Na noite de 2a.feira, tive oportunidade de participar a convite do amigo Petrus, de uma Top-degutação no restaurante do Hotel Mercure, aqui em Brasília. Algumas ampolas foram ofertadas pelo excepcional enófilo e garimpeiro (assim como eu) de vinhos, colega Eugenio Silva, cujo primeiro contato pessoal me impressionou muito. Fomos guiados pelo amigo e sommelier Marcos Rachelle (o Marquinhos). Confiram a extrema qualidade dos vinhos provados, por ordem de pontuação do autor. Vinhos da Noite:
Mais novo Calouro de Gastronomia
Pinot noir com Amicus Vinum
Imagens Vinum Brasilis ’08
Da esquerda p/ direita: Antonio Coêlho, Wesley Brito, Petrus Elesbão (Amicus Vinum) e Fátima Paixão. Jorge Miolo com Chef Willian Babel. Eliana, Augusto e Raquel Alves (Amigas do Vinho).
Renzo Viggiano (Amicus) provando vinho Boscato. Os Chefs Alexandre e Itamar Sinigaglia (ex-Danoi) com sommelier Marcos Rachelle (dir.). Alegre brinde da turma do Aroldo.
Da esquerda p/ direita: Wenceslau Kalaf, Gilvan Pires (Casa Valduga) e amigo. Mario Viggiano (Amicus) com casal de amigos. Roberto Filho recebendo prêmio vinho Amante Valduga.
Resumo Vinum Brasilis
Dizem por aí que a vida se mede pelos momentos (bons e maus). O evento desta 4a.feira (29/10) foi um destes momentos inesquecíveis. Quase 170 pessoas em congraçamento, bebendo à vida e provando os melhores vinhos de quatro vinícolas brasileiras: Boscato, Casa Valduga, Dal-Pizzol e Miolo. O salão de festas do Clube ASSEFE (Brasília) estava fervendo – literalmente sob os dois pontos de vista: fisiológico e em calor humano, héhé!! Os espumantes e brancos agradeceram, sendo os mais procurados. E as quatro casas produtoras não decepcionaram, ofertando toda gama deles aos participantes. Em breve teremos as imagens desta festa ao vinho nacional. Como registro, listamos os 20 vinhos que fizeram parte desta Mega-Degustação, produzida pela Confraria AMICUS VINUM, com ajuda de vários parceiros patrocinadores.
BOSCATO: Boscato Rosé (lançamento), Reserva Boscato Cabernet Sauvignon, Gran Reserva Boscato Merlot (lançamento).
CASA VALDUGA: Espumante Arte Brut Champenoise (lançamento), Gewurztraminer Premium 2008 (lançamento), Casa Valduga Amante Rosé de Malbec, Casa Valduga Cabernet Sauvignon Premium.
DAL PIZZOL: Espumante Dal Pizzol Rosé Brut, Espumante Dal Pizzol Brut Champenoise, Dal Pizzol Sauvignon Blanc (lançamento), Dal Pizzol Assemblage Edição Limitada 30 Anos, Dal Pizzol Tannat.
MIOLO: Miolo Reserva Chardonnay, Lote 43, Cuvee Giuseppe, Quinta do Seival Cabernet Sauvignon, Quinta do Seival Castas Portuguesas, R.A.R., Gran Lovara.
Dentre os participantes tivemos também vários sommeliers, produtores de vinhos, representantes nacionais, muitos Chefs e restauranteurs da Capital. Uma amostra de que podemos e devemos tornar permanente esta festa vínica no Calendário de Brasília.
Até breve e que venha o VINUM BRASILIS 2009…!!
Dia 29 VINUM BRASILIS 2008
Na ITÁLIA ( I I )
. . . Continuamos nossa dissertação das aventuras na bella Itália, com alguns comentários interessantes. Antes, apresento a vocês minha nova Trattoria. Vejam na foto como é bela. Só tem um problema: ela fica a 9.000 Km de distância. Héhéhé!!
Engano(1): a pizza italiana é fabulosa, refutando muitos comentários nacionais despretensiosos. As delícias da margeritta, da pomodore, etc, não me deixaram dúvidas quanto ao ótimo sabor e tradição na confecção desta milenar iguaria, consolidada pela perfeição napolitana. Guardei quatro endereços entre Amalfi/Roma/Firenze onde podemos apreciar “sem-medo-de-ser-feliz” as dignas pizzas da Itália;
Verdade(1): a pizza brasileira se iguala em qualidade à italiana, tanto no sabor quanto no preparo. Talvez ganhemos em diversidade, o que nos torna únicos competidores a nível mundial, indiscutivelmente.
