa (EUA), bem como de outros grandes produtores do Novo Mundo, como Austrália, Chile, Nova Zelândia e África do Sul. Nunca tinha visto histórias tão bem documentadas. Num texto leve e preciso do ponto de vista histórico, pois o escritor esteve presente naquele evento, o leitor é levado para dentro das famílias que preconizaram o renascer da vinicultura mundial, mostrando que é possível se produzir vinhos finos de qualidade em variadas partes do planeta que não somente na França, Bordeaux e Borgonha.

DCV060808-2– O segundo livro é um primor de publicação. Um verdadeiro
curso de Enologia, começando desde a formação de um vinhedo com a plantação das videiras, passando pela vinicultura em si, e concluindo no processo de engarrafamento e venda. Quase toda a ciência de se fazer um vinho passa diante do leitor. Um Show de conhecimento transmitido pelo autor, dos processos biológicos e químicos da transformação da uva em vinho. Conceitos como fenóis, temperaturas, ácidos maloláticos, fermentação, índices pH, alcalóides, tonéis, barricas, traspassadores, alcoóis, gás carbônico, oxigenação, são dissecados exaustivamente no texto. Muito bom…eu não conseguia parar de ler; anotando e marcando tudo para um melhor aprendizado. Como se não bastasse, é claro, o Sr. Steinberg conta-nos, com dissertação rica em romantismo, a vida e a saga da família Gaja, certamente o maior nome da vinicultura do norte da itália; tendo em seu protagonista, Angelo Gaja, um revolucionário nas últimas duas décadas. Dica: quer dar início aos estudos sobre vinho? Leia este livro. IMPERDÍVEL. Até eu já estou com vontade de comprar umas terrinhas…adquirir umas mudinhas de uva…avaliar algumas paisagens com terroir favorável, etc. Nada é impossível, podem crer!

Para não perder o costume, mostro um apanhado das últimas ampolas mais significativas provadas por mim, listadas num crescente de pontuação, ordem sugerida pelo nosso amigo confrade Renzo.

V I N H O Safra País Dt. Prova Valor Nota
Condes de Barcelos – branco verde 2005 Portugal P: 28/06/08 50,00 78/100
Chakana Reserve Malbec 2006 Argentina P: 25/07/08 70,00 84/100
Valviadero Jovem – Toro 2006 Espanha P: 21/06/08 70,00 86/100
Meia Pipa – castelão/cab.sauv./syrah 2005 Portugal P: 19/05/08 85,00 88/100
Primitivo di Manduria, Ognissole 2005 Itália P: 26/07/08 100,00 88/100
Chateau L’Eglise Saget, Bordeaux 2005 França P: 11/06/08 70,00 89/100
Pierre Amadieu Côtes du Rhône 2006 França P: 21/06/08 70,00 89/100

(*) Destaque ao Meia Pipa, de Portugal. Um vinho delicioso, pronto para beber (maduro) e ótimo à mesa. Recomendo.