Nota(1): O serviço do vinho tinto é inaceitável, sempre quente, até para as garrafas de maior nível – ninguém merece beber um grande Chianti Riserva a 28 graus, num calor de verão de 30 graus! Óras, mas o branco é servido bem geladinho. Why? Está faltando adegas climatizadas na Europa. Cadê nossa indústria de exportação, Galera?!! Art-des-Caves, acorda.
Nota(2): Os vinhos toscanos deverão ser vinificados tardiamente este ano, pois até a data de meu retorno ao Brasil (10/setembro), os parreirais permaneciam carregados. Eram imagens de encher os olhos: aqueles cachos de Sangiovese quase tocando o solo de tão pesados. No limite para as colheitas.
Nota(3): Como não podia perder a oportunidade, trouxe na bagagem algumas ampolas “fantásticas” (em qualidade e preço!): 4 Brunellos, 4 Chiantis DOCG, 1 Amarone, 3 SuperToscanos, 2 Biancos de Amalfi, e 2 Tintos Lacryma-Christi.
foto: Brunello di Montalcino Biondi-Santi, Brunello BANFI, Conti Costanti Brunello, Isole & Olena Collezione Marchi (STosc), Paleo Bolgheri LeMacchiole (STosc).
Curiosidades:
Vídeo(1): Vejam o Vídeo (YouTube) de nossa “Festa de Sabores Italianos”. IMPERDÍVEL. Super DIVERTIDO, pra não dizer HILÁRICO!! http://www.youtube.com/watch?v=oejpxFH_THw
Coêlho na ITÁLIA ( I )
ITÁLIA (I) – Retorno de uma viagem de duas semanas à bella Itália. Dentre as incríveis recordações trouxe na bagagem algumas ampolas dos fantásticos vinhos italianos…quero dizer, muitas garrafas: ao todo foram 16 bottigli, embarcadas em Firenze-Frankfurt-S.Paulo-Goiânia-Brasília. Não assustem, as “crianças” chegaram intactas, por incrível que pareça!
Eu e minha mulher – companheira inseparável no tilintar das taças – passamos dias maravilhosos em Amalfi, Roma e Firenze. Além de darmos um giro completo de 2 dias pela Toscana, de carro. Foram dias excelentes saboreando vinhos, boa comida, paisagens inesquecíveis, lugares fantásticos, e um mar deslumbrante. E que mar sob a rota de precipícios da costiera amalfitana! Quanto aos vinhos, da mesma forma que os embarcados ao Brasil, muitos foram provados, somando 15 garrafas. Os brancos eram maioria e caíram em nossa preferência, auxiliados pelo forte calor. Entre eles alguns de “tavola” (mesa), pois o costume manda que qualquer restaurante, por menor que seja, sirva um vinho da casa. Alguns deles certamente não passaram pelo crivo de nosso paladar – um pouco mais acostumado aos finos de melhor qualidade – mas valeram pela tradição.
E a gastronomia? Ah, que comida!! Pastas e mais pastas; de todos sabores, tipos, cores e lembranças. Prosciutto e formaggio: parmeggiano, pecurino e mussarela de búfalo. Trippa (dobradinha) e ossos-bucos. Bistecas gigantes mal-passadas, bota mal nisto. Fagiolino e zucchino (vagem e abobrinha). O salame de cinghiale (javali), que loucura! Zuppas de cozzo (mariscos e ostras). Stracciatellas magníficas, de fazer dobrar qualquer centurião romano. Peixes do Mar Tirreno servidos praticamente vivos “em sabor”: o verdadeiro aroma mediterrâneo. Bom, é melhor parar por aqui, senão…!
Deixo com vocês as imagens desta minha aventura enogastronômica na Itália dos sonhos. Mas antes passo a lista das ampolas provadas nesta viagem, acompanhadas de todas as “comidinhas” citadas acima (rsrs).
– Viña del Vulcano, Lacryma Christi del Vesúvio – Branco 05 – 11 EU$ – Nota 81.
– Costa d’Amalfi Tramonti – Branco 07 – 9 EU$ – Nota 79.
– Prosecco Maschio Extra Dry – Branco 06 – 14 EU$ – Nota 84.
– A.Sammarco Ravello, Vino Tavola – Branco 07 – 12 EU$ – Nota 73.
– Di Lenardo Chardonnay, Friuli – Branco 07 – 18 EU$ – Nota 90. [Destaque para este delicioso branco de Friuli, que se harmonizou esplendidamente com uma massa ao frutos-do-mar. Parece que este exemplar pode ser encontrado no Brasil. Grande indicação para estes tempos de calor em Brasília].
– Cancelli Coltibuono Toscana IGT, Sangiovese/Syrah 05 – 15 EU$ – Nota 84.
– IL Latini Chianti Tavola 07 – 8 EU$ – Nota 72.
– IL Grigio San Felice, Chianti Riserva DOCG 03 – 30 EU$ – Nota 91. [Ótimo exemplar da Toscana e forte representante dos chiantis riserva. Sabor clássico da sangiovese mas com toques vinícolas da era moderna, mostrando realmente a tendência da alta qualidade dos chiantis, sem perder o terroir tradicional. Garrafa encontrada facilmente no Brasil].
– Banfi Chianti Classico Riserva DOCG 04 – 35 EU$ – Nota 87.
foto1: a lindíssima Ilha Capri, na costa Amalfitana.
foto2: Pizza da Pizzeria Baffetto, próximo a Piazza Navona (centro de Roma).
foto3: Vinho branco Di Lenardo com Papelote de frutos-do-mar do Ristorante EDY (Roma).
fotos4/5: Vinho IL Grigio Chianti (em Siena, ex-capital da Toscana), e Castello Fontodi, vinícola da Toscana (rota do Vinho-s222, Chianti).
4,3,2,1… 400 !!!!
4, 3, 2, 1 … LIFTOFF … 400 Rótulos!!
Livros: a maravilhosa Ciência da Enologia
Em nossa última conversa falamos de um pequeno catálogo sobre vinhos italianos. Voltamos a falar sobre coisas eno-literárias. Nas últimas três semanas “devorei” dois livros: “O Julgamento de Paris”, de George Taber, 380 págs., e “A Arte de fazer um Grande Vinho”, de Edward Steinberg, 288 págs.
– O primeiro versa a respeito da celeuma criada pela discutível degustação de Paris – concurso Califórnia X França – em 1976, quando dois vinhos californianos foram escolhidos como os melhores rótulos, entre nove jurados franceses, em uma prova às cegas. Afora as discussões acaloradas da “não validade” da degustação (métodos, provadores, safras, rótulos), o que mais admirei no livro foi a história contada em detalhes da formação da vitivinicultura no Vale do Napa (EUA), bem como de outros grandes produtores do Novo Mundo, como Austrália, Chile, Nova Zelândia e África do Sul. Nunca tinha visto histórias tão bem documentadas. Num texto leve e preciso do ponto de vista histórico, pois o escritor esteve presente naquele evento, o leitor é levado para dentro das famílias que preconizaram o renascer da vinicultura mundial, mostrando que é possível se produzir vinhos finos de qualidade em variadas partes do planeta que não somente na França, Bordeaux e Borgonha.
– O segundo livro é um primor de publicação. Um verdadeiro curso de Enologia, começando desde a formação de um vinhedo com a plantação das videiras, passando pela vinicultura em si, e concluindo no processo de engarrafamento e venda. Quase toda a ciência de se fazer um vinho passa diante do leitor. Um Show de conhecimento transmitido pelo autor, dos processos biológicos e químicos da transformação da uva em vinho. Conceitos como fenóis, temperaturas, ácidos maloláticos, fermentação, índices pH, alcalóides, tonéis, barricas, traspassadores, alcoóis, gás carbônico, oxigenação, são dissecados exaustivamente no texto. Muito bom…eu não conseguia parar de ler; anotando e marcando tudo para um melhor aprendizado. Como se não bastasse, é claro, o Sr. Steinberg conta-nos, com dissertação rica em romantismo, a vida e a saga da família Gaja, certamente o maior nome da vinicultura do norte da itália; tendo em seu protagonista, Angelo Gaja, um revolucionário nas últimas duas décadas. Dica: quer dar início aos estudos sobre vinho? Leia este livro. IMPERDÍVEL. Até eu já estou com vontade de comprar umas terrinhas…adquirir umas mudinhas de uva…avaliar algumas paisagens com terroir favorável, etc. Nada é impossível, podem crer!
Para não perder o costume, mostro um apanhado das últimas ampolas mais significativas provadas por mim, listadas num crescente de pontuação, ordem sugerida pelo nosso amigo confrade Renzo.
V I N H O | Safra | País | Dt. Prova | Valor | Nota |
Condes de Barcelos – branco verde | 2005 | Portugal | P: 28/06/08 | 50,00 | 78/100 |
Chakana Reserve Malbec | 2006 | Argentina | P: 25/07/08 | 70,00 | 84/100 |
Valviadero Jovem – Toro | 2006 | Espanha | P: 21/06/08 | 70,00 | 86/100 |
Meia Pipa – castelão/cab.sauv./syrah | 2005 | Portugal | P: 19/05/08 | 85,00 | 88/100 |
Primitivo di Manduria, Ognissole | 2005 | Itália | P: 26/07/08 | 100,00 | 88/100 |
Chateau L’Eglise Saget, Bordeaux | 2005 | França | P: 11/06/08 | 70,00 | 89/100 |
Pierre Amadieu Côtes du Rhône | 2006 | França | P: 21/06/08 | 70,00 | 89/100 |
(*) Destaque ao Meia Pipa, de Portugal. Um vinho delicioso, pronto para beber (maduro) e ótimo à mesa. Recomendo.